terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Instituições financeiras projetam inflação de 10,44% este ano e de 6,7% em 2016


A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, subiu  pela 12ª semana seguida, ao passar de 10,38% para 10,44%. Para 2016, a estimativa para o IPCA também subiu: de 6,64% para 6,70%. Essas projeções fazem parte do Boletim Focus do Banco Central (BC), publicação semanal, feita com base em projeções de instituições financeiras.

Devido às dificuldades na política fiscal do governo, o BC espera que a inflação fique na meta somente em 2017. Anteriormente a expectativa era 2016. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada quinta-feira (3), o BC disse que adotará as medidas necessárias para trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5%, sem estourar o teto da meta (6,5%), em 2016. Para 2017, o comitê esperar fazer a inflação convergir para o centro da meta (4,5%).

Antes de adiar o objetivo de levar a inflação ao centro da meta, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Nas reuniões do comitê em setembro, outubro e novembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,91% para 11,04%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 10,77% para 10,80%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi ajustada de 10,32% para 10,77%, este ano.

A projeção para a alta dos preços administrados passou de 17,50% para 17,65%, em 2015, e de 7,08% para 7,35%, em 2016.

A inflação alta vem acompanhada de encolhimento da economia, tanto neste ano, quanto em 2016. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, este ano, passou de 3,19% para 3,50%, este ano, e de 2,04% para 2,31%, em 2016.

A projeção para o dólar permanece em R$ 3,95, ao final deste ano, e em R$ 4,20, no fim de 2016.

Oposição diz que vitória nas eleições é o “início da mudança” na Venezuela


A Mesa da Unidade Democrática (MUD), coligação da oposição, afirmou ontem (7) que a vitória nas eleições parlamentares na Venezuela representa “o início da mudança” no país. “Começou a mudança, Venezuela. Hoje temos razões para celebrar, o país pedia uma mudança, essa mudança começou hoje”, comemorou o secretário executivo da MUD, Jesús Torrealba, após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos resultados oficiais.

A oposição venezuelana conquistou 99 assentos de um total de 167 que compõem a Assembleia Nacional – contra 46 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro, obtendo maioria parlamentar pela primeira vez em 16 anos.

Os dados foram apresentados pela presidente do CNE, Tibisay Lucena, numa aparição pública, horas depois do fechamento das urnas, quando estavam contados 96,03% dos votos.

“O povo falou de forma clara, as famílias venezuelanas estão cansadas de viver as consequências do fracasso” do programa do PSUV, disse o líder da oposição.
A oposição beneficiou-se do forte descontentamento popular na Venezuela com uma crise econômica provocada pela queda do preço do petróleo. O país detém as maiores reservas do produto do mundo, mas está atualmente imerso a uma situação de escassez de alimentos e bens de primeira necessidade.

Os resultados eleitorais traduzem uma virada histórica depois da chegada do poder do "chavismo" (de Hugo Chávez) em 1999, apesar de diversos analistas advertirem que Nicolás Maduro pode tentar limitar os poderes do Parlamento para contrariar esta vitória, arriscando desencadear protestos.

Nicolás Maduro reconhece derrota nas eleições legislativas


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu a derrota da sua formação política, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pela primeira vez em 16 anos, nas eleições legislativas desse domingo (6).

“Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer estes resultados adversos, aceitá-los e dizer à Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram”, afirmou, em declaração divulgada pela televisão, pouco depois do anúncio oficial do resultado, que dá maioria parlamentar de dois terços à oposição.

"Foi um dia longo, com grande jornada de participação, em que quase 75% dos eleitores expressaram o seu voto", disse Maduro. Ele destacou que se trata da 20ª eleição, "de um ciclo profundo de democracia" na Venezuela.

"Sempre temos sabido reconhecer os resultados, em todas as circunstâncias", acrescentou, afirmando que as forças 'chavistas' sempre confiaram no sistema eleitoral do país.

Maduro atribuiu o resultado à "guerra econômica" contra o governo venezuelano.

"Na Venezuela não triunfou a oposição", triunfou "um plano contrarrevolucionário para desmantelar o Estado social-democrático de justiça e de direitos", destacou.

Ele disse ainda que os resultados são vistos pelos socialistas "como uma bofetada para acordar" e apelou aos venezuelanos que os reconheçam pacificamente.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Especialista defende nova estratégia para combate ao Aedes aegypti

Com a situação inédita no mundo de mais de 1.200 casos suspeitos de microcefalia relacionados à infecção pelo vírus Zika no Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gastão Wagner Campos, defendeu que é preciso mudar a estratégia de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue, da chikungunya e do Zika.

Para ele, o país vive uma emergência sanitária. “Temos uma emergência sanitária. Uma parte importante dessas crianças que têm microcefalia morre antes de nascer, na gestação ou logo na primeira infância. outros têm convulsões, problemas neurológicos gravíssimos, deficiência intelectual, motora. É um problema muito grave”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o especialista, o governo brasileiro fracassou no combate ao mosquito e um dos motivos é a falta de coordenação entre as unidades federativas. Ele afirma que a população não pode ser responsabilizada. 

Doutor em saúde coletiva e professor da Universidade Estadual de Campinas, Campos diz que deve haver integração entre os governos municipais, estaduais e federal. “Eu defendo que sejam formados grupos que unifiquem os recursos do Ministério da Saúde, do estado em questão e do município sob um único comando, e que esse grupo possa contar com o apoio das Forças Armadas, para ir de casa em casa apoiando as pessoas a mudar, por exemplo, lajes, pôr calhas, no escoamento de criadouros”.

Segundo o especialista, alguns municípios agem, outros não e, com isso, a infestação pelo mosquito não diminui. De acordo com Campos, a ação de ir de casa em casa ajudando a população a eliminar os criadouros, de ter dia certo para recolher “bagulhos”, tem que durar anos até que a circulação do mosquito registre queda substancial.

Aedes aegypti tem grande capacidade de adaptação, por isso é improvável que se chegue à eliminação do vetor. O professor observou que é possível diminuir drasticamente os criadouros também com sistemas de coleta de lixo mais eficientes e com uma limpeza urbana mais sistemática e rigorosa.

Apesar das críticas ao combate ao mosquito, Campos elogiou o governo pelo alerta rápido sobre as  consequências do vírus Zika. “É muito importante avisar a população sobre os riscos”, disse, acrescentando que é uma decisão prudente, apesar de muito pessoal, adiar planos de gravidez.

No último sábado (5), o governo federal divulgou o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa. Para o primeiro eixo, o documento prevê a mobilização de agentes comunitários a fim de reforçar a orientação à população sobre o combate ao mosquito nas residências. Pelo novo plano, serão feitas mobilizações com agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que, para o controle do vetor, o governo federal vai adquirir e disponibilizar equipamentos para a aplicação de inseticidas e larvicidas e garantir a compra dos insumos. As Forças Armadas e a Defesa Civil vão dar apoio logístico para o transporte e a distribuição de inseticidas e de profissionais de saúde. Os dois órgãos também vão atuar em visitas a residências para eliminação e controle do vetor, além de mobilizações de prevenção, como mutirões.

Obama promete “destruir” o Estado Islâmico em discurso na TV


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu “destruir” o grupo Estado Islâmico , neste domingo (6), em um raro discurso à nação a partir da Casa Branca. “A ameaça do terrorismo é real, mas vamos superá-la”, disse Barack Obama, num discurso transmitido pela televisão, apenas o terceiro que profere a partir da Sala Oval. “Vamos destruir o Estado Islâmico e qualquer organização que tente fazer-nos mal”.

Obama, descreveu, o ataque em San Bernardino, (Califórnia), que deixou 14 mortos, como um “ato de terrorismo”. “Neste momento, não há qualquer indicação de que os atacantes foram dirigidos por um grupo terrorista a partir do estrangeiro”, afirmou Obama, para quem é, contudo, “claro” que o casal que perpetrou o ataque de quarta-feira “seguiu o caminho obscuro da radicalização”, “abraçando uma pervertida interpretação do Islã que apela à guerra contra a América e o Ocidente”.

O presidente também apela para que sejam aprovadas leis mais rígidas para a compra de armas, citando em especial rifles de assalto, para que os americanos estejam mais seguros contra atentados terroristas e contra ações de grupos como o Estado Islâmico.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Dilma lança plano de combate ao Aedes aegypti e de atenção à saúde de bebês

A presidenta Dilma Rousseff lança hoje, no Recife, um plano nacional de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. O objetivo do programa é fornecer diretrizes unificadas a serem seguidas por todos os estados e municípios para combater o vetor da dengue, chikungunya e do vírus Zika. Além da mobilização contra o mosquito, o plano envolverá também ações de atendimento a mulheres e bebês com microcefalia.

Ao lado do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, de prefeitos e de autoridades locais e nacionais ligadas à saúde e à defesa civil, a presidenta participa de uma reunião para discutir o surgimento dos casos de microcefalia. O encontro está previsto para as 10h30, no Comando Militar do Nordeste.

Na sexta-feira (4), ao participar da 15ª Conferência Nacional de Saúde, Dilma disse que lançaria no estado o primeiro teste do plano, que fará um “imenso combate” ao vetor devido às consequências que tem trazido para grávidas que contraem o vírus Zika e para os seus filhos, que acabam nascendo com microcefalia.

“Começou no Nordeste, mas já tem em outras regiões do país. Por isso nós estamos mobilizando os agentes de saúde. Nós estamos mobilizando toda a estrutura da Defesa Civil Nacional. Nós estamos mobilizando, da parte do governo federal, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, para nos ajudar nessa ação de prevenção ao vírus Zika”, disse a presidenta.

Na última quarta-feira (2), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que também estará presente no evento, disse que dos 646 casos de microcefalia registrados em Pernambuco, cerca de 150 foram confirmados.

A escolha do local para o lançamento do plano está diretamente relacionada à quantidade dos casos de microcefalia em cada estado. Até o dia 28 de novembro, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia identificados em 311 municípios de 14 estados. Pernambuco tem o maior número de casos (646), seguido da Paraíba (248), do Rio Grande do Norte (79), de Sergipe (77), de Alagoas (59), da Bahia (37), do Piauí (36), do Ceará (25), do Maranhão (12), do Rio de Janeiro (12), de Tocantins (12), de Goiás (2), do Distrito Federal (1) e do Mato Grosso do Sul (1).

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