Está autorizada, no
Brasil, a perseguição, a captura e o abate de javalis-europeus, da espécie Sus
scrofa. A decisão, publicada no Diário
Oficial da União de hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), permitirá uma tentativa de
controle desses animais que têm forte presença em algumas regiões do país,
onde, em grande volume, vêm destruíndo lavouras e deixando a população em
alerta.
Nos últimos dias, os produtores da
região de Ponta Serrada, no oeste catarinense, registraram perdas até 20% nas
plantações, que são invadidas pelos javalis. Pelos números do Sindicato Rural
de Ponte Serrada, quase 3 mil animais da espécie circulam pela região, passando
de uma lavoura para outra e deixando um rastro de prejuízos, principalmente nas
culturas de milho e soja.
“Eles atacam as lavouras, principalmente,
de milho e soja, e trocam de lugar muito rapidamente. Os bandos caminham muito
durante a noite. Atacam uma lavoura aqui e daqui a pouco estão em outra
plantação lá longe”, contou José Forestti, presidente do sindicato. “Eles são
capazes de acabar com uma lavoura em uma noite, pisando nas plantações,
revirando a terra e se alimentando. Mas, fazem mais estragos do que comem”,
acrescentou.
O temor, segundo Forestti, é que a
falta de controle sobre o número de animais prejudique alguns produtores a
ponto de não terem o que colher na próxima safra. Forestti cercou sua
propriedade com material resistente, que mantém os javalis longe das culturas.
“Mas eles ficam ali, rodeando. A gente evita andar à noite nas lavouras porque
se nos pegam de surpresa, eles avançam. São agressivos e animais difíceis de
abater porque são espertos, se escondem”, disse.
Além da agressividade do animal,
alguns moradores temem os riscos à saúde, já que os javalis podem transmitir
doenças como a peste suína africana, peste suína clássica e febre aftosa. No
oeste de Santa Catarina, a maior parte dos javalis está no Parque Nacional das
Araucárias. Quando falta alimento nessa área, eles seguem para as propriedades
rurais em municípios como Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal
dos Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, as hortas
e até os criatórios de aves e suínos.
Em 2010, os produtores de Santa
Catarina enfrentaram problemas semelhantes e conseguiram levar a Secretaria da
Agricultura a declarar que o javali Sus scrofa é nocivo à agricultura
e a autorizar o abate do animal por tempo indeterminado.
Pela instrução normativa do Ibama, o
controle do javali será realizado por meios físicos. O uso de armadilhas,
substâncias químicas e a soltura de animais para rastreamento, com a finalidade
de controle, vão depender de autorização de manejo de espécies exóticas
invasoras, que deve ser solicitada no site
do órgão ambiental.
Só será permitido o uso de
armadilhas que capturem e mantenham o animal vivo. Laços e dispositivos que
acionam armas de fogo, capazes de matar ou ferir os animais, estão proibidos.
O Ibama destacou que não será
permitido o transporte dos animais vivos ou a comercialização de qualquer
produto e subproduto obtido por meio do abate de javalis.
Agência Brasil
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