A presidenta
da Argentina, Cristina Kirchner, descartou ontem (6) qualquer possibilidade de
desvalorizar o peso. “Os que pretendem ganhar à custa das desvalorizações vão
ter que esperar outro governo”, disse, durante um ato na Casa Rosada (sede do
governo argentino. Ela prometeu manter o mesmo modelo econômico, de estímulo à
produção e ao consumo, até o fim do governo, em 2015.
Nas últimas
semanas, aumentaram os rumores de que o governo estaria esperando as eleições
legislativas de outubro para desvalorizar a moeda do país. A desconfiança foi
provocada pela disparada do dólar norte-americano, que na Argentina funciona
como termômetro de crise. O dólar no mercado paralelo chegou a 9,88 pesos -
praticamente o dobro do dólar oficial, que vale 5,19 pesos.
O mercado
paralelo do dólar voltou a aparecer no cenário econômico do país em outubro do
ano passado, quando o governo adotou medidas para controlar o câmbio, depois de
52 meses consecutivos de saída de divisas do país. Com os novos controles, os
argentinos precisam pedir autorização da Afip (Receita Federal) para comprar
moeda estrangeira e justificar a operação de câmbio, por exemplo, para uma
viagem ao exterior.
Há décadas os
argentinos têm o hábito de poupar em dólar. Mas, depois de sucessivas crises, a
última delas em 2001, eles deixaram de confiar nos bancos e passaram a trocar
parte do salário por dólares, que guardam em casa ou em bancos no exterior,
muitos deles no Uruguai. Desde 2007, a moeda norte-americana se transformou na
melhor proteção contra a inflação, que oficialmente gira em torno de 10% ao
ano, mas, segundo economistas independentes e sindicalistas, a taxa real é o dobro.
“O governo
mudou o método de medir a inflação. Para calcular o aumento do custo de vida,
passou a usar os preços máximos que fixou para determinados produtos. Mas na
hora dos reajustes salariais, que na Argentina são negociados por empresários e
trabalhadores, mas ratificados pelo Ministério do Trabalho, utiliza o chamado
índice de supermercado, que reflete o verdadeiro aumento do custo de vida”,
disse, em entrevista à Agência Brasil, o economista Roberto Lavagna, que
foi ministro da Economia do então presidente Nestor Kirchner, que morreu em
2010. “Os aumentos salariais, aceitos pelo governo, superam os 20%”, completou.
Agencia Brasil
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