segunda-feira, 10 de junho de 2013

Alberto Goldman pegou carona na queda da popularidade de Dilma e disse que o PT é incapaz de enfrentar dificuldades

Alberto Goldman vice-presidente nacional do PSDB - “Interessa acabar com fase do PT”

Ante a queda de oito pontos na popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo pesquisa feita pelo Datafolha e publicada ontem, o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, disse que isso é reflexo da “incapacidade do PT de enfrentar dificuldades”.

Em entrevista concedida ao jornal A Tribuna na manhã de ontem (09/06), ele chegou a classificar de “amadorístico” o governo federal. Na pesquisa, 57% dos entrevistados avaliaram como ótimo ou bom o governo de Dilma. Em pesquisa anterior o índice era de 65%.


Goldman chega hoje ao Estado do ES para palestra sobre “conjuntura política atual e as perspectivas para 2014”, como resumiu, às 19h30, no auditório do Sindicato dos Ferroviários, em Santa Luiza, Vitória.

A TRIBUNA — Que avaliação faz da oposição hoje no País?

ALBERTO GOLDMAN — Acho que passamos uma fase muito difícil. Enfrentamos a força do PT comandado por um líder carismático e absolutamente inescrupuloso que é o Lula. E infelizmente sofremos os efeitos dessas dificuldades.  Agora acho que nós também estamos nos recuperando bem.
Acho que as nossas possibilidades colocadas são bastante razoáveis.

AT - Ontem foi publicada pesquisa sobre queda da popularidade de Dilma e subida (de 10% para 14%) do senador Aécio Neves (PSDB). A que o senhor atribui esse resultado?

AG - Pesquisas em si sobre popularidade, sobre candidatos nessa fase, a um ano e meio das eleições, têm muito pouco significado. Mas ela representa um fato real que estamos sentindo há meses e que começa a refletir também nessas pesquisas que é a descrença que a população começa a ter em relação ao governo que está aí.  u seja, a fragilidade do governo, a incapacidade de enfrentar dificuldades, a desaceleração do quadro econômico e problemas no quadro político envolvendo o PT com episódios que já conhecemos. Nos últimos meses está ficando mais claro que começaram a existir problemas gravíssimos em várias áreas, a começar pela inflação, aumento do custo de vida, principalmente na área de alimentos, afetando as populações de poder aquisitivo mais baixo.
Soma a isso a indústria sendo destruída já há anos, a produtividade muito baixa para a competição dos nossos produtos, o quadro externo bastante ruim. Estamos vendendo cada vez menos, somos obrigados a comprar cada vez mais, o valor dos pagamentos começa a ficar deficitário, ós estamos dependendo da entrada de capital externo para poder cobrir o nosso déficit.

AT - As pessoas notam isso?

AG - Começam a perceber. O fato de se ter uma queda na pesquisa é exatamente consequência desse modelo. Não chega a ser um modelo, é um trabalho quase amadorístico do governo, não tem soluções para absolutamente nada, tem uma infraestrutura no País extremamente ineficiente e não consegue resolver nada.

AT - Qual a avaliação que o senhor faz dos possíveis candidatos ao governo federal?

AG - Eles são importantes dentro de todo o debate político. É bom que nós tenhamos mais candidatos, candidatos com seriedade, que tenham respeitabilidade. Hoje os prováveis candidatos Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva são pessoas respeitáveis. O fato de elas participarem do processo eleitoral, expor suas opiniões, provocar o debate sobre a vida política e
econômica do País é importante.

AT - E sobre Aécio Neves?

AG - Eu não estou muito preocupado com o nome específico. Para nós o que importa é a candidatura que vai representar a oposição. Se for Aécio o nome, melhor. Se for um candidato do PSDB, evidentemente melhor.

AT - Então pode ser que o PSDB possa apoiar outro candidato?

AG - Não é o quadro que se coloca, que se apresenta agora. Provavelmente não. Provavelmente o candidato do PSDB vai ser o mais forte porque foi oposição esses anos todos. É natural que ele seja o candidato mais forte para se opor ao
PT e às alianças do PT. Agora isso não quer dizer que seja absolutamente necessário que seja do PSDB. O que para nós interessa é acabar com essa fase petista.

AT - Há conversa de que o partido teria interesse em voltar a filiar o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Isso procede?

AG - Não tenho informações a respeito disso. Eu conheço Paulo Hartung já há 30 anos. Conheço Paulo Hartung da Câmara, ele foi vicepresidente do PSDB junto comigo, inclusive, quando José Serra era presidente do partido. Então conheço Paulo Hartung dos velhos tempos do MDB (antigo partido Movimento Democrático Brasileiro) e de outras políticas contra a ditadura. É uma figura de muito respeito. É evidente que se uma pessoa como ele desejar se integrar conosco, ou numa aliança, ele será muito bem recebido aqui.

AT - O PSDB tem interesse de lançar candidatura própria no Estado?

AG - Em tese nós sempre temos, como em todos os estados. Mas isso não é uma lei, não é uma norma rígida. Isso é algo de praxe na prática política. É natural que estados tenham seus candidatos, mas isso depende do quadro político local, depende das políticas, das alianças que você forme, depende dos nomes que você tem com mais possibilidade na disputa eleitoral.
Então isso não é uma coisa que ossa ser discutido a nível nacional como uma regra geral. Estamos caminhando como algo natural que é lançar candidatos em todos os estados. Agora isso não quer dizer que não possa ser levado em
conta a aliança local.

AT - O governador Renato Casagrande (PSB) já disse que pode ficar neutro nas eleições para manter a base. Isso atende aos interesses do PSDB no Estado?


AG - Não saberia responder isso agora, acho muito cedo e me faltam elementos suficientes da política local.

A Tribuna

Um comentário:

  1. Via Facebook...

    Se eu fosse ele continha a alegria, pois o Lula, que está no banco, tem muito mais voto do que a titular e muito menos desgaste. O PSDB precisa uma bandeira, pois esta de que vai fazer mais e melhor não ganha eleição.

    Marco Lisboa

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