Da Agência
Brasil
Em discurso
para senadores da base aliada no Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer
ressaltou, ao defender aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do
Teto de Gastos, que o país não sairá da “recessão profunda” que enfrenta com a
adoção de “medidas simplesmente doces”.
“O primeiro
passo é tirar o país da recessão, depois, sim, começa o crescimento. Dai, sim,
do crescimento nascer o emprego. Então, não vamos ter a ilusão de que você
combate a recessão com medidas simplesmente doces, precisa de medidas amargas.
Essas medidas visam ao futuro, não visam ao presente”, discursou o presidente.
Com elogios ao
Congresso, a quem disse que governa junto com a Presidência da República, Temer
confirmou que após a aprovação da PEC 55/2016, que limita os gastos públicos
pelos próximos 20 anos, serão necessárias reformas na Previdência e
trabalhista.
“O passo
seguinte, é a [reforma] da Previdência. Vai ser difícil, vai, mas creio que já
há uma consciência nacional, as pesquisas revelam, que ela é indispensável. Não
há como fugir dela. Nós estamos fora do planeta. Os outros países têm regras de
natureza previdenciária completamente diversa das nossas e já admitidas.
Sequencialmente, precisamos ir para uma reformulação de natureza trabalhista
que, aliás, o Supremo Tribunal Federal começou a promover em decisões em que o
acordado prevalece sobre o legislado”.
Para Temer o
país não pode encarar com naturalidade o déficit de R$ 170 bilhões previstos
para este ano, nem o rombo de R$ 139 bilhões para 2018. Para convencer os
senadores aliados da importância da aprovação da PEC, o presidente disse que
após controlar as contas, o país voltará a crescer. “Quando começarmos a sair
da recessão vamos, evidentemente, para a busca do emprego que virá pouco a
pouco”.
Protesto
Desde o início
da noite, cerca de 80 manifestantes, segundo a Polícia Militar do Distrito
Federal, bloquearam um dos acessos ao Palácio da Alvorada em protestam contra a
PEC que limita os gastos públicos, a medida provisória que reforma o ensino
médio e o projeto de lei que instituiu o programa escola sem partido. Eles
tentavam impedir que os convidados chegassem ao Alvorada.
A PMDF e a
segurança da Presidência montaram uma cerca a cerca de dois quilômetros do
Alvorada por causa dos protestos. Apenas os parlamentares, pessoas credenciadas
e a imprensa foram autorizados a passar.
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