Alberto Goldman
vice-presidente nacional do PSDB - “Interessa acabar com fase do PT”
Ante a queda
de oito pontos na popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo
pesquisa feita pelo Datafolha e publicada ontem, o vice-presidente nacional do
PSDB, Alberto Goldman, disse que isso é reflexo da “incapacidade do PT de enfrentar
dificuldades”.
Em entrevista
concedida ao jornal A Tribuna na manhã de ontem (09/06), ele chegou a
classificar de “amadorístico” o governo federal. Na pesquisa, 57% dos
entrevistados avaliaram como ótimo ou bom o governo de Dilma. Em pesquisa
anterior o índice era de 65%.
Goldman chega
hoje ao Estado do ES para palestra sobre “conjuntura política atual e as
perspectivas para 2014”, como resumiu, às 19h30, no auditório do Sindicato dos
Ferroviários, em Santa Luiza, Vitória.
A
TRIBUNA —
Que avaliação faz da oposição hoje no País?
ALBERTO
GOLDMAN — Acho
que passamos uma fase muito difícil. Enfrentamos a força do PT comandado por um
líder carismático e absolutamente inescrupuloso que é o Lula. E infelizmente sofremos
os efeitos dessas dificuldades. Agora
acho que nós também estamos nos recuperando bem.
Acho que as nossas
possibilidades colocadas são bastante razoáveis.
AT
- Ontem foi
publicada pesquisa sobre queda da popularidade de Dilma e subida (de 10% para 14%)
do senador Aécio Neves (PSDB). A que o senhor atribui esse resultado?
AG
- Pesquisas
em si sobre popularidade, sobre candidatos nessa fase, a um ano e meio das
eleições, têm muito pouco significado. Mas ela representa um fato real que
estamos sentindo há meses e que começa a refletir também nessas pesquisas que é
a descrença que a população começa a ter em relação ao governo que está aí. u seja, a fragilidade do governo, a
incapacidade de enfrentar dificuldades, a desaceleração do quadro econômico e
problemas no quadro político envolvendo o PT com episódios que já conhecemos. Nos
últimos meses está ficando mais claro que começaram a existir problemas
gravíssimos em várias áreas, a começar pela inflação, aumento do custo de vida,
principalmente na área de alimentos, afetando as populações de poder aquisitivo
mais baixo.
Soma a isso a
indústria sendo destruída já há anos, a produtividade muito baixa para a
competição dos nossos produtos, o quadro externo bastante ruim. Estamos
vendendo cada vez menos, somos obrigados a comprar cada vez mais, o valor dos
pagamentos começa a ficar deficitário, ós estamos dependendo da entrada de
capital externo para poder cobrir o nosso déficit.
AT
- As pessoas
notam isso?
AG
- Começam a
perceber. O fato de se ter uma queda na pesquisa é exatamente consequência
desse modelo. Não chega a ser um modelo, é um trabalho quase amadorístico do
governo, não tem soluções para absolutamente nada, tem uma infraestrutura no
País extremamente ineficiente e não consegue resolver nada.
AT
- Qual a
avaliação que o senhor faz dos possíveis candidatos ao governo federal?
AG
- Eles são
importantes dentro de todo o debate político. É bom que nós tenhamos mais
candidatos, candidatos com seriedade, que tenham respeitabilidade. Hoje os prováveis
candidatos Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva são pessoas respeitáveis. O fato
de elas participarem do processo eleitoral, expor suas opiniões, provocar o
debate sobre a vida política e
econômica do
País é importante.
AT
- E sobre
Aécio Neves?
AG
- Eu não
estou muito preocupado com o nome específico. Para nós o que importa é a
candidatura que vai representar a oposição. Se for Aécio o nome, melhor. Se for
um candidato do PSDB, evidentemente melhor.
AT
- Então pode
ser que o PSDB possa apoiar outro candidato?
AG
- Não é o
quadro que se coloca, que se apresenta agora. Provavelmente não. Provavelmente
o candidato do PSDB vai ser o mais forte porque foi oposição esses anos todos.
É natural que ele seja o candidato mais forte para se opor ao
PT e às
alianças do PT. Agora isso não quer dizer que seja absolutamente necessário que
seja do PSDB. O que para nós interessa é acabar com essa fase petista.
AT
- Há
conversa de que o partido teria interesse em voltar a filiar o ex-governador
Paulo Hartung (PMDB). Isso procede?
AG
- Não tenho
informações a respeito disso. Eu conheço Paulo Hartung já há 30 anos. Conheço
Paulo Hartung da Câmara, ele foi vicepresidente do PSDB junto comigo, inclusive,
quando José Serra era presidente do partido. Então conheço Paulo Hartung dos
velhos tempos do MDB (antigo partido Movimento Democrático Brasileiro) e de
outras políticas contra a ditadura. É uma figura de muito respeito. É evidente
que se uma pessoa como ele desejar se integrar conosco, ou numa aliança, ele será
muito bem recebido aqui.
AT
- O PSDB tem
interesse de lançar candidatura própria no Estado?
AG
- Em tese
nós sempre temos, como em todos os estados. Mas isso não é uma lei, não é uma
norma rígida. Isso é algo de praxe na prática política. É natural que estados tenham
seus candidatos, mas isso depende do quadro político local, depende das
políticas, das alianças que você forme, depende dos nomes que você tem com mais
possibilidade na disputa eleitoral.
Então isso não
é uma coisa que ossa ser discutido a nível nacional como uma regra geral.
Estamos caminhando como algo natural que é lançar candidatos em todos os
estados. Agora isso não quer dizer que não possa ser levado em
conta a
aliança local.
AT
- O
governador Renato Casagrande (PSB) já disse que pode ficar neutro nas eleições
para manter a base. Isso atende aos interesses do PSDB no Estado?
AG
- Não
saberia responder isso agora, acho muito cedo e me faltam elementos suficientes
da política local.
A Tribuna
Via Facebook...
ResponderExcluirSe eu fosse ele continha a alegria, pois o Lula, que está no banco, tem muito mais voto do que a titular e muito menos desgaste. O PSDB precisa uma bandeira, pois esta de que vai fazer mais e melhor não ganha eleição.
Marco Lisboa