O
presidente do Equador, Rafael Correa, concedeu hoje (16) asilo político a
Julian Paul Assange, fundador do Wikileaks. Há 58 dias, Assange, de 41 anos,
aguardava a decisão do governo equatoriano abrigado na Embaixada do
Equador em Londres. Porém, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido
informou que Assange “não poderá deixar” o território britânico. Há informações
de que autoridades britânicas tentaram entrar na embaixada para retirar Assange
do local.
A
decisão do governo do Equador foi anunciada pelo ministro das Relações
Exteriores, Ricardo Patiño. "O governo do Equador, fiel à sua tradição,
decidiu conceder asilo ao Sr. Julian Assange". A justificativa para a
concessão de asilo foi emitida em nota pelo ministério.
"O
Equador tem avaliado todos os argumentos apresentados por Assange que afirma
ser vítima de perseguição em vários países por difundir a verdade e, assim,
expor as violações dos direitos humanos”, diz o texto.
Em
seguida, o comunicado acrescenta: "O governo [do Equador] considera que os
argumentos dão suporte aos temores de Julian Assange. O Artigo 41 da
Constituição define o direito de asilo para o Equador em conformidade com a lei
e os instrumentos internacionais."
Formado
em Física e Matemática pela Universidade de Melbourne, na Austrália, Assange
passou a ser conhecido internacionalmente pelo site Wikileaks, que divulgou em
detalhes uma série de documentos sigilosos de vários países. O advogado de
Assange, Michael Ratner, disse que ele escolheu o Equador para pedir asilo por
considerar o país livre de manipulações externas.
Assange
é acusado de violência sexual na Suécia. Ele nega a acusação. Para o governo
equatoriano, a denúncia é infudada. Correa tem reiterado sua disposição em
apoiar Assange. “ [O Equador é um país] absolutamente soberano e ligado à
tradição humanista, ao respeito pelos direitos humanos e ao devido processo
legal”, disse ele, logo depois de Assange chegar à Embaixada do Equador em
Londres.
A mãe
de Assange, Christine, foi a Quito para se reunir com o chanceler e o
presidente da República. Ela disse que seu filho foi levado a pedir asilo ao
Equador porque o país “respeita os direitos humanos”. "Há um governo forte
e um presidente que não se deixa pressionar por organizações internacionais ou
agências, porque eles agem de forma soberana", disse Christine Assange.
No
entanto, em nota divulgada hoje, o governo do Reino Unido reiterou que não
concederá salvo-conduto para Assange deixar o país, mesmo com a autorização de
asilo político. “Devemos ser absolutamente claros sobre o fato de que se
recebermos um pedido de salvo-conduto para Assange, depois de ele ter obtido
asilo político [do Equador], este será recusado, de acordo com as nossas
obrigações legais”, diz a nota.
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