Uma
auditoria vasculha 60 processos com comprovantes dos gastos
repassados à Justiça entre 2001 e 2009.
Após
constatar uma fraude nas contas do PP, o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) investiga as prestações de outros 16 partidos para
apurar se houve desvios de recursos do fundo partidário.
Uma
auditoria vasculha 60 processos com comprovantes dos gastos
repassados à Justiça entre 2001 e 2009.
A
Folha
teve
acesso à relação que é alvo do pente-fino do TSE. Além do PP, a
análise atinge PDT (5 processos), PTB (5), PSB (4), PMDB (3), DEM
(2), PSDB (1) e outros partidos menores.
A
abertura da investigação foi determinada pela presidente do TSE,
ministra Cármen Lúcia, no último dia 28.
O
objetivo é apurar se o dinheiro do fundo partidário foi aplicado
irregularmente ao mesmo tempo em que o TSE, por meio de um setor
chamado Coordenação de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias,
aprovou as prestações.
O
fundo é constituído por verbas da União, multas, penalidades,
doações e outros recursos. Neste ano, os partidos receberão R$ 324
milhões. Pela lei, a verba deve ser usada em atividades e no
funcionamento da sigla.
A
auditoria foi constituída depois da constatação de irregularidade
nas contas de 2000 a 2005 do PP. Apesar de uma série de problemas,
elas foram aprovadas pelo TSE.
O
caso do PP também foi enviado para a Polícia Federal. Tanto a PF
como TSE apuram a atuação do ex-coordenador de exame de contas do
tribunal Wladimir Azevedo Caetano, hoje no Conselho Nacional de
Justiça.
A
auditoria do TSE já constatou que Caetano retirava das mãos de
subordinados processos de prestação e aprovava as contas.
O
tribunal suspeita que o desfalque do PP ultrapassa R$ 20 milhões.
São irregularidades como notas frias e gastos alheios às atividades
partidárias.
Um
total de R$ 4,2 milhões se refere a documentos considerados
“inidôneos” para justificar, em geral, pagamentos em espécie a
pessoas não identificadas. Sem documento comprobatório, por
exemplo, foi gasto R$ 1,4 milhão.
Relatório
entregue à presidente do TSE diz que “conclui-se que o PP cometeu
fraude processual” e induziu o tribunal a erro. Os ministros do TSE
costumam seguir os pareceres da área técnica.
A
rejeição da contas implica na suspensão do repasse mensal por até
um ano, além de ressarcimento.
(Do
UOL)
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