Os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux tomaram posse hoje (12) como
presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ficarão nos cargos
até fevereiro de 2018. Mendes assume o lugar do ministro Dias Toffoli e
comandará pela segunda vez a Justiça Eleitoral, a primeira foi em 2006.
O
presidente interino Michel Temer participou da cerimônia, com visíveis
sinais de cansaço. Temer assumiu hoje o Palácio do Planalto no lugar da
presidenta afastada Dilma Rousseff e deu posse a seus 23 ministros.
No
discurso de posse, Gilmar Mendes defendeu o fortalecimento das
instituições e disse que o sistema eleitoral brasileiro é falho, pois
favorece “coligações ilegítimas” que corroem “a legitimidade da
representatividade popular e estimula crimes”. O ministro elogiou a
população que foi às ruas nos últimos meses para cobrar transparência na
política. “Não permanece qualquer dúvida de que o país se reorientou.”
Tendo
à frente as eleições municipais de outubro, o presidente do TSE
criticou as novas regras eleitorais, que proíbem doações de empresas
para as campanhas. Segundo Mendes, o processo se dará sem nenhuma
transição e mantendo a demanda por grandes campanhas. “Nessas
circunstâncias, há enormes chances de fraudes”, analisou.
Além de
Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, governadores e ministros
recém-empossados participaram da cerimônia, entre outras autoridades.
Sobre
o afastamento de Dilma, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse que “não há o que se
comemorar, mesmo quando decorre de imperativos legais”.
“Nosso sistema político está na UTI, pode-se dizer, há muito tempo.
Mas agora em estado terminal, a exigir reformas que há muito são
proteladas em nome de interesses menores que não contemplam o bem
comum.”
Tarefas
Segundo o TSE, as
eleições municipais deste ano terão mais de 500 mil candidatos. Além da
organização do pleito, a Corte Eleitoral tem entre suas tarefas a
análise de quatro ações movidas pelo PSDB contra a chapa vencedora da
eleição presidencial de 2014, Dilma-Temer.
Os tucanos apontam
supostos episódios de uso da máquina pública pelo governo na última
campanha eleitoral e o eventual recebimento de doações de empreiteiras
envolvidas em desvios de recursos da Petrobras, investigadas pela
Operação Lava Jato.
Em abril, Gilmar Mendes já havia dito que a
ação de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer não será seu
primeiro trabalho à frente do TSE e que a decisão pode ser tomada apenas em 2017.
Composição
O
TSE é composto por, no mínimo, sete ministros: três originários do
Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e dois representantes da classe dos juristas – advogados com
notável saber jurídico e idoneidade.
Cada ministro é eleito para
um biênio, sendo proibida a recondução após dois biênios consecutivos. A
rotatividade dos juízes no âmbito da Justiça Eleitoral objetiva manter o
caráter apolítico dos tribunais, de modo a garantir a isonomia nas
eleições. O TSE é sempre presidido por um ministro oriundo do STF.
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