terça-feira, 6 de novembro de 2012

Comportamento dos Bancos, Percepção de Risco e Margem de Segurança no Ciclo minskiano


Luiz Fernando Rodrigues de Paula **
Antonio José Alves Júnior ***


Resumo: 
O objetivo principal deste artigo é analisar o papel dos bancos e do estado de confiança no ciclo econômico de Minsky. Em particular, mostra-se que a compatibilidade entre a hipótese de fragilidade financeira de Minsky e a dinâmica do ciclo econômico depende da evolução da percepção de risco dos agentes durante o ciclo. Neste sentido, o ciclo econômico pode ser caracterizado por um aparente paradoxo: a percepção de risco (microeconômico) e a fragilidade (macroeconômica) da economia caminham em sentidos opostos. Isto ocorre porque quando a economia está em processo de crescimento, os agentes (empresas financeiras e não-financeiras) tendem a diminuir suas margens de segurança sem que isto esteja associado a uma mudança nas suas preferências individuais por “risco e retorno”. O otimismo, a partir de uma perspectiva pós-keynesiana, se manifesta na redução do risco percebido pelos agentes em função da alteração no estado de confiança dos agentes.

Paradoxalmente, a mudança nas posturas financeiras dos agentes econômicos ao longo do ciclo não é percebida pelos agentes econômicos ao mesmo tempo em que leva a uma crescente fragilização financeira da economia. Isto porque a dinâmica do ciclo econômico em Minsky depende da evolução do risco percebido pelos agentes econômicos, que tende a se alterar ao longo das fases do ciclo.



Palavras-chave: Ciclo econômico; bancos; Minsky; teoria póskeynesiana.

Abstract: The principal aim of the article is to analyze the role of the banks and the state of confidence in the Minky’s business cycle. Particularly, it shows that the compatibility between the Minsky’s financial
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Este texto é resultado de pesquisa realizada originalmente no âmbito do Grupo de Estudos da Moeda e Sistema Financeiro no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Versões preliminares do artigo foram apresentadas no Sixth International Post Keynesian Workshop - Knoxville, Tennessee, EUA, 22-28 de Junho de 2000, e no XXVIII Encontro Nacional de Economia - ANPEC, Campinas, em dezembro de 2000. O suporte do CNPq e da FAPERJ é reconhecido.
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Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCE/UERJ).   E-mail: lfpaula@alternex.com.br.
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Professor Adjunto do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (DCE/UFRRJ)fragility hypothesis and the dynamics of the business cycle depends on the evolution of the economic agents’ risk perception during the cycle. In this sense, business cycle can be characterized by an apparent paradox:

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