A 24ª etapa da
Operação Lava Jato movimentou os corredores da Câmara dos Deputados, bem como
os próprios partidos políticos, seja com a oposição defendendo o impeachment da
presidenta Dilma Rousseff ou a base aliada criticando a ação da Polícia Federal
e classificando-a de ação política.
Na Câmara dos
Deputados, lideranças oposicionistas manifestaram apoio à ação da Polícia
Federal de hoje (4), como a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Já os governistas defenderam o posicionamento de que a nova
etapa comprova o aspecto político da operação.
O PSB divulgou
nota em que reafirma a “sua postura crítica em relação ao governo federal”. O
partido reiterou sua intenção em “marchar em definitivo para a oposição a este
governo”, segundo nota assinada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira,
para quem a mudança deverá ser aprovada pela Executiva Nacional.
O deputado
José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que esta sexta é um “dia histórico” que
representará o “renascimento da República Brasileira”, com o Brasil mostrando
ao mundo que “ninguém está acima da lei em nosso país”.
Também por
meio de nota, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP),
defendeu a mobilização da oposição para votar o impeachment no Congresso
Nacional, e conclamou a população a sair às ruas para se posicionar em defesa
da investigação da Operação Lava Jato.
O líder do
PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que a nova fase da Lava Jato
trouxe à luz “a existência de uma organização criminosa”, o que, segundo ele,
representa “o começo do fim desse projeto”. Para ele, há reforço tanto o
processo de impeachment da presidente Dilma em discussão na Câmara, como nas
ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral, que apuram o financiamento
da campanha da presidenta à reeleição.
Vice-presidente
nacional do PSDB, Carlos Sampaio (SP) disse que Lula “sempre foi o maior
responsável por esses anos todos de corrupção” e que agora chegou a hora dele
prestar contas à Justiça. O ex-líder da oposição na Câmara dos Deputados,
Bruno Araújo (PSDB-PE) defendeu a retomada do processo de impeachment da
presidenta Dilma na Câmara, antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal concluir
sua avaliação sobre o caso.
Mais cedo, o
líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), disse que a condução
de Lula para prestar depoimento confirma que a Lava Jato é uma operação
política e ilegal. “Ilegal porque o ex-presidente Lula prestou depoimento
sucessivas vezes e não há nenhuma pista e nem prova contra ele”.
O petista
avalia que existe uma ação politicamente coordenada com a oposição porque a
tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff teria perdido força.
“Estaremos em vigília em todos os estados durante o dia e tomaremos um conjunto
de iniciativas para defender a democracia e o presidente Lula”, adiantou.
Deputados e
senadores do PT foram a São Paulo para uma reunião no Diretório Nacional com o
presidente da legenda, Rui Falcão. A ideia é discutir o cenário político diante
da repercussão da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral
(PT-MS) e para prestar solidariedade ao ex-presidente Lula. Uma das maiores
preocupações no partido, neste momento, é mobilizar a militância em defesa do
ex-presidente e da presidenta Dilma Rousseff.
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