sábado, 27 de outubro de 2012

Barreiras anti-poluição pó preto da vale não atendem as expectativas


Emissão só caiu 12% com barreira


Vale diz que pó lançado dos pátios da empresa diminuiu 77%

Claudia Felizcfeliz@redegazeta.com.br
A tão divulgada eficiência das wind fences (barreiras de vento) na redução do pó preto que suja imóveis e irrita moradores da Grande Vitória, na prática, não se concretizou no nível esperado pelo órgão de controle ambiental do governo do Espírito Santo. Segundo o presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Cláudio Denícoli, as wind fences instaladas pela Vale no Complexo de Tubarão resultaram em 12,18% de redução do total de poluentes lançados pela empresa na atmosfera – principalmente partículas. 

Denícoli, que assumiu o cargo há dois meses, não informa o total da carga lançada, mas garante que a informação sobre o índice de redução resulta de cálculos feitos por técnicos do instituto com base no inventário de emissões divulgado pela própria empresa. 

Pátios
A Vale diz que as barreiras reduziram em 77,4% a emissão de poeira dos cinco pátios de estocagem onde há movimentação de minério de ferro, pelotas e carvão (veja mais na página 4). Mas, segundo Denícoli, a empresa tem cerca de 400 pontos de emissão. A empresa não informou quanto essa diminuição representa em relação ao total de suas emissões. 
Nas barreiras e em outras medidas de controle ambiental, a Vale diz ter investido cerca de R$ 500 milhões só no Complexo de Tubarão. Tudo foi estabelecido a partir de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) firmado entre a empresa, o Ministério Publico Estadual, associações de moradores e o Iema, com o objetivo de reduzir a poluição ambiental. 
A convicção sobre a eficiência das wind fences – associada a outras medidas de controle – levou o Ministério Público a exigir também da ArcelorMittal (antiga CST), instalada no mesmo Complexo de Tubarão, a implantação dos equipamentos. Mas o caso foi parar na Justiça. A empresa questiona a real necessidade da medida e a contribuição na redução do impacto.

Volume
Segundo Denícoli, nas áreas cercadas pelas barreiras de vento na Vale houve queda de 20kg para 5kg por hora na emissão de partículas. Mas ele admite que todo o investimento não resultou em queda nas queixas da população em relação ao pó preto, diante da intervenção localizada.
"A wind fence dificulta a entrada do vento nas pilhas de carvão e minério. Houve certa redução das emissões, mas a gente não sabe quanto isso significa no que chega às casas das pessoas", diz Denícoli.
Ele até diz que foi a pressão popular quem mais influenciou na implantação das wind fences e argumenta: "O órgão ambiental tem que atuar sabendo o que fazer. É no pátio que tem que haver aplicação de mais medidas de controle? É nas chaminés? Vamos adotar medidas visando ao aumento da nossa eficácia no controle ambiental. O MP está acompanhando, as empresas investem, o órgão ambiental tem exigido, agindo com responsabilidade".

TCA
As wind fences foram instaladas em decorrência de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) firmado em 2007 pela Vale com o Ministério Público Estadual (MPES), o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) e comunidades da Grande Vitória 

5 unidades
As barreiras de vento são estruturas metálicas fechadas por telas de polipropileno que suportam ventos de até 120km/h. Ao todo, foram instaladas em cinco pátios de estocagem de minério e carvão da Vale, em Tubarão, entre 2009 e 2011. O Ministério Público também quer que a ArcelorMittal instale wind fences, mas a empresa questiona a eficácia, defendendo o cinturão verde

Pontos
De acordo com o presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), a Vale possui cerca de 400 pontos de emissão de partículas de várias granometrias (tamanho), além de gases, na atmosfera. Já a ArcelorMittal tem cerca de 100 pontos de emissão. 

Fonte: A Gazeta

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