Para ministro, com juros menores não há mais atração de
capital especulativo
O governo federal reduziu nesta
quarta-feira para um ano o prazo dos empréstimos externos sujeitos à alíquota
de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Até hoje, a alíquota valia
para as captações no exterior com prazo de até dois anos. As mudanças foram
realizadas por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União.
O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, explicou nesta quarta-feira que a mudança permite a captação num
período mais curto sem o pagamento do IOF de 6%.
- Nós achamos que, com a taxa de
juros mais baixa aqui no Brasil, não existe mais aquela atração de capital
especulativo e de arbitragem. Então, aquilo que é captado lá fora hoje é para
capital de giro e pra investimento - considerou.
- Então, nós estamos facilitando
para que os bancos e as empresas possam captar recursos lá fora sem IOF acima
de 360 dias - acrescentou.
Ele avaliou que, com a redução das
taxas de juros, o dinheiro que entra no país é voltado para a atividade
produtiva.
- Então, você pode liberar mais
porque o mercado se equilibra melhor - afirmou.
Ele negou que a medida vise a conter
a inflação. Mas admitiu que pressão sobre os preços é uma “preocupação
permanente”.
- É para permitir uma captação maior
para investimento e capital de giro. Facilitar a vida das empresas e dos bancos
num momento em que diminui o apetite por fazer arbitragem. Porque, antes, você
trazia recurso para poder fazer aplicação e ganhar nos juros. Agora, é trazer
recursos para aplicação produtiva - reiterou.
Sobre as críticas dos analistas do
mercado a respeito da tentativa do governo de manter uma banda informal para o
dólar, entre R$ 2 e R$ 2,10, Mantega voltou a dizer que o câmbio é “flutuante”.
- O câmbio é flutuante, não tem
limite. Mas eu acredito que, como nós temos uma situação de taxas de juros mais
equilibradas, dá menos volatilidade ao câmbio, o câmbio se estabiliza numa
situação melhor, mais real, e precisa de menos intervenção do governo - disse.
A medida foi anunciada um dia depois
de o Banco Central flexibilizar a regra para o chamado pagamento antecipado a
exportadores. Desde março, os que quisessem receber antecipadamente por suas
vendas tinham de enviar os produtos para o exterior em até um ano. Agora, esse
prazo passou para cinco anos, a fim de estimular a entrada de mais dólares no
Brasil. Essa mudanças estimulam a entrada de dólares no Brasil, o que favorece
a queda da moeda.
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