O ministro da
Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou ontem (28) que impostos são
sempre "antipáticos" para população, mas que o poder público precisa,
muitas vezes, "convencer" as pessoas de que o conjunto de serviços
prestado tem que ser financiado "de alguma forma".
Em entrevista
à TV NBR, emissora do governo federal, o ministro disse que o governo
concorda com a proposta dos prefeitos e governadores de aumentar a alíquota da
nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para 0,38%,
para dividi-la com estados e municípios, e de repartir os recursos para bancar,
além da Previdência, a saúde e a assistência social.
A proposta de
emenda à Constituição que recria um imposto nos moldes da antiga CPMF foi
enviada no mês passado ao Congresso Nacional com alíquota de 0,20%, destinada
ao custeio da Previdência Social. Nos últimos dias, o governo tem conversado
com entidades municipalistas para discutir o assunto.
De acordo com
o ministro, o intuito do governo é contribuir para as finanças dos estados e
municípios por meio de uma CPMF "repartida entre os três níveis da
federação". Na semana passada, ele já havia admitido a possibilidade
de financiamento para os demais entes.
"O que
estamos propondo é que se estabeleça novamente essa proposta, que nós
recolhemos de prefeitos e governadores, que a alíquota seja de 0,38%, que 0,09%
seja objeto do Orçamento estadual e 0,09% dos municipais, de modo que tenhamos
benefícios para o orçamento da Previdência, da saúde e da assistência social
para União, estados e municípios", disse Berzoini.
Durante a
entrevista, o ministro reconheceu que o sistema tributário do país não é
"o mais justo", mas que o governo tem feito esforço para criar mais
justiça tributária. "No Brasil, temos um sistema tributário que, na minha
opinião, não é o mais justo do mundo. É pouco progressivo, tributa mais os
pobres que os ricos", afirmou.
Berzoini disse
ainda que impostos são "sempre antipáticos" e que empresários e
trabalhadores sempre rejeitam qualquer ideia de aumento. "Muitas vezes,
temos que convencer a população de que o conjunto de serviços prestados por
estados, municípios e União tem que ser financiado de alguma forma."
Impeachment
O ministro
classificou de "aventura golpista" as propostas de impeachment protocoladas na Câmara dos Deputados e disse
que o governo tem de combater esses movimentos mostrando que a presidenta Dilma
Rousseff é "uma pessoa honesta, íntegra e comprometida com o futuro do
país".
"O impeachment é
uma cláusula prevista na Constituição e não é, por si só, antidemocrático. Mas,
da maneira como está sendo tratado no Brasil, me parece que beira a uma
aventura golpista, porque não há a identificação de um fato para se buscar um impeachment",
afirmou.
"O que há
é o desejo de setores da oposição de promover a mudança do governo, [setores]
que perderam as eleições recentemente, que criam toda sorte de ilações para
tentar justificar um frágil pedido de impeachment", acrescentou o
ministro.
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