Os  partidários do extinto PCB, de imediato, deram início a uma autocrítica  frente ao esquerdismo assumido durante o governo deposto. Porém, tal  postura não foi unânime, fazendo com que dirigentes abandonassem o  partido, como foram os casos de Carlos Mariguella (ALN) e Apolônio de  Carvalho (PCBR). Criticava-se, então, o que se denominava "etapismo", ou  seja, uma estratégia que pregava a revolução por etapas, cabendo ao PCB  apoiar a burguesia nacional no processo de constituição de uma  sociedade democrática, antifeudal e antiimperialista, deixando para um  futuro distante a luta pela implantação do socialismo. De acordo com os  dissidentes, a estratégia do PCB facilitara a implantação da ditadura,  pois subordinara o movimento operário aos acordos da cúpula com as  lideranças populistas. [...]
 
A  ausência de resistência ao golpe militar fez com que esse tipo de  interpretação ganhasse muitos adeptos. Entre 1965 e 1967, amplia-se o  número de dissidências, fragmentação que atinge até mesmo as  organizações que haviam sido formadas alguns anos antes. [...] 
Entre  a esquerda oposicionista nascem, então, propostas de luta armada. Há,  sem dúvida, inúmeros matizes entre um grupo e outro. No entanto, a  perspectiva de uma revolução iminente parece ser um traço comum às  diversas siglas. [...] 
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O estudante Edson Luis de 16 anos é metralhado no restaurante  Calabouço (Rio de Janeiro). A morte de Edson Luis virou um marco  na luta estudantil contra a ditadura.  | 
A  novidade do período era que os grupos revolucionários recém-formados  recrutavam seus militantes na classe média. Havia mesmo, em partidos que  aderiram à luta armada, o predomínio de estudantes e professores  universitários. Esse segmento, segundo os processos da justiça militar,  respondia por 80% do Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), 55% do  Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) e 53% do Comando de  Libertação Nacional (COLINA) [...].




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Dag Vulpi