O julgamento do
mensalão será o caso mais longo e com números mais expressivos da história do
STF. Com dois crimes e meio em média por réu, a Corte terá 1.089 casos para
analisar. Somente o inquérito tem ao todo 77 volumes e mais de 13 mil páginas.
Os réus do mensalão
Os 38 réus do processo
vão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de
divisas, peculato e formação de quadrilha.
Corrupção passiva - É o ato de "solicitar
ou receber, para si ou para outros, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem."
Corrupção Ativa - Consiste no ato de
oferecer, (esse oferecimento pode ser praticado das mais variadas formas)
vantagem, qualquer tipo de benefício ou satisfação de vontade, que venha a
afetar a moralidade da Administração Pública. Só se caracteriza quando a
vantagem é oferecida ao funcionário público.
Lavagem de dinheiro - É uma
expressão que se refere a práticas econômico-financeiras que têm por finalidade
dissimular ou esconder a origem ilícita de determinados ativos financeiros ou
bens patrimoniais, de forma a que tais ativos aparentem uma origem lícita ou a
que, pelo menos, a origem ilícita seja difícil de demonstrar ou provar. É dar
fachada de dignidade a dinheiro de origem ilegal.
Evasão de divisas - É um crime financeiro por meio do qual se envia dinheiro para
o exterior de um país sem declará-lo nem pagar os devidos impostos.
Peculato - É um dos tipos penais próprios de funcionário
público contra a administração em geral. Os verbos núcleos do tipo são
"apropriar ou desviar" valores, bens móveis, de que o funcionário tem
posse justamente em razão do cargo/função que exerce
Formação de Quadrilha - Art.
288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de
cometer crimes
A defesa, que pode ser
formada por mais de um advogado, terá uma hora para fazer a sustentação oral.
No total serão 38 horas de defesa, o que equivale a quase 8 sessões do Supremo.
A denúncia foi apresentada e aceita
pelo STF em agosto de 2007. O parecer do revisor do processo, ministro Ricardo
Lewandowski, foi entregue no final de junho, o que possibilitou marcar o julgamento
para o dia 2 de agosto.
O relatório de Joaquim
Barbosa (relator) e de Ricardo Lewandowski (revisor) terão cerca de 1 mil
páginas. Estima-se que deve demorar 3 sessões do STF somente para a leitura
desses votos. Os outros ministros conhecidos como detalhistas também não devem
ficar atrás.
Na primeira fase é apresentada a
denúncia por parte da Procuradoria-geral da República, a defesa dos advogados e
os votos dos ministros-relator e revisor. Nesta etapa, estima-se 100 horas de
sessões. A partir daí, votam os outros ministros. A previsão é que os votos
comecem no dia 15 ou 16 de julho. Nesta fase são 3 sessões por semana
(segundas, quartas e quintas, normalmente das 14hs às 18hs).
Quem inicia a votação
é o relator, o ministro Joaquim Barbosa. Depois é a vez do revisor, Ricardo
Lewandowski. Os demais ministros são escolhidos por ordem crescente de
antiguidade: Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármem Lúcia, Cezar Peluso,
Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e, por último, o presidente da
Corte, Carlos Ayres Britto.
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