No dia
23/04/2012 postei no Balance Capixaba, que o deputado federal Givaldo Carimbão
(PSB-AL) fez um alerta pelo grande número de presos no ES, segundo ele o número
é três vezes maior do que a média nacional.
Hoje, o estado
capixaba tem cerca de 3 milhões de habitantes e 12 mil presos. A média nacional
é de mil a 1,5 mil presos para cada um milhão de habitantes. Segundo os
cálculos do deputado o Espírito santo hoje possui 8 mil presos a mais do que o
esperado.
Para o deputado, a situação do estado deve ser estudada. De acordo com levantamento feito pelo parlamentar, o ES é o terceiro estado com situação mais preocupante do país, só fica atrás do Acre e Rondônia, estados que fazem fronteira com Bolívia e Peru.
“Já estive com o governador Renato Casagrande e a situação do ES me
chamou atenção, gostaria de estudar os motivos que levaram para a atual
situação carcerária do estado. Sabemos que o problema do Acre e Rondônia
deve-se a fronteira. Lá os presos são na enorme maioria das vezes por tráfico e
não por uso. O fenômeno do ES está fora dos padrões nacionais, o estado era
para ter 4 mil presos, 12 mil é muito acima do aceitável", disse o
deputado.
-Eu gostaria
muito de ouvir uma análise do aparentemente expert no assunto, o deputado
Carimbão, fazendo um comparativo entre as políticas de segurança já que, no
vizinho estado do Rio de Janeiro há 130 mil ordens de prisão, fazendo com isso
que o Rio tenha o maior número de foragidos no Sudeste.
Este total é
quatro vezes maior que a capacidade dos presídios daquele Estado.
O Rio de
Janeiro começou o ano com 130.872 mandados de prisão pendentes, o maior número
entre os Estados do Sudeste. São Paulo fica em segundo lugar, ao
terminar 2011 com mais de 110 mil ordens de prisão não cumpridas. Minas Gerais
e Espírito Santo têm cerca de 87 mil e 40 mil, respectivamente. A Polícia Civil
do Rio diz se esforçar para reduzir o número, mas só conseguiu cumprir 14.999 -
9% dos mandados em 2011.
O número de
mandados pendentes impressiona, afinal é quatro vezes maior que a capacidade do
sistema prisional do Estado.
Eu gostaria
também que o deputado Carimbão considerasse a justificativa da ex-secretária
nacional de Justiça e professora de Criminologia da PUC-Rio, Elizabeth
Sussekind, que diz haver diversas hipóteses para a grande quantidade de
foragidos. “Os motivos vão desde a
dificuldade de entrega de mandados em favelas até recursos judiciais bem
sucedidos que livram acusados defendidos por bons advogados”.
Com mais um
agravante, o volume de ordens de prisão continua a aumentar.
O Tribunal de Justiça do Rio informou que 799 mandados foram
expedidos nos dois primeiros meses deste ano. O que representa
praticamente o dobro do mesmo período de 2011 (412). Ao todo, no ano
passado, foram 4.298.
Para Antônio
José Sampaio, assessor criminal da Defensoria Pública, cumprir as ordens é uma
forma de mostrar a eficiência do Estado. Segundo ele, "um número elevado de mandados de prisão pendentes promove a
sensação de impunidade, pois o Estado não consegue demonstrar sua capacidade de
punição".
Já na opinião do advogado criminal Henrique Baptista, do Instituto de Ciências Criminais, a legislação estabelece medidas alternativas à prisão preventiva para crimes sem violência e com penas menores de quatro anos. “Na prática, vejo que ainda há muita resistência por parte do Judiciário. A idéia é evitar ao máximo prisões que já estão superlotadas, e não a impunidade. A sociedade se esquece de que o preso um dia sai, e muito pior”. Defende o advogado.
Já na opinião do advogado criminal Henrique Baptista, do Instituto de Ciências Criminais, a legislação estabelece medidas alternativas à prisão preventiva para crimes sem violência e com penas menores de quatro anos. “Na prática, vejo que ainda há muita resistência por parte do Judiciário. A idéia é evitar ao máximo prisões que já estão superlotadas, e não a impunidade. A sociedade se esquece de que o preso um dia sai, e muito pior”. Defende o advogado.
-Como muito provavelmente o
deputado Carimbão não responderá a este meu questionamento, gostaria muito de
poder contar com as opiniões dos amigos leitores.
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