Condenado
pelo mensalão, Genoino ataca o STF e promete provar inocência
Para
o petista, presidente do PT na época em que o escândalo veio à
tona, o Supremo 'criminaliza' a política e nega existência de
compra de votos no Congresso no governo Lula
No
dia seguinte à condenação pelo crime de formação de quadrilha
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do PT José
Genoino reafirmou sua inocência e classificou como injusta uma
condenação, segundo ele, política. Em entrevista na manhã desta
terça-feira, 23, à rádio Estadão
ESPN,
o petista disse ter sido condenado sem provas. "Não me sinto
condenado porque sou inocente. Essa condenação política não me
atinge."
Na
acusação apresentada ao STF, o Ministério Público defendeu que
José Genoino participou do esquema de compra de apoio político
durante o primeiro mandato do governo Lula. A acusação foi
fundamentada com base nas assinaturas de Genoino em contratos de
empréstimos, assumidos, para a promotoria, de forma fraudulenta e
que garantiam os recursos para compra de votos. Para o relator do
processo, ministro Joaquim Barbosa, o petista atuava como
"interlocutor político do grupo criminoso".
"Esse
julgamento não apresentou provas concretas. Foi feito na base do
indício, da dedução, do domínio do fato, que são teses que têm
um viés autoritário", rebateu Genoino. O petista afirma que
assinou os empréstimos por ser presidente do PT no período e que as
transações financeiras, destinadas ao próprio partido, eram
legítimas. "Não houve compra de votos, não houve compra de
deputados. Houve debate político e franco."
Ao
comentar o julgamento, Genoino defende que o processo foi
"politizado" e voltou a criticar o que define como
criminalização da política."Eu fiz alianças, fiz acordos,
participei de debates. Isso é da natureza política. Não existe
política sem negociação. O STF não pode querer ser uma espécie
de Poder Moderador", considerou.
Nesta
terça, os ministros do STF devem começar a definir o cálculo das
penas dos réus. O petista foi condenado por corrupção ativa e
formação de quadrilha - igual condenação do ex-ministro José
Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. A pena prevista para
cada um dos crimes varia de 2 a 12 anos.
"Serei
obrigado a cumprir, democraticamente, as decisões do STF. Mas vou
discuti-las a cada hora, a cada dia, a cada momento", afirma
Genoino. O ex-presidente do partido disse que irá recorrer da
decisão.
Via
Estadão
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