Está escrito o
roteiro para uma sessão do STF que ainda pode ser histórica ou entrar para a
gaveta da frustração; quando ministro Teori Zavascki, em vistas, devolver
processo ao plenário, colegas Carmem Lúcia e Ricardo Lewandoski devem levar a
6 a 0 o placar a favor da Adin da OAB; mas vitória espetacular sobre
festa do dinheiro privado em campanhas eleitorais deve ser esfriada por Gilmar
Mendes; até a estátua diante do Supremo acredita que ele irá pedir vistas do
processo, adiando a decisão final para o próximo ano; ficaria tudo como está em
termos de dinheiro grosso na gincana eleitoral de 2014
Está
pronto em Brasília, conforme circula entre a unanimidade de especialistas e
leigos em Supremo Tribunal Federal, o roteiro para a frustração de um momento
que ainda tem tudo para ser histórico na Justiça brasileira.
Na retomada do
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Ordem dos
Advogados do Brasil contra doações da iniciativa privada para campanhas
eleitorais, a partir da devolução da Adin pelo miinistro Teori Zavascki, Carmen
Lúcia e Ricardo Lewandowski deverão acompanhar a turma e levar o placar a favor
da Adin para 6 a 0, vencendo a OAB por maioria e de maneira espetacular. O
próximo a votar será o ministro Gilmar Mendes – e aqui é que estão elas.
Na projeção em
que quase todos acreditam, Mendes deve fazer um frustrante, a começar pela já
formada maioria dos ministros da corte, pedido de vistas. Isso, de cara,
levaria a decisão para 2014. Nessa brecha, o Congresso faria, a toque de caixa,
ajustes na legislação atual, de modo a procurar esvaziar o conteúdo apresentado
pela OAB. Seria assim um final à la Shakespeare: muito barulho por nada.
Mais que
futurologia, as previsões em Brasília sobre a barração de um novo sistema de
financiamento de campanhas eleitorais - com proibição à participação de
doadores empresariais e individuais, e apenas com dinheiro público para
financiar os partidos – se dão em cima de posições já manifestadas. Pelo
histórico de voto, é correto supor que Mendes diverge da maioria mudancista.
Ele, afinal, bem ocupa o espaço do conservadorismo na corte.
Nos últimos
anos, o custo das campanhas eleitorais dispararam. Ao mesmo tempo, o número de
doadores privados está cada vez mais concentrado entre grandes grupos
econômicos, responsáveis pela pesada maioria da oferta de dinheiro a partidos
políticos e seus candidatos. Pode-se, inclusive, fazer doação oculta, com a
omissão de identificação. Além disso, na prática ocorre o caixa 2, com doações
não contabilizadas.
Do Brasil 247
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