A
defesa do presidente Michel Temer argumentou hoje (20) ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que a perícia no áudio entregue pelo empresário Joesley Batista à
Procuradoria-Geral da República (PGR) é necessária para justificar a
investigação contra o presidente.
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Na
petição, o advogado Antonio Mariz de Oliveira pede ao ministro Edson Fachin a
suspensão do inquérito aberto na quinta-feira (18) para apurar a conduta
de Temer até que a realização de uma perícia que ateste a veracidade dos
diálogos entre Temer e Joesley Batista, em março, no Palácio do Jaburu. Para
Mariz, não existem indícios mínimos de que o presidente teria cometido crimes.
"Salta
aos olhos não existir indícios mínimos, o mais frágil e inconsistente que seja,
na narrativa ministerial, baseada na gravação da conversa, da prática do citado
crime. Houve mera interpretação por parte do órgão acusador, sem nenhum apoio
fático", argumenta a defesa.
Mais
cedo, em pronunciamento à nação, o presidente Michel Temer anunciou o
recurso ao Supremo, questionou a legalidade da gravação e disse que há muitas
contradições no depoimento de Joesley Batista, como a informação de que o
presidente teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha, que está preso em Curitiba.
“Não
existe isso na gravação, mesmo tendo sido ela adulterada. E não existe porque
nunca comprei o silêncio de ninguém. Não obstruí a Justiça e não fiz nada
contra a ação do Judiciário”, disse Temer.
PGR
Ao
enviar o pedido de abertura de investigação sobre o presidente ao STF, a PGR
informou ao ministro Edson Fachin que o áudio foi analisado de forma preliminar
"sob a perspectiva exclusiva da percepção humana". De acordo com o
processo, "não houve auxílio de equipamentos especializados na avaliação
dos áudios.
Na
decisão em que autorizou a investigação contra Temer, Fachin não analisou a
legalidade da gravação sob o ponto de vista de possíveis edições, no entanto, o
ministro entendeu que Joesley Batista poderia gravar sua conversa com
terceiros.
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