Russomanno, Alckmin e a reforma do secretariado
Em encontro do governador Geraldo
Alckmin (PSDB) com o candidato derrotado do PRB à Prefeitura, Celso
Russomanno, na noite de quarta-feira, na casa do ex-deputado, no Morumbi,
o tucano o parabenizou pelo desempenho nas urnas – ele teve cerca de 1,3 milhão
de votos. O governador quer intensificar a relação política com
Russomanno, que deve indicar um aliado para participar da gestão Alckmin. O
mais provável hoje, segundo integrantes do alto escalão do governo
Alckmin, é que indique alguém para o Procon – Russomanno tem como
principal bandeira a defesa do consumidor.
Assim que terminou o 1º turno, o
ex-deputado chegou a pedir a Secretaria de Segurança Pública para apoiar o
candidato do PSDB, José Serra, na disputa em São Paulo. Mas Alckmin não quis
ceder numa área estratégica, e Russomanno ficou neutro.
O PSDB busca o apoio dele na
reeleição de Alckmin em 2014. Para os tucanos, na próxima disputa eleitoral,
Russomanno não deve ser candidato ao governo do Estado, mas sim à Câmara dos
Deputados para puxar votos para o PRB. Na corrida em São Paulo, Alckmin
quer evitar que Russomanno e o seu capital político apoiem o PT – o PRB compõe
a base governista da presidente Dilma Rousseff com o Ministério da Pesca.
Uma das maneiras de consumar a
aproximação seria indicar ele ou um aliado a um cargo no governo. O problema,
avaliam os tucanos, é casar as pretensões de Russomanno, que foi um crítico de
Alckmin na eleição de 2010, com as do governo do Estado. O PRB, por sua
vez, também mantém conversas com Alckmin sobre 2014 e já estava cotado para ter
alguma participação no governo antes mesmo da eleição – o partido não
necessariamente se sentirá contemplado se Russomanno, com autonomia política própria,
ganhar um espaço na administração. Tem ainda o PTB, que era da coligação
de Russomanno e que no 2º turno apoiou Serra após intervenção de Alckmin. A
legenda de Campos Machado quer aumentar seu espaço no governo. O PTB pode ficar
com a Secretaria de Justiça, para Luiz Flávio D’Urso, mas sem o Procon, que
iria para Russomanno.
A missão agora é ver quais demandas
valem a pena, do ponto de vista político, contemplar.
Alckmin costura um arco de
alianças para disputar sua reeleição em 2014. Promove com frequência encontros
no Palácio dos Bandeirantes com líderes partidários para discutir participação
no governo – o tucano pretende anunciar mudanças no secretariado para o
embarque dos neoaliados até o final do ano.
Além da questão das alianças,
Alckmin também costura o apoio de partidos da base para indicar o seu
secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, para uma vaga no Tribunal de
Contas do Estado. As legendas que ganharem cargos na reforma do secretariado
sabem que terão de operar na Assembleia para que a indicação de Beraldo seja
aprovada pelos deputados.
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