segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Urgente: 'Passado à tona: Partido Democrático pode ter sido o principal temor do regime militar em 1982'


'Militares tensos com as diretas Documentos secretos de 1982 do extinto SNI mostram a preocupação de arapongas com as primeiras eleições livres do país.'



Era a primeira eleição direta no Brasil desde 1960 e seriam escolhidos governadores, senadores e deputados, inclusive com a estreia do PT nas urnas.

Candidatos que retornaram do exílio, entre eles Leonel Brizola, eram alvos de constantes vigilância do serviço secreto, que se preocupava, também, com seus pontos fracos, como os aumentos de preços.

A primeira eleição direta promovida no regime militar, há 30 anos, foi marcada pela presença de cinco partidos: PMDB, PDT, PT, PTB e PDS — representante da ditadura. O resultado nos estados surpreendeu a situação, que só fez quatro governadores a mais que o PMDB, até então a maior legenda da oposição.

Relatórios sigilosos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) mostram que nem mesmo o partido de Ulysses Guimarães acreditava que poderia ganhar em nove estados.

Em documento, arapongas analisaram que o PMDB acreditava em uma derrota “e que não poderia cumprir as promessas, porque tudo dependia do governo federal”. Os peemedebistas acabaram ganhando em Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo.

O PDT venceu no Rio de Janeiro com Brizola, enquanto o PDS levou 13 dos 23 estados da época. No Congresso, o governo obteve a maior parte das cadeiras, mas não conseguiu a maioria — alcançou 49% das vagas.

Nas análise do SNI, havia a preocupação com os recém-anistiados. Para os agentes, os políticos mais radicais iriam para o PT e os moderados escolheriam principalmente o PMDB.

Por isso, o Partido dos Trabalhadores era constantemente vigiado pelos arapongas, que descreviam detalhadamente as reuniões realizadas pela sigla, comprovando, com isso, a presença de espiões infiltrados nos encontros.

Uma das preocupações, conforme um dos relatórios do serviço secreto, era com a influência estrangeira nas eleições, “principalmente de organizações contrárias ao regime”.

Cerco antecipado

A vigilância aos exilados começou antes mesmo do primeiro pleito direto do regime militar, como demonstra relatório de 4 de janeiro de 1980, produzido pelo Centro de Informações da Marinha (Cenimar).

O documento fazia uma análise sobre a movimentação do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, que havia chegado do exterior um ano antes.

Para os arapongas, o político — classificado como pertencente a setor mais à esquerda — pretendia comandar o país pelo PMDB. “O maior objetivo é levar Arraes à Presidência, na hipótese de eleições diretas”, previam os analistas da área de inteligência do governo.

Um mês depois da eleição, os analistas do SNI fizeram um balanço, principalmente sobre as de São Paulo — um dos mais importantes — e as do Rio. “O eleitorado votou predominantemente em candidatos moderados e derrotou elementos integrantes de organizações de esquerda radical”, diz um dos relatórios.
Com informações do Correio Braziliense'

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Dag Vulpi

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