quarta-feira, 20 de junho de 2012

Casagrande abre mão de Colatina para tentar garantir PSB entre os ‘quatro grandes’ da GV


Na geopolítica do PSB, o governador Renato Casagrande achou melhor sacrificar a candidatura do deputado federal Paulo Foletto à prefeitura de Colatina (noroeste do Estado) em troca do apoio à candidatura de Audifax Barcelos na Serra. Com a estratégia, Casagrande pretende garantir um socialista à frente de pelo menos uma das quatro principais prefeituras da Grande Vitória.

A estratégia do PSB também encerra em definitivo o mistério criado em torno da candidatura de Foletto que, apesar do favoritismo, abriu mão da disputa em obediência ao governador, que queria facilitar as coisas para o PT. Com a saída de Foletto, no entanto, o PSB corre um risco em trocar o certo pelo duvidoso e sair de mãos abanando tanto em Colatina como na Serra.

Se na opinião dos observadores políticos a vitória de Foletto em Colatina era considerada “barbada”, na Serra o cenário é bem diferente. Audifax enfrentará um páreo duro na disputa com o prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Uma pequena amostra da força do pedetista ficou evidente dias atrás, quando o homem forte do PR, o senador Magno Malta, contrariando a tendência do partido, que caminha para o lado de Audifax, ratificou seu apoio ao atual prefeito, com quem tem uma relação histórica. Esse episódio já deixa claro que a disputa na Serra não tem favorito.

Voltando a Colatina, com a saída, ou melhor, a não entrada de Foletto no páreo, o grupo que pretende enfrentar o PT do prefeito Leonardo Deptulski, o “Batata”, surge naturalmente com dois nomes para substituir o socialista: o do deputado estadual Josias da Vitória (PDT) e do vice-prefeito Cirilo de Tarso (PSD).

Foletto não esconde que tem predileção pelo radialista. Ele considera Cirilo mais agregador que Da Vitória. Sem contar que o nome do pedetista pode se inviabilizar lá na frente, caso as denúncias do presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), desembargador Pedro Valls Feu Rosa, ganhem profundidade. Feu Rosa incluiu no bojo da “Operação Lee Oswald” indícios de fraude nos contratos firmados entre o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) e Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), do colombiano Gerardo Mondragón. Segundo a denúncia, empresas ligadas à família de Da Vitória teriam sido favorecidas nos contratos firmados pela Acadis Linhares.

Ainda na geopolítica do PSB, que forçou a saída de Foletto para atender a uma demanda do PT – cobrou o compromisso de os dois partidos caminharem juntos nas eleições -, Casagrande fica com crédito para emplacar o vereador Sérgio Magalhães, o Serjão (PSB), na vice de Iriny Lopes (PT) em Vitória. No troco, o PT receberia a vice de Audifax na Serra, que ficaria com o deputado estadual Roberto Carlos (PT).

Além de uma possível vitória na Serra, que incluiria o PSB no clube das quatro maiores prefeituras do Estado – importante trampolim para as eleições de 2014 -, Casagrande aposta em Ricardo Conde em Guarapari. Como o atual prefeito Edson Magalhães (PPS) coleciona processos na Justiça, crescem as chances de o socialista fechar a fatura no balneário sulista, pois seu principal adversário ainda corre o risco de ficar de fora da briga, se enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Se o cenário em Guarapari é favorável aos socialistas, o mesmo não acontece em São Mateus. No município de porte médio localizado no norte do Estado, a dobradinha PT-PSB encruou. O PT aposta na candidatura de Paulo Roberto (PMDB), que levaria como vice a petista Jaciara Teixeira, chapa que vai caminhar em oposição ao PSB do atual prefeito Amadeu Boroto, que tenta a reeleição.

Apesar do descompasso, o PSB ainda aposta numa vitória do PSB em São Mateus e Nova Venécia, o que faria subir para três, incluindo Guarapari, as conquistas do partido em cidades de médio porte.

Os articulistas do PSB garantem que atual geopolítica do partido está no caminho certo. No mapa eleitoral do presidente regional da sigla, Macaciel Breda, os socialistas devem sair das eleições com um saldo de pelo menos 20 prefeituras: uma grande, três médias e o restante de pequenas para média.  José Rabelo | Foto capa: Arquivo SD 

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