quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Manutenção da Selic agrada mais o comércio do que à indústria


Para Fiesp, é necessário que haja novos cortes, para que a taxa fique próxima dos juros praticados em outros países

A decisão de Copom (Comitê de Política Monetária), na última quarta-feira (16), em manter a taxa básica de juro Selic em 7,25% ao ano agradou mais os representantes do comércio do que da indústria.

Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Pauo Skaf, é necessário que haja novos cortes, para que a taxa fique próxima dos juros praticados em outros países. “Acreditamos que novas quedas na Selic acontecerão ao longo do ano, mas o governo precisa aumentar a competitividade da economia e destravar o investimento”.

Inflação
Já a Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) afirmaram que a manutenção da taxa foi correta.

Em nota, Federação afirmou que a manutenção é acertada devido ao momento econômico e considera essa ação razoável, uma vez que não há mais espaços para redução da taxa básica de juros enquanto a inflação permanecer acima 4,5% e o cenário internacional continuar incerto.

Entretanto, a entidade declarou que a situação do Banco Central não é simples, uma vez que lida com a necessidade de manter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo controlado, reduzir o custo da dívida e estimular a economia do País, que vem crescendo em baixo ritmo.

“O entrave é que o BC não pode, ao mesmo tempo, mirar na inflação, no custo da dívida pública e no estímulo à economia. A recente percepção dos mercados de que o Banco Central acumula tarefas de forma antagônicas entre si, faz com que cresça a desconfiança na capacidade do BC em trazer o IPCA novamente para dentro da meta”

Por fim disse que neste cenário, Banco Central não poderá mais reduzir a Selic, bem como é provável que deva subir a taxa básica de juros em 2013 e que ao fim do ano esteja entre 8,5% e 9%. “A elevação talvez seja necessária para não deixar o IPCA escapar do controle. Inclusive, a Federação reforça que quanto mais o Banco Central demorar em comunicar sua real preocupação com a inflação, mais custoso será o controle desse problema”.

Expansão do crédito
Para a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a manutenção da Selic reflete a preocupação do Governo em dar continuidade à política de expansão do crédito no Brasil.

“A decisão do Banco Central mostra que a taxa de juros não deve ser usada como remédio para conter a inflação neste ano. O Governo deve trabalhar com outras ferramentas para controlar os preços, como a valorização da taxa de câmbio e a desoneração tributária”, afirmou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Disse ainda que um possível aumento da taxa básica para frear a inflação só iria inibir os investimentos da iniciativa privada, na avaliação da CNDL. “Elevar os juros para conter a alta dos preços reduz investimentos e uma possível expansão do crédito, peça chave para fomentar o consumo”. (InfoMoney)

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