A 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu um novo mandado de prisão preventiva
do ex-governador Sérgio Cabral. Cabral está preso desde 17 de novembro, sob a
acusação de receber propina para fechar contratos públicos no estado. Além
dele, outras duas pessoas já presas desde o ano passado também tiveram novo
mandado decretado: o ex-assessor de Cabral Carlos Miranda e o ex-secretário
Estadual de Governo Wilson Carlos.
Policiais
federais também cumprem mandados de prisão preventiva contra outras
seis pessoas por envolvimento no mesmo esquema, entre elas o empresário Eike
Batista e o advogado Flávio Godinho, vice-presidente de futebol do Clube de
Regatas do Flamengo. Também há mandados de prisão contra Álvaro Novis, Sérgio
de Castro Oliveira, Thiago Aragão (Ancelmo Advogados) e Francisco Assis Neto.
Quatro
mandados de condução coercitiva foram expedidos pela Justiça. Os alvos são a
ex-mulher de Cabral Susana Neves, o irmão do ex-governador Maurício Cabral,
Eduardo Plass e Luiz Arthur Andrade Correia. Mandados de busca e apreensão
estão sendo cumpridos em 27 endereços no Rio de Janeiro.
De acordo com
o Ministério Público Federal, a operação de hoje, chamada Operação Eficiência,
investiga a ocultação de mais de 100 milhões de dólares (R$ 317 milhões),
através de remessas para o exterior. Em apenas um ano, de agosto de 2014 a
junho de 2015, a organização criminosa movimentou R$ 39,7 milhões, segundo os
procuradores responsáveis pela investigação.
Segundo o MPF,
um dos esquemas investigados é o pagamento de uma propina de US$ 16,5 milhões
ao ex-governador por Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido de
Cabral, usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Para dar uma
aparência de legalidade à negociação, foi fechado um contrato de fachada para a
compra de uma mina de ouro entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc,
holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados.
Eike Batista,
Godinho e Cabral também são suspeitos de terem tentado atrapalhar as
investigações. Com o auxílio de colaboradores, o MPF já conseguiu repatriar
cerca de R$ 270 milhões, que estão à disposição da Justiça Federal em conta
aberta na Caixa. A força-tarefa está solicitando cooperação internacional para
o bloqueio e posterior repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.
Vitor Abdala –
Repórter da Agência Brasil
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