sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dilma tenta 'drenar o lamaçal' político, diz 'Economist'


Artigo da próxima edição da revista britânica "The Economist" afirma que a presidente Dilma Rousseff, depois de oito meses à frente do governo, "se viu sugada para dentro do lamaçal político que é Brasília".

De acordo com a revista, a reação de Dilma tem sido firme, com tentativas de "cortar a gordura do orçamento" e indicar pessoas para cargos com base no mérito, e não em conexões políticas. E a recompensa dela, para a "Economist", é sinais de motim por parte da base aliada.

"Com a economia mundial em deterioração, a capacidade da Sra. Rousseff de impor sua autoridade aos seus aliados importa muito para as prospecções do Brasil", afirmou a publicação.

A revista lembra os episódios que culminaram nas quatro trocas ministeriais de seu governo até agora.

De acordo com o artigo, Dilma "demorou para dispensar" o ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Mas, desde então, tem sido rápida em "cortar qualquer escândalo na raiz", como após denúncias nos ministérios dos Transportes, Agricultura e Turismo.

"Em tudo isso, a Sra. Rousseff vai lentamente colocando seu próprio selo em um governo que herdou do predecessor e mentor político Luiz Inácio Lula da Silva. Mas os escândalos múltiplos estão tencionando sua coalizão em ruínas. Ela consiste em mais de doze partidos, desde comunistas aos populistas de direita, que lhe garantem o apoio de cerca de três quartos do Congresso", afirmou o texto.

Mas, para a "Economist", o maior interesse dos pequenos membros da base aliada não é a ideologia, mas os cargos e o dinheiro --tanto para uso pessoal quanto para financiar suas siglas. A revista afirma que eles estão irritados porque Dilma "tentou reescrever as regras do jogo".

O texto citou a saída do PR da base, nesta semana, mas afirmou que mais perigosa é a insatisfação do próprio partido da petista e, também, do seu grande aliado, o PMDB. Ambos, de acordo com o artigo, consideram a presidente "perigosamente ingênua" por começar um embate contra a corrupção que ela não poderá parar.

"Políticos sob fogo têm o hábito de golpear de volta com denúncias de irregularidades cometidas por outros", disse a publicação britânica.

Mas, segundo a "Economist", o grande teste de Dilma será conseguir prorrogar a DRU (Desvinculação de Receitas da União). O mecanismo foi criado em 1994 e garante maior liberdade dos gastos do governo. Como a DRU em vigência vence no fim de 2011, ela precisará ser aprovada no Congresso.

"Se a Sra. Rousseff conseguir colocar o Congresso de volta na linha usando uma misturas de ameaças, promessas e apelos, sua recompensa poderá ser uma política mais limpa", afirmou a revista.

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