As reduções aplicadas pelo Banco Central à Selic (taxa básica
de juros da economia) contribuem para melhorar o perfil da Dívida
Pública Federal (DPF), disse hoje (22) o coordenador-geral de
Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional,
Fernando Garrido. Para ele, as sucessivas quedas da Selic foram
responsáveis pelo recuo de 0,93 ponto percentual no custo médio da
DPF nos últimos 12 meses. Além disso, as reduções na Selic estão
diminuindo a rentabilidade dos títulos vinculados à taxa básica de
juros.
O
Tesouro Nacional se compromete a pagar aos investidores da DPF (que
emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) os juros
que gradualmente são incorporados ao valor devido. Quando há
redução de juros, o custo da dívida para o Tesouro também cai.
Com
relação à rentabilidade dos títulos, dados apurados em setembro
mostram um decréscimo de 0,4 ponto percentual no índice IMA-S,
referente aos títulos vinculados à Selic. Papéis atrelados à taxa
básica representam mais risco, pois pressionam a dívida para cima
em ciclos de alta dos juros. Ciclos de baixa dos juros, como o atual,
tornam os papéis vinculados à Selic menos rentáveis e
consequentemente há redução do risco.
Mesmo
com crescimento no estoque da dívida pública, que cresceu 2,02%
frente a agosto e chegou a R$ 1,904 trilhão no mês passado,
Fernando Garrido considerou "bom" o resultado de setembro.
Garrido destacou que o vencimento de títulos LTF (corrigidos pela
Selic) em setembro deste ano contribuiu para o aumento da DPF frente
a agosto. Para dezembro, a previsão continua sendo de estoque da
dívida entre R$ 1,950 trilhão e R$ 2,050 trilhão.
Os
bancos foram as principais detentores da dívida pública em
setembro. Segundo relatório do Tesouro, as instituições
financeiras elevaram sua participação na DPF de R$ 513,15 bilhões
em agosto para R$ 546,26 bilhões no mês passado. Em percentual, a
proporção passou de 28,85% para 30,08%. Os fundos de investimento
reduziram seus estoques de R$ 448,92 bilhões para R$ 441 bilhões,
de 25,24% para 24,28%. O grupo Previdência também registrou
variação negativa de R$ 296,88 bilhões para R$ 294,18 bilhões,
com participação recuando de 16,69% para 16,2%.
Mariana
Branco (Agência
Brasil) Edição: Nádia Franco
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