terça-feira, 12 de junho de 2012

Instabilidade de Casagrande trava processo eleitoral e deixa candidatos do PSB amarrados


O PSB do governador Renato Casagrande, como não podia ser diferente, é a noiva mais desejada da maioria dos candidatos que disputam as eleições deste ano. Entretanto, as movimentações do governador, quase todas atabalhoadas, mostram que o “dono do partido” ainda não tem uma estratégia definida para entrar no jogo eleitoral.

A indefinição de Casagrande está deixando as lideranças do partido e principalmente os candidatos a prefeito à beira de um ataque de nervos. Ansiosos e com os prazos cada vez mais apertados, eles continuam à espera de um sinal verde do governador para deslanchar o processo eleitoral.
Embora Casagrande tenha dito que assumiria uma posição de neutralidade no processo eleitoral, justamente para não desagregar os 16 partidos que compõem a base de apoio do seu governo, na prática, o que se vê é um articulador afoito, que mais parece agir por improviso.

Essa indefinição de Casagrande pode comprometer o futuro do PSB e o próprio plano de reeleição do governador em 2014, pois algumas candidaturas do PSB que são consideradas estratégicas começam a correr risco. É o caso da candidatura do deputado federal Paulo Foletto, que ainda não sabe se vai ou não disputar a prefeitura de Colatina.
Embora Foletto seja apontado como favorito, a indefinição do PSB, ou melhor, de Casagrande, mantém o processo amarrado. Enquanto o governador não decide se irá ceder à pressão do PT e sacrificar o candidato do partido para apoiar a reeleição do atual prefeito Leonardo Deptulski, o clima de insegurança só vai aumentando para o lado de Foletto.

Na Serra, embora a candidatura de Audifax Barcelos tenha recebido sinal verde e o deputado já tenha alinhavado o apoio do PR de Vandinho Leite, o desdobramento dessa aliança reflete na disputa em Vila Velha. Embora o presidente municipal do partido declare apoio a Max Filho (PSDB), uma nova orientação, que vem de "cima", quer entregar o PSB para o PR de Neucimar, em paga à aliança na Serra.
Se a indefinição de Casagrande amarra o processo dos seus candidatos e dos partidos que o apóiam, de outro lado o PSDB, que não faz parte da base do governo, já tem apoio assegurado em pelo menos 10 municípios. Número bastante significativo, considerando que quase metade dos municípios capixabas tem menos de 20 mil habitantes e assumidamente são dependentes do governo do Estado, ou seja, geralmente, o candidato apoiado pelo governador se torna franco favorito na disputa.

Quando questionado sobre a indefinição do PSB, Casagrande desconversa e aproveita para recorrer ao discurso de que, para um governo que se apoia numa base tão extensa, é mais prudente permanecer na neutralidade, deixando as decisões eleitorais para o partido. Mas as ações do governador e seu histórico no PSB desmontam essa tese. Todo mundo dentro do PSB sabe que Casagrande sempre dirigiu o partido com mão de ferro e que é dele a palavra final.
O episódio envolvendo o apoio prematuro à candidatura do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) foi um exemplo recente das estratégias equivocadas de Casagrande. Enquanto o próprio Hartung guardava a decisão de sua candidatura a sete chaves, Casagrande se antecipou e vestiu a camisa de campanha do ex-governador e causou uma rebordosa na base que acompanhava passo a passo a decisão de Hartung. Um pouco antes, na novela que definiria a entrada de Max Filho no PSB, foi a mesma coisa. No final, após muito suspense, Casagrande vetou o ingresso de Max no partido e deixou o hoje candidato tucano a prefeito de Vila Velha falando sozinho. José Rabelo | Foto capa: Arquivo SD 

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