segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Em 4 anos, abuso contra crianças e adolescentes cresce 750% no ES


Em 2008, foram 55 casos registrados. Já 2011, foram quase 500.
"Número pode ser maior. Muitas pessoas não denunciam", diz delegado.

Por Bruno Faustino
Em 2008, foram registrados 55 casos. Já, em 2011, as ocorrências chegaram a 470. "É um crime bárbaro. Diariamente recebemos denúncias de crianças vítimas de abuso sexual. Essas crianças têm a infância marcada pela violência", diz o delegado Marcelo Nolasco, responsável pela investigação de casos de abuso no estado.

Abusar sexualmente de crianças e adolescentes é crime. No Brasil, a pena por estupro de vulnerável, quando a vítima possui menos de 14 anos, pode chegar a 15 anos de prisão. Mas, de acordo com a polícia, nem sempre, o agressor é preso. "As pessoas ainda têm medo de denunciar. Isso porque as crianças abusadas ficam receosas de contar que está acontecendo. Em alguns casos, as vítimas sofrem ameças dos agressores, se não fosse isso, o número de ocorrências poderia ser muito maior", afirma Nolasco.

O Estatuto da Criança e do Adolescente aponta que é dever da família, da sociedade e do estado garantir à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito: à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

No Espírito Santo, a maioria das vítimas de abuso sexual é do sexo feminino e tem entre 12 e 17 anos, segundo dados da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Mas a violência também é cometida contra meninos e menores de 11 anos. De acordo a delegacia, 95% dos agressores são do sexo masculino e, em quase metade dos casos, é o pai ou familiar da criança.

Quem passa por uma experiência como esta nunca guarda boas lembranças. "Meu neto era uma criança feliz, alegre, gostava de brincar, de passear. De repente, mudou de comportamento. Ficou quieto, se afastou da família, não queria mais ir pra escola", conta a avó que teve o neto abusado. A psicóloga Mônica Gomes explica que a mudança de comportamento é o primeiro sinal de que algo errado está acontecendo com essa criança. "Os pais precisam estar atentos porque esse pode ser um sinal de abuso sexual", diz.
O mais difícil para as famílias das crianças vítimas de abuso sexual é descobrir que o agressor está mais próximo do que se imagina. "Ninguém desconfiava que o problema estava próximo da gente. Meu neto era abusado pela outra avó e pelo sobrinho dela, um jovem de 28 anos. Parecia que estávamos de olhos fechados", revela a avó da criança abusada.

O garoto, atualmente com 8 anos, sofria abuso desde os 4 anos. A família só tomou conhecimento da violência quando se mudou para outro estado. Foi aí que o menino abriu o jogo para os pais. "A mãe dele foi perguntando o que estava acontecendo e ele revelou tudo. Procuramos a polícia na hora", contou a avó.
Via G1

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