Nas
eleições municipais, as duas siglas não conseguem reproduzir a divisão da
política nacional
VIDA OU
MORTE - O tucano José Serra e o petista Fernando Haddad. Em São Paulo, o embate entre
as duas forças nacionais foi ofuscado por Celso Russomanno (Foto: Evelson De
Freitas/AE )
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Por Alberto Bombig e Leopoldo Mateus
Dividido entre PT e PSDB desde 1994, o Brasil assiste nestas eleições à
emergência de atores alternativos da política. A terceira via – ou muitas delas
– está de volta. Os sismógrafos de partidos e analistas estão irrequietos e as
bolas de cristal de videntes embaçadas. Ainda não sugerem resultados que abalem
a política nacional, como a vitória de Luiza Erundina, então no PT, em São
Paulo, em 1988. Mas prevêem solavancos na base de sustentação da presidente
Dilma Rousseff (PT) e novos rumos na oposição para o pleito geral de 2014.
No
topo das mais recentes pesquisas eleitorais, entraram em cena novos
personagens, descolados dos tradicionais blocos tucanos e petistas. Na maior
cidade brasileira, São Paulo, Celso Russomanno é o primeiro colocado nas
sondagens, pelo nanico PRB – e com um discurso de ataques a PT e PSDB. Em Belo
Horizonte, Minas Gerais, na figura do prefeito Márcio Lacerda, e no Recife, em
Pernambuco, com Geraldo Júlio, o PSB do governador pernambucano, Eduardo
Campos, descolou-se do PT e também ocupa a dianteira das pesquisas.
Considerados os dez maiores colégios eleitorais do país, o PSDB está em
primeiro em apenas uma cidade, Manaus, no Amazonas. Os petistas disputam a
liderança em Fortaleza, no Ceará, e Salvador, na Bahia. É pouco para uma dupla
que há 18 anos domina a política nacional. “Há
um cansaço em relação à polaridade PT-PSDB, que, na verdade, atende apenas aos
interesses desses dois partidos”, afirma o cientista político Carlos
Alberto de Melo, do Instituto de Ciência e Pesquisa (Insper). “A votação de Marina Silva, em 2010, já era
reflexo disso. Ainda embarcam nessa histeria da polarização somente os mais
fanáticos: os que odeiam a estética e os discutíveis métodos petistas e os que
se ressentem do elitismo tucano. Mas esse eleitorado já foi maior, hoje talvez
represente um terço.”
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