O presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descartou hoje (15) que vá renunciar ao
cargo, em entrevista coletiva no Salão Verde. Cunha disse que lhe causou
estranheza a ação da Polícia Federal em suas residências e escritório às
vésperas da decisão sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff e do Conselho de Ética sobre a representação contra ele. Na
entrevista, Cunha criticou o PT.
"Todo dia
tem denúncia e caixa 2 do PT. De repente, fazer uma operação com o PMDB. Isso
causa estranheza a todos nós. Quem for um pouco inteligente sabe que no dia de
hoje, às vésperas da decisão do processo de impeachment, tem alguma
coisa de estranha no ar, além da situação normal de investigação", disse
aos jornalistas.
"Não me
parece que ninguém do PT, que tem o foro que eu tenho, é sujeito a algum tipo
de operação. Só é sujeito a operações até agora aqueles quem não são do
PT", disse. "Sou desafeto do governo. Fui escolhido para ser
investigado. Nada mais natural que eles vão buscar o revanchismo"
acrescentou.
"Não
estou nem um pouco preocupado com operação que aconteceu. Normal, natural, mas
estranho profundamente essa concentração no PMDB".
A Polícia
Federal (PF) cumpriu na manhã de hoje (15) mandado de busca e apreensão na
residência oficial de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e na casa
particular, no Rio de Janeiro. Também foram feitas buscas em endereços de
dois ministros: Henrique Eduardo Alves, do Turismo, e Celso Pansera, de
Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos do PMDB.
No total, a
polícia cumpre 53 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (9), em São
Paulo (15), no Rio de Janeiro (14), Pará (6), em Pernambuco (4), Alagoas (2),
no Ceará (2) e no Rio Grande do Norte (1) como parte da Operação Catilinárias,
deflagrada hoje (15) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Teori Zavascki. A ação faz parte da Operação Lava Jato.
Impeachment
O Supremo
Tribunal Federal (STF) se posicionará amanhã (16) sobre o rito de tramitação do
processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Conselho
de Ética
Por 11 votos a
9, o Conselho de Ética da Câmara votou hoje a favor do parecer preliminar do
deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que mantém representação contra o presidente
da Câmara. A decisão dá continuidade à ação. Cunha é acusado dos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro e por ter prestado falso testemunho
quando depôs na CPI da Petrobras negando ter contas secretas no exterior.
Cunha será
notificado e terá 10 dias para apresentar defesa por escrito no processo
disciplinar.
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