Por Juan
Fernando Carpio,
Imagine que um
grupo de vizinhos em seu bairro — que foram eleitos ou que se auto-elegeram
governantes — decidem que ninguém, exceto eles, pode fornecer serviços de
segurança e de resolução de contendas judiciais.
E não apenas
isso: além de estipularem e imporem taxas para custear gastos com iluminação,
ruas e manutenção de todas as instalações e infraestruturas com as quais já nos
acostumamos, suponha também que comecem a cobrar uma porcentagem do salário dos
solteiros para pagar pela educação de quem tem filhos, uma porcentagem dos
salários dos que têm um estilo de vida saudável para custear a saúde de quem
quiser tais serviços gratuitamente, uma porcentagem do salário de todos para
criar programas de fomento à cultura e para conceder empréstimos subsidiados a
determinadas empresas, a criar empregos na administração do bairro para seus
militantes — novamente, à custa de todos os vizinhos —, e a controlar toda uma
série de elementos da própria vida das famílias.
Não é
necessária muita imaginação para se criar novas justificativas para que o
estado continue tomando dinheiro das pessoas com o intuito de financiar novos
programas. E foi exatamente nisso que o estado se transformou para os
latino-americanos ao longo das últimas gerações. Na maioria dos países do
continente, já no final da década de 1970, o estado era eletricista, encanador,
engenheiro, médico, professor, conselheiro matrimonial e familiar, e, acima de
tudo, uma casa de beneficência.