Gilmar Rodrigues da Silva, 32 anos, é acusado de ter abandonado o próprio filho, de 4 anos, dentro de um automóvel em Bauru
Foto: Wagner Carvalho/Especial para Terra |
Acompanhado
do advogado de defesa, Gilmar Rodrigues da Silva, 32 anos, acusado de
ter abandonado o próprio filho, de 4 anos, dentro de um automóvel
em Bauru (SP), se apresentou na tarde desta terça-feira, no 1° DP
da cidade, distante 352 km de São Paulo. Ele responderá por
tentativa de homicídio com possível dolo.
Por
aproximadamente uma hora e meia, Silva tentou explicar para o
delegado Dinair José da Silva o motivo de ter abandonado a criança
sem socorro após bater com o carro em um caminhão que estava
regularmente estacionado na avenida José Henrique Ferraz na
madrugada do último sábado.
Na
saída da delegacia, Silva, bastante atordoado, disse que está
arrependido. O advogado João Batista de Souza negou que ele tenha
abandonado o filho após o acidente. "Foi tudo um mal entendido.
Na verdade, no desespero, ele saiu do veículo em busca de socorro,
foi até a casa de um cunhado que mora a duas quadras do local do
acidente em busca de ajuda", afirmou o defensor.
O
advogado contou ainda que o acusado perdeu a consciência antes de
chegar à casa do cunhado e ficou andando pelas ruas até ser
encontrado por familiares num bairro que fica do outro lado da
cidade. "Ele ficou rodando até que foi encontrado próximo ao
Jardim Bela Vista por seus familiares que estavam à sua procura",
afirmou. O advogado disse que Silva ainda não procurou auxílio
médico para os ferimentos decorrentes do acidente. "Isso será
feito pelos familiares nas próximas horas", contou.
O
cunhado de Silva que o acompanhou até a delegacia disse que não
houve abandono. "Eu cheguei ao local do acidente junto com o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e acompanhei o
socorro do meu sobrinho", disse.
Para
o delegado, é cedo para se tirar qualquer conclusão sobre o caso.
Dinair afirmou que ouvirá testemunhas, socorristas do Samu e médicos
que atenderam o garoto antes de concluir o inquérito. "Ele
apresentou a versão dele orientado pelo advogado. Cabe à polícia
levantar os fatos e verificar se ele o que diz é verídico ou não",
disse.
Silva
responderá por tentativa de homicídio em liberdade. A Justiça
negou o pedido de prisão preventiva.
Segundo
Dinair, o fato de Silva ter saído do local e deixado o menino no
carro é caracterizado como uma omissão de socorro. "Se a ficha
médica do menino comprovar que, se o socorro tivesse acontecido com
mais rapidez as complicações teriam sido mais amenas, o dolo ficará
evidente", completou.
De
acordo com o delegado, as investigações ainda estão na fase
inicial. "Estamos no começo das oitivas, temos o laudo da
perícia - que ainda não ficou pronto e que vai apontar a velocidade
com que Silva conduzia o veículo, se o filho usava ou não cinto de
segurança e se ele estava no banco dianteiro ou traseiro. Tudo irá
contribuir para o esclarecimento dos fatos", afirmou o Denair.
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