Operário
começou a trabalhar em uma casa onde havia aulas de piano. Talento rendeu aulas profissionais gratuitas.
Quando
começou a trabalhar em uma obra no Centro de Vitória, o ajudante de pedreiro
Rony Chagas não imaginava que o serviço o ajudaria a conquistar o sonho de ser
pianista. No segundo andar da casa em reformas, a melodia do piano tomava o
canteiro de obras e despertava a curiosidade do trabalhador. Sem nunca ter
feito aulas, o jovem confessou que aprendeu a tocar "de ouvido", em
um teclado antigo de seu irmão, mas a vontade e a curiosidade sobre o
instrumento acabaram rendendo ajuda profissional.
"Eu
ficava com vontade de tocar, mas tinha vergonha de pedir para fazer isso.
Conhecia um pouco sobre piano, sabia tocar um pouquinho", disse. Não
demorou muito para a dona da residência descobrir o desejo do trabalhador.
"Um dos pedreiros me abordou e falou que o Rony também sabia tocar piano.
Então convidei ele a tocar", contou a dona da residência, Alba Aguiar. Aos
19 anos, era a primeira vez na vida que o rapaz chegava tão perto de um piano.
"Vi
que ele é de corda, que tem umas marretinhas dentro que batem quando a gente
toca, eu não sabia de nada disso", explicou o pedreiro. A cada música
tocada, o encantamento e a surpresa se tornavam maiores para o rapaz, que nunca
teve aulas de piano.
Apesar
de não saber a maioria dos nomes dos compositores e das músicas que toca, Rony
disse que aprendeu a tocar observando outros músicos. "Eu olhava muito a
posição da mão esquerda dos pianistas, que ficavam sempre em uma seqüência",
disse.
Ajuda
profissional
Uma
das músicas tocadas pelo pedreiro foi filmada e enviada para a Faculdade de
Música do Espírito Santo (Fames). Uma professora gostou e o rapaz foi convidado
a fazer aulas gratuitas de piano. "Com poucas explicações, ele já está
lendo as frases dos ritmos, isso com muita rapidez e corretamente. Significa
que ele tem um potencial imenso e realmente raro", explicou a professora
de piano Raquel Moraes.
Na
casa em obras, o horário do almoço dos trabalhadores se tornou o momento de
apresentações do jovem pianista, que deixa um pouco a enxada de lado e exercita
os dedos e a mente tocando o instrumento. Na platéia, os colegas de trabalho e
os moradores da residência se reúnem para ouvi-lo.
"Para
mim foi impressionante ver esse trabalhador, uma pessoa simples, com toda uma
história de vida, tocando dessa maneira. É muito bom ouvir a música dele",
revelou a secretária da casa, Romilda Caldeira.
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