Medida é parte
do que Temer chama de "herança maldita" de Dilma Rousseff.
Uma das
vitrines da área social da gestão petista, os programas de incentivo à educação
e à profissionalização – como Pronatec, ProUni e Fies – não terem
seguimento. São efeitos imediatos das medidas de contingenciamento previstas
para o Ministério da Educação (MEC) na gestão do presidente Michel Temer. A
revisão é parte do que o novo governo chama de "herança maldita" da
administração da presidente afastada Dilma Rousseff.
Apesar de em alguns
períodos da era petista diversas pastas terem sido administradas por ministros
de outros partidos, o MEC sempre foi controlado por políticos do PT. Entre os
titulares que estiveram na pasta estão nomes importantes da legenda, como o
ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, o prefeito de São Paulo
Fernando Haddad e o ex-ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante.
Aliados do
novo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disseram que ele pretende
honrar até o fim as vagas que já foram contratadas, mas que não há perspectiva
de abrir novas inscrições. O governo Temer assumiu o compromisso de dar
continuidade aos programas educativos, mas considera um desafio o legado
deixado pelo governo petista: o orçamento do Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), por exemplo, já estaria zerado para este
ano.
A decisão de
abrir ou não novas vagas para os programas depende, exclusivamente, do balanço
financeiro do MEC e da decisão do ministro. Os gestores interinos têm afirmado
que a pasta tem "musculatura" para administrar grandes projetos, mas
que esse potencial estaria sendo mal aproveitado.
Um dos pilares
do slogan "Pátria Educadora", escolhido para ser a marca do segundo
mandato da presidente cassada Dilma Rousseff, é o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies), em que o governo financia o estudo de alunos de baixa
renda em universidades particulares, "emprestando" dinheiro que, após
a formatura, é devolvido pelos beneficiados.
Em 2015, 2
milhões de estudantes estavam matriculados em instituições privadas graças ao
programa, no qual foram investidos R$ 17,8 bilhões. A preocupação de Mendonça
Filho seria com relação à taxa bancária anual que o Ministério da Educação paga
para as instituições que administram o programa, de cerca de R$ 1,3 bilhão
anual. O ministro diz que não está disposto a manter esse gasto para o ano que
vem e pretende "renegociar" o valor, revertendo parte dele para
outros programas em 2017.
Bolsas
Outra crítica revelada por pessoas próximas ao titular do MEC é uma avaliação de "desorganização e pulverização" nos sistemas de bolsas a estudantes socialmente vulneráveis. Mendonça Filho gostaria de unificar os critérios de seleção para as bolsas e, no caso do Programa Universidade para Todos (ProUni) – ação central do projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, intensificar o que chama de "premissa da meritocracia".
Outra crítica revelada por pessoas próximas ao titular do MEC é uma avaliação de "desorganização e pulverização" nos sistemas de bolsas a estudantes socialmente vulneráveis. Mendonça Filho gostaria de unificar os critérios de seleção para as bolsas e, no caso do Programa Universidade para Todos (ProUni) – ação central do projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, intensificar o que chama de "premissa da meritocracia".
Para ele, a
contrapartida do estudante que receber dinheiro público para estudar tem que
ser "apresentar resultados". Hoje, o ProUni exige apenas que o
bolsista tenha aproveitamento mínimo de 75% das disciplinas cursadas no
semestre.
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Dag Vulpi