Medida
foi anunciada pela presidente Dilma no Salão do Automóvel. Prazo
terminaria no dia 31 de outubro
SÃO
PAULO - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira, 24,
a prorrogação da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para o setor automotivo, que venceria em 31 de
outubro. Agora, o benefício irá vigorar até 31 de dezembro. O
anúncio foi feito no encerramento do discurso de Dilma no Salão
do Automóvel de São Paulo,
principal evento do setor na América Latina. Assim que fez o
anúncio, foi muita aplaudida pela plateia composta por empresários
do segmento.
A
presidente destacou que o Brasil terá que ser um lugar que gere
cadeias produtivas sustentáveis. "Por isso, acredito que o novo
regime automotivo é
fruto desse novo momento", afirmou. Segundo ela, o Brasil
seguirá importando veículos, mas não será, sobretudo, um
importador. "O País não é uma montadora só e deve gerar elos
de uma cadeia sustentável. Não é possível que a gente ache que
não podemos gerar conhecimento na indústria (automotiva)".
Segundo
Dilma, o novo regime automotivo incentivará o crescimento destas
cadeias e vai significar para o País um aumento na capacidade de
inovar neste setor. "Temos que nos integrar às economias
emergentes, mas temos que produzir. Temos no Brasil uma indústria
automobilística razoavelmente avançada", disse Dilma,
salientando que o mercado interno é muito atraente.
Ela
lembrou que o novo regime automotivo prevê uma série de regras a
serem cumpridas pela indústria que melhorarão a eficiência
energética do setor. "Vamos buscar maior segurança e
eficiência para a nossa indústria e um ponto crucial é a matriz
energética", destacando que o regime prevê a produção de
veículos mais econômicos e com menor consumo de energia no futuro.
"O Brasil pode dar contribuição para sustentabilidade do meio
ambiente", afirmou.
Depois
de falar sobre a manutenção do IPI reduzido e sobre os benefícios
do novo regime automotivo, a presidente cobrou que a indústria se
apoie em um tripé que preveja para os veículos preço, prazo e
qualidade. Dilma afirmou que as metas para o novo regime automotivo
são "factíveis e realistas e que o País terá de ser um lugar
que gere cadeias produtivas sustentáveis".
Clásse
média
A
presidente Dilma afirmou que a distribuição de renda no Brasil, nos
últimos anos, fez a diferença e criou um mercado de consumidores
que tem uma demanda reprimida. "Somos um País com praticamente
200 milhões de habitantes, que tem uma riqueza fantástica e um
mercado vigoroso".
Ela
destacou que o Brasil deve ser um país de classe média e comparou
esta classe ao de países desenvolvidos. "A classe média está
sendo destruída nos mercados desenvolvidos", disse a
presidente. Ainda segundo ela, o Salão do Automóvel de São Paulo
reflete o sucesso da indústria automotiva no Brasil e cria
perspectivas extraordinárias ao setor, diante da ascensão dos
milhões de brasileiro ao crédito.
Gustavo
Porto e Francisco Carlos de Assis, Agência Estado
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