terça-feira, 15 de maio de 2012

CPMI DO CACHOEIRA - Tem Raposa cuidando do Galinheiro


O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), é acusado de ser “padrinho” do diretor de Furnas e usar recursos para projetos sociais.

No dia oito de maio de 2011 o jornal Estado de Minas Em Digital, publicou matéria assinada por Maria Clara Prates, acusando o deputado Odair Cunha (PT-MG) de, em aliança com o diretor de gestão corporativa da Hidrelétrica de Furnas, Luiz Fernando Paroli Santos, usufruírem de dividendos políticos e prosperidade financeira. 
Os recursos da estatal para projetos sociais teriam sido empregados para solucionar o problema de locomoção da Pró-Rim – Associação de Renais Crônicos e Transplantados, de Varginha, que foi agraciada com uma ambulância. Em evento oficial, em janeiro de 2009, a entidade agradeceu a doação de Furnas, em atendimento a pedido do deputado Odair Cunha.
A posse para a foto oficial de Paroli e Cunha se repetiu em junho de 2010. Os dois estiveram presentes na inauguração da ampliação da Casa do Menor, em Elói Mendes cidade de Minas Gerais. Novamente, a exitosa parceria se repetiu. Furnas liberou verba para o projeto do petista. A dobradinha beneficiou ainda as cooperativas de Macaúbas e Palmeia, em Muzambinho, especializadas na produção de polvilho, rapadura, açúcar mascavo e cachaça, para ampliar a produção. Juntos, Paroli e Cunha, responsáveis pela liberação dos recursos, experimentaram as iguarias.
Odair Cunha, na verdade, é um político de sucesso. Ele foi eleito deputado federal em 2003, com apenas 27 anos. Natural de Piedade (SP), é formado em direito e atuou como conselheiro jurídico em prefeituras e câmaras do Sul de Minas. Além disso, foi diretor da Rádio Difusora de Campanha até 1999. Naquele ano, começou a ganhar ainda mais cancha política ao atuar como assessor da deputada estadual petista Maria Tereza Lara, na Assembleia Legislativa. Em sua primeira eleição, em 2002, Cunha se elegeu com 34.846 votos. Na legislatura seguinte, foi reeleito com 87,1 mil e saltou para 165.644, em 2010. Um crescimento no número de eleitores de 465%.

Ligações perigosas.

A história da aliança política entre Paroli e Odair Cunha tem um terceiro personagem, o assessor jurídico Francisco Eduardo Moreira, braço direito do diretor de Furnas. Mais conhecido em Elói Mendes como Chiquinho Moreira, ele adquiriu 14 imóveis na cidade, entre terrenos e propriedades rurais, a partir de novembro de 2011. E mais: uma das fazendas, compradas sem qualquer benfeitoria, já recebeu cabeças de gado e um cafezal. A informação é de que apenas um alqueire em Buenos vale R$ 30 mil. Três propriedades rurais compradas pelo assessor, em maio de 2010 e em janeiro, que somam cerca de 29 alqueires, têm valor aproximado de R$ 500 mil no total. Moreira comprou ainda uma revendedora de automóveis, a Mafra Veículos Ltda, localizada em Varginha, na Avenida Plínio Salgado, Bairro Bom Pastor.

O nome de Francisco Moreira não aparece no quadro societário da empresa, mas seu sócio, Márcio de Carvalho Machado, o Marquito, confirma a sociedade. “Ele só vem a Varginha no sábado. Durante a semana, ele fica no Rio de Janeiro”, contou. Na Mafra, a presença de Moreira só é percebida pelo nome de sua mãe, Ruth Beatriz de Oliveira, que consta na relação de sócios da empresa. Outro detalhe chama a atenção: a palavra Mafra nada mais é do que a junção das primeiras sílabas dos nomes de Márcio Carvalho e Francisco Moreira. O sócio do assessor de Furnas já teve outra empresa, que estaria baixada, a Marquito Veículos. No entanto, ela continua funcionando no mesmo endereço, onde é possível confirmar também a parceira de Moreira com Marquito. A única empresa em nome dele é a Elói Gás e Água, que funciona na Avenida Pedro II, 974, a principal da cidade, mas é administrada por um cunhado.

Informática
O padrinho de Moreira, Luiz Fernando Paroli, também tem negócios em Varginha e Elói Mendes , mas em outra área, a de informática, ramo no qual ele iniciou suas atividades profissionais, vendendo computadores. Em Elói Mendes, ele tem sociedade com Elias Ferreira, na PKL Comércio e Prestação de Serviços de Informática. Sebastião Ferreira, pai de Elias, confirma, cheio de orgulho, a parceria do filho com Paroli: “É meu filho que cuida dos negócios dele aqui na cidade. Hoje, ele está para São Paulo, resolvendo problemas da loja”. Ferreira diz ainda que a parceria dos dois teve início há vários anos e rende bons frutos. Em imóveis, o diretor de Furnas tem registrada em seu nome apenas uma confortável casa, no Bairro Jardim Paraíso. Coincidência ou não, Paroli mora na mesma rua do assessor Chiquinho Moreira, a Manoel Pereira Carneiro, números 72 e 156, respectivamente.

Foi também a informática que reuniu, em maio de 2005, o diretor de Furnas ao deputado Odair Cunha. Em sua primeira legislatura, ele se tornou sócio de Paroli na extinta empresa Digidat Informática Ltda, com sede na Avenida Presidente Dutra, 120, Centro de Três Corações. A sociedade durou pouco mais de um ano, com a saída de Cunha da sociedade em 2006, quando a empresa foi extinta. No local, hoje funciona apenas uma loja para venda de produtos naturais. Militante do PT, assim como o deputado Odair Cunha, o diretor de Furnas não conseguiu pegar o jeito político. Em 2004, ele se candidatou a prefeito de Elói Mendes e amargou uma grande derrota. Na disputa, ele ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 2 mil votos.
Com informações de Estado de Minas

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