Lula
quer ministro da Saúde para disputar governo de SP em 2014
Inspirado
em Haddad, ex-presidente acredita que a novidade numa eleição é
fórmula que está dando certo e já pensa em lançar Alexandre
Padilha para a disputa estadual
Animado
com a passagem de Fernando Haddad para o 2.º turno da eleição em
São Paulo, e diante da possibilidade de vitória, levando-se em
consideração que as pesquisas de intenção de votos indicam
vantagem do petista sobre o tucano José Serra, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva já planeja lançar uma cara nova no PT para a
disputa pelo governo de São Paulo em 2014 - quando tentará tirar o
comando do Estado do PSDB.
O
favorito de Lula para disputar o governo paulista é o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com informações de bastidores
do comando do PT, Lula considera que a novidade numa eleição é uma
fórmula que começa a ficar consagrada. Como justificativa, tem
lembrado que lançou Dilma Rousseff à sucessão presidencial em 2010
mesmo sendo advertido de que ela nunca havia disputado uma eleição
e que era desconhecida dos eleitores. Com Haddad aconteceu a mesma
coisa. Ele jamais havia se candidatado. Nos dois casos, Lula fez o
lançamento das candidaturas com muita antecedência. Depois, chegada
a hora da escolha, ele pressionou o PT para que aceitasse a
indicação.
No
sábado, 20, durante comício do candidato a prefeito de
Campinas, Márcio Pochmann (PT) - outro neófito em eleições
apadrinhado por Lula e que surpreendeu ao chegar ao 2.º turno -, o
ex-presidente exaltou a tática do novo na política. "Diziam
que o Márcio era apenas um poste, como diziam que a Dilma era um
poste", lembrou. "Mas é de poste em poste que o Brasil vai
ficar iluminado."
No
caso de Padilha, o ex-presidente terá de fazer mais do que convencer
o PT a aceitar a escolha, pois encontrará resistências à
candidatura do ministro da Saúde em dois petistas muito fortes em
São Paulo: os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Marta
Suplicy (Cultura). Ambos consideram-se candidatos naturais ao governo
paulista em 2014. Como não escondem as divergências entre si e em
relação a Padilha, Dilma ordenou aos três que por enquanto se
abstenham de fazer qualquer comentário sobre a eleição de 2014.
Por enquanto, eles têm sido obedientes.
Para
lançar Padilha ao governo de São Paulo o ex-presidente Lula terá
ainda de fazer com que o ministro da Saúde transfira o domicílio
eleitoral para a capital paulista. O título do ministro é de
Santarém, no Pará. Ele o transferiu para lá porque, logo depois de
se formar em medicina, em São Paulo, fez trabalho de campo em
Santarém. Optou por votar na cidade paraense que fica às margens do
Rio Tapajós, onde o PT sempre foi forte e elegeu prefeitos seguidas
vezes.
Convencer
alguém a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo não é
novidade na vida de Lula. Ele já fez isso com o ex-ministro Ciro
Gomes, do PSB, em 2009. Lula queria que Ciro disputasse o governo
paulista em 2010 numa aliança que teria o apoio do PT. Mas a ideia
não vingou. O PT lançou Aloizio Mercadante, que foi derrotado pelo
tucano Geraldo Alckmin.
Com
Dilma, as resistências no PT foram nulas. Na Presidência da
República, Lula tinha muita força no partido. Com Haddad, o
lançamento da candidatura ocorreu ainda em 2011. A pressão sobre os
petistas que pretendiam disputar as prévias veio depois.
O
senador Suplicy disse que tem consciência de que Lula vai trabalhar
para impor o nome de Alexandre Padilha para disputar o governo de São
Paulo em 2014. "Eu estou no terceiro mandato de senador e tenho
o direito de pleitear a candidatura ao governo do Estado", disse
Suplicy ao Estado. Ele afirmou que vai apresentar o nome aos
militantes do partido para a disputa com Padilha.
João
Domingos, de O Estado de S.Paulo
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