Segundo Josélia Aguiar da Folha de
S. Paulo, o "Kamasutra" que chega às livrarias pelo selo Tordesilhas
é talvez o mais distinto de todos os que o leitor brasileiro já viu, mas é ao
mesmo tempo aquele que pretende ser o mais próximo da obra milenar indiana.
A primeira diferença é que esta é a
primeira versão integral traduzida diretamente do sânscrito. O que se buscou
foi eliminar intervenções indevidas e distorções que o texto adquiriu em
duzentos anos de traduções no Ocidente, desde a primeira versão para o inglês,
feita por Richard Burton no século 19.
Capa dura, sobrecapa, papel e fontes
usadas conferem aparência nobre ao livro, que é tantas vezes encontrado nas
livrarias em formatos mais simples e até toscos.
O mais importante, dizem seu editor,
Joaci Furtado, e os tradutores, Juliana Di Fiori e Daniel Miranda, é ressaltar
para o leitor que se trata de um livro sobre desejos e prazeres, relacionados
ao sexo, mas não só a ele. Apenas um dos capítulos, por exemplo, é dedicado a
posições sexuais, ao contrário do que se costuma pensar da obra milenar.
Para além do desgaste da marca --que
se encontra em manuais superilustrados e até em vídeos pornôs--, era preciso
recuperar sua proposta original, a de servir como tratado de bem viver. "O
`Kamasutra` se tornou objeto de incansáveis e descabidos apelos do marketing
pornô", explica a ensaísta e tradutora Eliane Robert de Moraes, professora
da USP e autora do posfácio. "Obviamente, os
produtos da pornografia
comercial que atendem por esse nome nada têm em comum com o misterioso tratado
indiano."
Pior ainda, acrescenta Eliane:
"O problema não está apenas nessa diferença abissal, mas no fato de
proliferação de falsos `Kamasutras` representar uma forma de censura ao tratado
original", explica.
Juliana Di Fiori e Daniel Miranda
contam que, para traduzir a obra, as primeiras dificuldades foram aquelas
próprias da língua sânscrita, que possui um sistema sintático muito diferente
do português. O vocabulário usado na época também era muito distinto. "Os
dicionários não registram as variações segundo as épocas, tampouco os termos
com conotações sexuais", explica Juliana.
A tradutora conta que o universo
cultural e sexual que encontraram foi de certo modo inusitado. Um exemplo é
saber que havia a preocupação com o papel e o prazer da mulher no sexo.
"Nada machista, como pensávamos, para a cultura da época", diz. Outro
é encontrar a denominação dada aos homossexuais na obra: as "pessoas do
terceiro sexo".
Segundo Josélia Aguiar da Folha de
S. Paulo, o "Kamasutra" que chega às livrarias pelo selo Tordesilhas
é talvez o mais distinto de todos os que o leitor brasileiro já viu, mas é ao
mesmo tempo aquele que pretende ser o mais próximo da obra milenar indiana.
A primeira diferença é que esta é a
primeira versão integral traduzida diretamente do sânscrito. O que se buscou
foi eliminar intervenções indevidas e distorções que o texto adquiriu em
duzentos anos de traduções no Ocidente, desde a primeira versão para o inglês,
feita por Richard Burton no século 19.
Capa dura, sobrecapa, papel e fontes
usadas conferem aparência nobre ao livro, que é tantas vezes encontrado nas
livrarias em formatos mais simples e até toscos.
O mais importante, dizem seu editor,
Joaci Furtado, e os tradutores, Juliana Di Fiori e Daniel Miranda, é ressaltar
para o leitor que se trata de um livro sobre desejos e prazeres, relacionados
ao sexo, mas não só a ele. Apenas um dos capítulos, por exemplo, é dedicado a
posições sexuais, ao contrário do que se costuma pensar da obra milenar.
Para além do desgaste da marca --que
se encontra em manuais superilustrados e até em vídeos pornôs--, era preciso
recuperar sua proposta original, a de servir como tratado de bem viver. "O
`Kamasutra` se tornou objeto de incansáveis e descabidos apelos do marketing
pornô", explica a ensaísta e tradutora Eliane Robert de Moraes, professora
da USP e autora do posfácio. "Obviamente, os
produtos da pornografia
comercial que atendem por esse nome nada têm em comum com o misterioso tratado
indiano."
Pior ainda, acrescenta Eliane:
"O problema não está apenas nessa diferença abissal, mas no fato de
proliferação de falsos `Kamasutras` representar uma forma de censura ao tratado
original", explica.
Juliana Di Fiori e Daniel Miranda
contam que, para traduzir a obra, as primeiras dificuldades foram aquelas
próprias da língua sânscrita, que possui um sistema sintático muito diferente
do português. O vocabulário usado na época também era muito distinto. "Os
dicionários não registram as variações segundo as épocas, tampouco os termos
com conotações sexuais", explica Juliana.
A tradutora conta que o universo
cultural e sexual que encontraram foi de certo modo inusitado. Um exemplo é
saber que havia a preocupação com o papel e o prazer da mulher no sexo.
"Nada machista, como pensávamos, para a cultura da época", diz. Outro
é encontrar a denominação dada aos homossexuais na obra: as "pessoas do
terceiro sexo".
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