Brasília
- Apesar de comemorar o resultado do PT nas eleições municipais, o
presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), admitiu hoje (29)
que o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão,
prejudicou o partido nessas eleições. Ele avaliou ainda que o
resultado do processo eleitoral no país mostrou equilíbrio de
forças entre a base do governo e a oposição.
“O
resultado do PT nos reconforta porque demonstra um apoio e uma
vontade do povo brasileiro ou de uma parcela significativa da
população que quer o PT à frente da condução das políticas
públicas no Brasil. É obvio que o mensalão, da forma como foi
conduzido e no período que houve o debate e as discussões do
julgamento, trouxe prejuízos ao PT. Seria incoerente da nossa parte
fazer uma avaliação de que o mensalão não atrapalhou. Lógico que
teve influência, mas não teve a influência que alguns setores da
sociedade queriam que ele tivesse”, disse Maia.
O
PT foi o partido que recebeu o maior número de votos e o terceiro em
número de prefeitos eleitos no país. “O PT sai dessa eleição
como sendo o partido que recebeu mais votos. Elegeu bem os prefeitos
nas capitais, nos municípios com mais de 200 mil eleitores e cresceu
em pequenos municípios, uma dificuldade que o partido tinha”,
declarou.
Para
o presidente da Câmara, os partidos que compõem a base de
sustentação do governo federal e os de oposição conseguiram
vitórias importantes. “A oposição obteve vitórias importantes e
não podemos afirmar que a base do governo foi 100% vitoriosa. Este
equilíbrio é importante. O recado das urnas foi que a presidenta
Dilma [Rousseff] e os partidos aliados devem continuar administrando
e tocando as obras e projetos do país mas, ao mesmo tempo, é
fundamental manter uma oposição que continue expressando suas
opiniões e fazendo o contraponto”, ressaltou.
Sobre
o crescimento significativo do PSB, Marco Maia amenizou o desgaste
provocado pelos embates regionais. Para ele, não há crise entre o
PSB e o PT. “Um partido que está crescendo, se fortalecendo,
precisa apresentar nomes à sociedade e foi isso que fez o PSB, e
ganhou eleições importantes. Lembro que essa estratégia vivida
pelo PSB hoje é muito semelhante ao que o PT teve há dez, 12 anos.
A estratégia do governador Eduardo Campos está certa, mas não vai
causar impacto na relação com o PT, muito menos na eleição de
2014.”
Iolando
Lourenço e Ivan Richard - Agência Brasil - Edição: Aécio Amado
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