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Moniz Bandeira |
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
A Folha e os jornalistas interditados
A Folha e os jornalistas interditados
Por Leandro Fortes, no blog Brasília, eu vi:
As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.
Baseados na falsa noção de que o jornalista deve ser isento, as grandes empresas de comunicação criaram normas internas cada vez mais rígidas para impedir a livre manifestação dos jornalistas nas redes sociais e, assim, evitar o vazamento do clima sufocante e autoritário que por muitas vezes permeia o universo trabalhista da mídia. Em suma, a opinião dos jornalistas e, por analogia, sua função crítica social, está sendo interditada.
Recentemente, a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, opinou que jornalista não deveria ter Twitter pessoal. Usou como argumento o fato de que, ao tuitar algo “ofensivo”, o jornalista corre o risco de, mais para frente, ter que entrevistar o ofendido. A preocupação da ombudsman tem certa legitimidade funcional, mas é um desses absurdos sobre os quais me sinto obrigado a, de vez em quando, me debruçar, nem que seja para garantir o mínimo de dissociação entre a profissão, que tem caráter universal, e os guetos corporativos onde, desde os anos 1980, um sem número de manuais de redação passaram a ditar todo tipo de norma, inclusive comportamental, sobretudo para os repórteres.
Suzana Singer deu um exemplo prosaico, desses com enorme potencial para servir de case em cursinhos de formação de monstrinhos corporativos que pululam nas redações:
“Hoje o jornalista pode estar em um churrasco, com os amigos, e ser ofensivo com os palmeirenses porque eles ganharam o jogo de domingo. E na semana seguinte ele tem que ir entrevistar o presidente do Palmeiras. Ou seja, é uma situação muito desagradável, que poderia ter sido evitada se o repórter tivesse a postura adequada de não misturar as coisas. Não tem como ter dupla personalidade, separar a sua vida pessoal da profissional, assim como não dá para ter duas contas no twitter”.
Bom, primeiro é preciso esclarecer duas coisas, principalmente para os leitores desse blog que não são jornalistas: é possível, sim, separar a vida pessoal da profissional; e, claro, dá para ter duas contas no twitter. Essa história de que jornalista tem que ser jornalista 24 horas é a base do sistema de exploração trabalhista que obriga repórteres, em todo o Brasil, a trabalhar sem hora extra, ser incomodado nas férias e interrompido nos fins de semana, como se fossem cirurgiões de guerra. Também é responsável, na outra ponta, por estimular jornalistas que se tornam escravos de si mesmo, ao ponto de, mesmo em festas de crianças e batizados de bonecas, passarem todo tempo molestando alguma fonte infeliz que calhou de freqüentar o mesmo espaço.
A interdição imposta aos jornalistas pelas empresas de comunicação tem servido, entre outras coisas, para a despolitização das novas gerações de repórteres, instadas a acreditar que são meros repassadores de notícias e tarefeiros de redações. Desse triste amálgama é que surgem esses monstrinhos entusiasmados com teses fascistas, bajuladoras profissionais e bestas-feras arremessados sobre o cotidiano como cães raivosos, com carta branca para fazer, literalmente, qualquer coisa.
Não causa mais estranheza, mas é sempre bom expor o paradoxo dessa posição da ombudsman, que não é só dela, mas do sistema na qual ela está inevitavelmente inserida, desde que o pensamento reacionário e de direita passou a ser bússola fundamental da imprensa brasileira. Digo paradoxo porque o mesmo patronato que confunde, deliberadamente, liberdade de expressão com liberdade de imprensa, para evitar a regulação formal da atividade midiática, é esse que baixa norma sobre norma para impedir seus funcionários de se manifestarem no ambiente de total liberdade das redes sociais, notadamente o Twitter e o Facebook. Não o fazem, contudo, por zelo profissional.
Essa interdição visa, basicamente, evitar que os jornalistas opinem, publicamente, sobre a própria rotina e, assim, exponham as mazelas internas das corporações de mídia. Ou que expressem opiniões contrárias à de seus patrões. Foi assim, por exemplo, no caso da bolinha de papel na cabeça de José Serra, na campanha de 2010. Aquela farsa ridícula foi encampada, sem nenhum respeito ao cidadão consumidor de notícia, por quase toda a imprensa, por imposição editorial. Diversos colegas jornalistas, alguns que sequer conheço, me mandaram mensagens (um me abordou numa livraria de Brasília) implorando para que eu tratasse do assunto nas redes sociais. Todos me informaram que seriam demitidos sumariamente se contestassem, no Twitter e no Facebook, a tese patética do segundo ataque com um rolo de fita crepe. Todos, sem exceção.
A ética do jornalista é a ética do cidadão, dizia um grande jornalista brasileiro, Cláudio Abramo, aliás, responsável pela modernização de O Estado de S.Paulo e da Folha, nos anos 1960 e 1970. Portanto, nada mais natural que tenha o jornalista os mesmos direitos do cidadão, aí incluído o de se expressar. Impedi-lo, sob um argumento funcional, de exercer seu direito de opinião e crítica é, no fim das contas, mais um desses sinais de decadência moral da mídia brasileira. E, claro, retrato fiel do que ela se tornou nos últimos anos. Celeiro : http://sopadeblogs.blogspot.com/
sábado, 3 de setembro de 2011
PT aprova texto preliminar com proposta de regulação da mídia
Militantes e dirigentes aprovaram
neste sábado, durante o 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT) em
Brasília, texto preliminar que faz duros ataques à "mídia
conspiradora" e que propõe um marco regulatório para os meios de
comunicação como forma de combater a "partidarização" e a
"parcialidade" da imprensa. A proposta faz parte da resolução
política e ainda poderá receber adaptações até ter seu conteúdo fechado neste
domingo.
"A crescente partidarização, a
parcialidade, a afronta aos fatos como sustentação do noticiário preocupam a
todos os que lutam por meios de comunicação que sejam efetivamente
democráticos. Por tudo isso o PT luta por um marco regulatório capaz de
democratizar a mídia no País", diz trecho do documento preliminar do PT.
No texto, o partido relembra a
inexistência de uma Lei de Imprensa ¿ em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF)
a considerou incompatível com a Constituição - e diz que atualmente alguns
veículos fazem um "jornalismo marrom (...) que deve ser responsabilizado
toda vez que falsear os fatos ou distorcer as informações para caluniar,
injuriar ou difamar".
"Para nós é questão de
princípio repudiar, repelir e barrar qualquer tentativa de censura e restrição
à liberdade de imprensa. Mas o jornalismo marrom de certos veículos, que às
vezes chega a práticas ilegais, deve ser responsabilizado toda vez que
falsear os fatos ou distorcer as informações para caluniar, injuriar ou
difamar", diz trecho do texto básico.
"A inexistência de uma lei de
Imprensa, a não regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam
da propriedade cruzada de meios, o desrespeito aos direitos humanos presente na
mídia, o domínio midiático por alguns poucos grupos econômicos tolhem a democracia,
silenciam vozes, marginalizam multidões, enfim, criam um clima de imposição de
uma única versão para o Brasil", completa o partido.
Na abertura do Congresso do PT nesta
sexta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ex-ministro
e deputado cassado José Dirceu. Alvo de uma reportagem de revista Veja o
ex-ministro foi retratado como um político que teria um gabinete informal em um
hotel de Brasília para "conspirar" contra o governo Dilma. Neste
domingo, Dirceu deve receber uma moção de desagravo no congresso petista.
Independentemente da crítica à
imprensa, o Congresso do PT também prevê manter em seu documento final o
repúdio ao polêmico projeto que criminaliza práticas cometidas por meio da
internet. "Nosso repúdio ao projeto 84/99, que se originou e tramita no
Senado, o AI-5 digital, pois pretende reprimir a livre expressão na
blogosfera", diz o texto.
Pelo projeto relatado pelo deputado
Eduardo Azeredo (PMDB-MG), por exemplo, passa a ser crime a divulgação ou
utilização indevida de informações e dados pessoais por hackers ou usuários
comuns. Para o PT, o projeto que classificam como AI-5 Digital merece críticas
no que diz respeito ao armazenamento pelo prazo de três anos de dados de
endereçamento eletrônico de computadores, classificado pelos opositores do
texto como quebra de privacidade, e à adoção de penas de reclusão muito altas
para delitos que não comportariam a mesma gravidade.
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Bate Papo no Facebook
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André Caregnato Sobre a
necessidade de um Controle Social da Mídia (como já acontece nos países de 1°
mundo)
2) DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO
"O direito à comunicação é um
dos pilares centrais de uma sociedade democrática. Informação é poder e a
qualidade da informação ou o nível de informação de um povo influencia direta e
necessariamente a qualidade do processo democrático. Não é possível falar em
democracia plena com um cenário de concentração dos meios de comunicação como o
brasileiro. Hoje no país, nove famílias controlam os principais jornais,
revistas e emissoras de rádio e TV. Nove têm
liberdade e 180 milhões de pessoas têm que aceitar o que lhes é imposto por poucos. A concentração inviabiliza o princípio de uma sociedade democrática, bem informada e com capacidade de analisar criticamente a informação, porque sufoca a pluralidade de visões e a diversidade de meios de produção de comunicação, elementos constituintes da esfera pública. Por isso, o combate à concentração da propriedade é chave para a democratização da comunicação no Brasil.
liberdade e 180 milhões de pessoas têm que aceitar o que lhes é imposto por poucos. A concentração inviabiliza o princípio de uma sociedade democrática, bem informada e com capacidade de analisar criticamente a informação, porque sufoca a pluralidade de visões e a diversidade de meios de produção de comunicação, elementos constituintes da esfera pública. Por isso, o combate à concentração da propriedade é chave para a democratização da comunicação no Brasil.
Atualmente, as concessões são
renovadas quase que automaticamente e têm sido historicamente, distribuídas
segundo interesses políticos. É preciso estabelecer o controle público também
para as concessões dos meios, garantindo a pluralidade necessária para a
consolidação da democracia. A legislação brasileira deve prever o limite de
propriedade, como acontece em muitos países do mundo, incluindo aí o controle
da propriedade cruzada e da audiência potencial. Somente o estabelecimento de limites
à propriedade não é suficiente, porque a disputa entre os grandes e os pequenos
é hoje extremamente desigual. Na busca do equilíbrio de forças, é preciso
estimular a chamada mídia alternativa. Assumir as conseqü.ncias
das diferenças econômicas e interferir nesse processo é o primeiro passo para
combater a desigualdade. Também a regionalização de parte significativa da
produção cultural, artística e jornalística das emissoras é fundamental para o
estímulo às culturas locais e para a abertura de novos mercados de trabalho. A
abertura de espaço na grande mídia para produções independentes é um outro
elemento no combate à desigualdade, ao permitir que pequenos/as produtores/as
também tenham voz.
É preciso democratizar os meios de produção e difusão da comunicação que, numa sociedade democrática, pertence ao povo.
Seu espaço é necessariamente público
e o único poder legítimo para regular suas práticas emana da coletividade, que
é quem deveria decidir sobre as questões relacionadas ao tema. Infelizmente, a
organização do espaço público de comunicação no Brasil fez-se até hoje sem a
imprescindível participação popular. E mais sem entender que sociedade e
comunicação democráticas são indissociáveis, porque pertencem ao mesmo universo
e sua relação não pode ser dissolvida. Se a comunicação exerce um papel
fundamental para a realização plena da cidadania e da democracia brasileira, a
democratização da comunicação representa condição fundamental para o efetivo
exercício da soberania popular.
Assumir a comunicação como um
direito fundamental significa reconhecer o direito de todo ser humano de ter
voz, de se expressar.
Entendê-la como um direito é
entender que é preciso elaborar e implementar políticas públicas que o garantam
enquanto tal. Por isso propomos a implementação do art. 223 da Constituição
Federal que prevê a criação do sistema público de comunicação.
PROPOSTAS:
1. Criação do Sistema Público de Comunicação:
Defendemos a criação do Sistema
Público de comunicação conforme prevê o Art. 223 da Constituição Federal de
1988, complementarmente aos sistemas privado e estatal. Hoje, o Sistema
Público, não-comercial e não-estatal, inexiste, tornando o ambiente da
radiodifusão desequilibrado, baseado exclusivamente em interesses privados.
Para que a comunicação possa acontecer livre de interesses comerciais ou
políticos, é necessário equilibrar a proporção entre estes sistemas, criando
emissoras públicas fortes e criar condições para o surgimento de emissoras sem
fins lucrativos, vinculadas às organizações da sociedade civil e instituições
de caráter público – como as comunitárias - garantindo mecanismos de
financiamento e autonomia de gestão.
2. Criação de Centrais Públicas de
Comunicação :
Como parte de um sistema público de
comunicação, é necessária uma política de apropriação da mídia pela população,
baseada na criação de centrais públicas de comunicação que possibilitem o
exercício da produção e distribuição de conteúdos em diversas linguagens, seja
para Rádio, TVs e outros. De forma articulada, os veículos que fazem parte do
sistema público deverão manter espaços em suas programações para exibir a
produção gerada nessas centrais.
3. Controle Social do Sistema de
Comunicação:
Defendemos o controle social sobre
os meios de comunicação que visa a democratizar e dar transparência à
formulação e ao acompanhamento das medidas de restrição (controle III. Eixos e
propostas 31 de propriedade) e de promoção (sistema público e estímulo à
diversidade). Tais medidas constituem-se na criação de espaços públicos de
deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais,
que têm como função fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor
correções e sanções. Este controle engloba o controle público de propriedade
dos meios de comunicação, das concessões e do conteúdo. O combate à
concentração da propriedade é chave para a democratização da comunicação no
Brasil. O controle público não se dá somente sobre os veículos, mas sobre os
processos de formulação, deliberação e acompanhamento das políticas públicas da
área.
Para que o controle social aconteça
de forma participativa, defendemos:
a) Controle de conteúdo:
Por estarem ligados diretamente à
formação de valores e de idéias nas definições dos rumos da coletividade, e por
lidarem com bens de administração estatal (o espectro por onde transitam as
ondas de rádio e TV), os meios de comunicação têm uma responsabilidade para com
a sociedade.Esse compromisso compreende o atendimento de finalidades culturais
e educativas, conforme diz a Constituição (Art. 221) e a coibição de abusos na
produção e difusão de informação e cultura. Diferentemente da censura, em que
um poder ou classe tem o poder arbitrário de impedir a veiculação de conteúdos,
o controle de conteúdo é a subordinação dos meios de comunicação ao interesse
público.
b) Criação de Conselhos de Comunicação Social:
Defendemos o controle público sobre
os meios de comunicação, principalmente, pelos Conselhos de Comunicação Social
estruturados nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).
Tais conselhos devem constituir-se como espaços públicos de deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais, com a função de fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor correções e sanções ao conteúdo veiculado pela mídia, além de democratizar e dar transparência à formulação e o acompanhamento das políticas da área. As concessões e renovações de rádios e TVs devem ser aprovadas pelos conselhos. Para isso é necessário rever a lei que cria o Conselho de Comunicação Social
Tais conselhos devem constituir-se como espaços públicos de deliberação, composto por ampla representação de segmentos políticos e sociais, com a função de fiscalizar os detentores de concessões públicas, propor correções e sanções ao conteúdo veiculado pela mídia, além de democratizar e dar transparência à formulação e o acompanhamento das políticas da área. As concessões e renovações de rádios e TVs devem ser aprovadas pelos conselhos. Para isso é necessário rever a lei que cria o Conselho de Comunicação Social
c) Realização regular de
Conferências de Comunicação:
O controle público não se dá somente
sobre os veículos e o seu conteúdo, mas sobre o processo de formulação,
deliberação e acompanhamento das políticas públicas da área. Para que isso
aconteça de forma participativa, além da criação de conselhos, a realização de
conferências nos três âmbitos da federação, com participação da sociedade
civil, é fundamental. Faz-se necessário, portanto, convocar de imediato a 1ª
Conferência Nacional das Comunicações e que esta seja reconhecida como espaço
legítimo para a discussão e definição de uma Lei Geral das Comunicações.
d) Fim do monopólio e oligopólio nas
comunicações:
32 O § 5º do Artigo 220 da
Constituição Federal estabelece que “os meios de comunicação social não podem,
direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Defendemos a
criação de dispositivo legal que impeça concentração de propriedade vertical de
veículos, ou seja, que um mesmo grupo possa controlar emissoras de rádio e
televisão além de jornais e/ou revistas, empresa de TV a cabo e internet no
mesmo mercado.
e) Proibição de que parlamentares
sejam concessionários de emissoras de rádio e TV: Sobre o processo de
concessões, é preciso fazer valer de imediato o dispositivo legal que impede
que parlamentares sejam concessionários de radiodifusão (Art. 54 da CF).
4. Fortalecimento das rádios e TVs
comunitárias:
Defendemos a valorização desses
meios, com a anistia dos processos criminais contra as emissoras e seus
dirigentes. Defendemos também a mudança de legislação que se refere às rádios e
TVs comunitárias, para que atenda às demandas da sociedade e ao direito humano
a comunicação. No plano da sustentabilidade dos veículos comunitários, devemos
garantir mecanismos de financiamento regular tais como a destinação de um
percentual da publicidade estatal para esses meios.
5. Instituição do Direito de Antena:
De imediato, conferir caráter público ao sistema de comunicações no país exige
a instituição do direito de antena para organizações da sociedade civil, que
consiste na abertura de espaços nas programações dos meios de comunicação já
outorgados para mensagens dessas entidades. Para tal, é preciso estabelecer
critérios para definir quais organizações podem ocupar esse espaço e de que forma
ele pode ser ocupado.
6. Criação de mecanismos que
garantam a diversidade e a pluralidade de conteúdos: Os meios de comunicação
devem ter responsabilidade para com a sociedade que compreende o atendimento às
finalidades culturais e educativas, conforme estabelece a Constituição (Art.
221), a coibição de abusos na produção e difusão de informação e cultura e a
garantira de que os meios de comunicação reflitam a diversidade regional,
étnico-racial, de gênero, orientação afetivo-sexual, crença e de região, além
da representação de outros grupos minoritários, como pessoas com deficiência.
III. Eixos e propostas 33
7. Outras políticas públicas: A
democratização da informação e da comunicação pressupõe o livre acesso dos/as
cidadãos/as a todas as formas e meios de produção, difusão e compartilhamento
de informações. Defendemos:
a) a criação de política pública de
inclusão digital, criandocondições para a democratização do acesso aos
hardwares e livre acesso a redes em banda larga.
b) o incentivo ao uso e desenvolvimento
de software livre e outras tecnologias livres. Tal incentivo pode e deve ser
feito pela adoção de software livre pela máquina estatal, nos três poderes e
esferas de poder. c) a educação para a mídia. Para além do acesso e capacitação
para a produção, é preciso incentivar uma relação entre sociedade e mídia que
seja emancipadora, o que exige políticas que promovam a educação para a mídia e
leitura crítica.
8. Propagandas oficiais: Defendemos
a proibição de propagandas oficiais pagas em meios de comunicação privados e
essas devem ser eminentemente educativas e formativas."
- Cartilha da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política ampla e democrática - páginas 29-33.
Link para download da cartilha: http://encurta.com/a9f30EVer mais
Fernanda Tardin guenta
firme compas..... a milicada vai soltar a macacada feroz nas 'plenarias'
fascistas de noticias requentadas e sem saberem debater, argumentar. Foi dada a
largada pra baixaria. Não acatem, vamos seguir formando e informando. SIM, NÓS
PODEMOS. Juntos somos fortes, O POVO NO PODER.
Fernanda Tardin e se o
sol esfriar a culpa é do 'sapo barbudo', já sabem né? rsrs bora UM OUTRO MUNDO
É POSSIVEL. Abaixo a mídia golpista
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Recursos para a saúde podem vir do fundo social do pré-sal
A petista acha que a Emenda 29, que trata da destinação de recursos para a saúde, não resolverá o problema. De acordo com ela, o governo já cumpre o que está determinado no projeto.
"A Emenda 29 não resolve as demandas da população por saúde de qualidade."
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que o governo aceitaria um novo imposto para a saúde, mas essa seria apenas uma das possíveis alternativas para a destinação de mais recursos ao setor. Vaccarezza disse que o governo quer discutir essas alternativas com a sociedade.
À tarde, Dilma foi recebida na Bienal do Livro do Rio com um protesto de servidores em greve. Entoando palavras de ordem contra a política educacional do governo, um grupo de servidores federais da área de educação - que estão em greve - e estudantes secundaristas aguardavam ontem a chegada da presidente ao Riocentro.
Emenda 29
A regulamentação da Emenda 29, que fixa os percentuais mínimos que União, estados e municípios devem investir obrigatoriamente em saúde, será votada no dia 28 de setembro sem a definição sobre a origem dos recursos. A ideia é votar o texto base e deixar para depois o debater com a sociedade e com os partidos sobre a fonte de
financiamento, segundo informou o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP). O petista destacou, no entanto, que é preciso encontrar uma "fonte de financiamento justa, mas que não sobrecarregue a sociedade".
Uma das fontes poderá vir do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre cigarros e bebidas alcoólicas ou ainda do Seguro por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), obrigatório para os donos de automóveis. O entendimento é que produtos que causam danos à saúde e ajudam a congestionar o sistema de atendimento público devem contribuir com o pagamento das despesas do setor. O governo descarta, no entanto, regularizar os jogos de azar no País como forma de destinar recursos para a saúde, apesar dos esforços da chamada "bancada do bingo".
"O governo não tem posição favorável aos jogos. Não achamos que pode ser uma fonte saudável para a saúde", disse o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que participou ontem de uma reunião com a bancada do PT na Câmara.
Carvalho afirmou que o governo tem tratado "com muito cuidado" a questão da regulamentação da Emenda 29 e que não há uma posição quanto a propostas de criação de um novo imposto, nos moldes da extinta CPMF, para garantir o financiamento do setor de saúde.
"O Executivo não tem uma posição firmada em relação a essa fonte", afirmou Carvalho.
Jogos de azar
O governo descarta, no entanto, regularizar os jogos de azar no país como forma de destinar recursos para a saúde. "O governo não tem posição favorável aos jogos. Não achamos que pode ser uma fonte saudável para
a saúde", disse o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Erro na emenda
Com o objetivo de retardar a votação da Emenda 29, que trata da destinação de recursos para a saúde, o governo adotou a estratégia de superestimar um erro no projeto. O erro, segundo deputados da base, refere-se ao percentual que os Estados devem gastar com saúde. Texto aprovado na Câmara dos Deputados diz que os governadores não precisariam incluir no cálculo de investimentos o repasse do Fundeb para os municípios. O problema só foi registrado três anos após a aprovação do texto principal.
Preocupado com o financiamento da Saúde, o titular da pasta, Alexandre Padilha, em reunião com líderes da base aliada no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apelou aos partidos que não aprovem a Emenda 29 sem que haja a criação de uma nova fonte de recursos destinados à saúde.
O ministro explicou que, da forma que a proposta está, a saúde perderá R$ 6 bilhões, o que terá forte impacto nas finanças dos estados.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Líder do PT quer propor que STF julgue cassação de mandatos
Paulo Teixeira diz ser difícil julgar colegas que 'convivem 24 horas'.
Nesta terça, a Câmara absolveu a deputada Jaqueline Roriz de processo.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), disse nesta quinta-feira (1º) que estuda elaborar um projeto para que seja de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) a análise de processos de cassação de mandato de deputados, e não mais responsabilidade da Casa. Segundo o líder, o “espírito de corpo” dificulta o julgamento entre os próprios colegas.
“Os deputados convivem o dia todo, 24 horas, fica difícil um julgamento”, afirmou o deputado.
O líder do PT afirmou que vai analisar a questão nos próximos dias para saber a melhor forma de apresentar a ideia, por projeto de lei ou emenda à Constituição. Perguntado se já havia informado à bancada sobre a proposta, Teixeira disse: “Vou costurar isso nos próximos dias”.
Para alguns parlamentares, o voto secreto e o “espírito de corpo” da Câmara contribuíram para a preservação do mandato de Jaqueline.
“Não houve mobilizaçao pública sobre a questão, e o Congresso tem poderoso espírito de corpo", afirmou o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra.
“Os deputados convivem o dia todo, 24 horas, fica difícil um julgamento”, afirmou o deputado.
O líder do PT afirmou que vai analisar a questão nos próximos dias para saber a melhor forma de apresentar a ideia, por projeto de lei ou emenda à Constituição. Perguntado se já havia informado à bancada sobre a proposta, Teixeira disse: “Vou costurar isso nos próximos dias”.
saiba mais
Na terça-feira, em votação secreta, o plenário da Câmara dos Deputados, absolveu, por 265 votos a 166 e 20 abstenções, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) do processo que pedia cassação de seu mandato.Para alguns parlamentares, o voto secreto e o “espírito de corpo” da Câmara contribuíram para a preservação do mandato de Jaqueline.
“Não houve mobilizaçao pública sobre a questão, e o Congresso tem poderoso espírito de corpo", afirmou o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra.
Tese da defesa de Jaqueline Roriz ‘não tem consistência’, diz relator
Carlos Sampaio afirma que cassação da deputada é ‘medida necessária’.
Deputados votam cassação de Jaqueline Roriz nesta terça-feira.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que apresentou relatório no Conselho de Ética recomendando a cassação do mandato de Jaqueline Roriz (PMN-DF), afirmou nesta terça-feira (30) que a tese da defesa da parlamentar “não tem nenhuma consistência”.Jaqueline Roriz responde a processo por quebra de decoro parlamentar depois de ter sido gravada, ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
O advogado de defesa da deputada, José Eduardo Alckmin, argumenta que Jaqueline Roriz “não se encontrava no exercício de qualquer mandato, especialmente de deputada federal quando ocorreram os fatos, em 2006”. Esta será a tese utilizada pelo advogado para convencer os deputados a absolvê-la.
De acordo com Sampaio, “o fato de ela [Jaqueline Roriz] ter praticado essa conduta em 2006 não importa, o que importa é que ele veio à luz esse ano”.
“Houve uma afronta ao Parlamento pelo comportamento indigno da deputada e portanto a cassação é medida necessária”, afirmou.
Segundo o relator do caso, “o ato indecoroso é praticado contra o Parlamento. Portanto, quando você afasta um deputado que praticou um ato indecoroso, você o afasta para proteger a imagem do Parlamento”.
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