sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

E a postura do PIG, estaria mudando?


Estaria o "PIG" revendo alguns  de seus conceitos, ou algumas de suas ultimas ações não passam de mais uma de suas estratégias rasteiras? 
Percebe-se que em algumas  raras publicações recentes, alguns  textos que antes eram demasiadamente parciais, passaram a ser menos, principalmente quando se referiam ao ex-presidente Lula. Ultimamente é perceptível uma pequena imparcialidade sendo dispensada ao ex-presidente e a atual presidenta Dilma.
Numa recente publicação feita por um dos filiados ao "Partido da Imprensa Golpista", pode-se observar esta "tendencia". Certamente muitos não concordarão com esta remota possibilidade, e a estes é justo o respeito a suas opiniões, afinal, a vida editorial do  PIG inviabiliza minha sugestão.
Exemplificando minha opinião, cito a publicação da revista Época on line do dia 28/11/2011 com o titulo: “Se seguíssemos com a política de FHC, o Brasil teria quebrado”, diz Lula a revista americana.
 Nesta matéria pode-se perceber um nível de imparcialidade pouco comum entre os filiados ao tal partido. Leia aqui a publicação na íntegra.
Durante o debate que virá a seguir postarei um vídeo de 1989, onde, a cúpula da rede globo confessa ter manipulado o conteúdo do debate entre Lula e Collor. O diretor de jornalismo da globo da época confessa ter ordenado que, a edição que iria para o ar no jornal da noite seguinte ao debate, seria feita com os melhores momentos do candidato Fernando Color de Mello, e os piores momentos do Luiz Inácio da Silva. Se alguém ainda tivesse alguma dúvida da existência do PIG, e principalmente de sua forma mesquinha de influenciar o povo, certamente depois de assistir esse vídeo mudará seus conceitos.
A seguir acompanharemos a opinião dos amigos que participam do fórum do grupo Consciência Política Razão Social no facebook. 
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OPINIÕES DOS PARTICIPANTES DO FÓRUM DE DEBATE DO FACEBOOK
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Marco Lisboa Às vezes nós temos uma visão muito maquiavélica da grande imprensa. Existe uma tradição liberal de apurar os fatos, ouvir os dois lados e noticiar tudo o que for notícia. A ideologia dominante, justamente por ser dominante, é exercida de fo...rma bem sutil. Lula é notícia. A mercadoria básica de qualquer jornal é notícia. Então faz sentido dar voz a Lula e publicar sem distorções o que ele disser. Há uma preocupação constante com a credibilidade nos grandes jornais. A Folha por exemplo, mantém o Onbudsman. Infelizmente eu não vejo a mesma preocupação em alguns órgãos ditos de esquerda. A cobertura da guerra na Líbia, por exemplo, foi lastimável. Os rebeldes já haviam tomado Tripoli e havia quem dissesse que as imagens mostradas eram produzidas no Qatar. Sem contar que, para alguns, Kadafi não morreu!

Fernanda Tardin Marcos diante de fatos e de subornos pagos para que agrande midia mantipule em favor del imperio , só lamento esta sua 'comiseração'. Bota no colo, leve para casa para mim eles seriam todos ' deslicenciados' da concessão.
Marco Lisboa A imprensa não precisa de concessão para funcionar. Ela não usa um espaço público, como as televisões e as rádios. A constituição brasileira trata jornais e rádios e televisões de maneira diferente.
Fernanda Tardin radios e tevs não precisam?rs
Marco Lisboa Rádios e tevês são concessões. Jornais e revistas não. Eu só comentei sobre a imprensa.
Fernanda Tardin mas radios e TVs são imprensa ou tem jornalismo? pq. se resolver cassando a midia jornalistica de rds e tvs. quem taí pra jornais e recistas. o grupo falirá. TEMOS QUE VER JUSTIÇA.
Marco Lisboa Jornais e revistas estão sujeitos a limitações em relação à propriedade e não ao conteúdo. É a famosa liberdade de imprensa. Já televisão e rádio por ocuparem uma faixa de transmissão limitada estão sujeitas a maiores regulamentações, inclusive devem atender à alguns princípios. Mas eles são muito gerais e não são impositivos.
Fernanda Tardin naooo faz favor Liberdade de Imprensa nada tem com manipulação ou invensao. ate tú?
Marco Lisboa Manipulação e invenção são conceitos um pouco subjetivos. A imprensa de direita tem uma visão diferente da minha. O que a nossa constituição diz é que "a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,... processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição." A Veja, por exemplo, de acordo com a Constituição, está no direito de apoiar Serra, fazer campanha contra a Dilma, denunciar a corrupção de ministros, etc. Estará sujeita a responder pelos crimes de calúnia, infâmia e difamação. O PC do B, neste momento, a está processando. Para deixar claro, eu penso que uma revolução não se faz no tapetão. A luta principal não é contra uma suposta imprensa golpista, é para mobilizar os movimentos sociais, que foram cooptados e aparelhados. Aliás, para ser justo, o SBT adotou um viés dilmista na campanha. Por coincidência, saiu um empréstimo para o banco falido do Sílvio. 
Dagmar Vulpi O vídeo abaixo é uma prova irrefutável da existência, e da forma operandi do PIG.


Fernanda Tardin ‎"Manipulação e invenção são conceitos um pouco subjetivos. " só pra quem quer ou precisa. para mim é clarissima a diferença.
Marco Lisboa A Globo já fez pior, quando tentou anular a eleição do Brizola. Eu estou separando imprensa e rádio e televisão porque eles são diferentes e são tratados de maneira diferente pela nossa constituição. Infelizmente, os governos desde Sarney t...em optado por cooptar estes meios de comunicação. A Globo se aproximou rapidamente de Lula e teve um tratamento privilegiado do BNDES, quando ficou pendurada. Ela fez campanha para Serra, abertamente, mas já se aproximou de Dilma. Record e SBT apoiam quem der mais. Ratinho está negociando suas emissoras de tv no paraná. Toda minha intervenção está centrada na questão da imprensa. Pela constituição, ela não está atada a nenhuma exigência de conteúdo, onde poderiam entrar os conceitos de manipulação e invenção. É óbvio que ela tem uma posição político- ideológica e que suas publicações seguem esta orientação. Ao fazer a pauta, o jornal ou a revista já indicam ao jornalista que tipo de matéria ela irá produzir. Aí vale a lei de Ricupero: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente omite. É manipulação. É. Mas não há como enquadrar este tipo de cobertura. Mesmo porque não existem fatos isolados ou neutros. Sempre haverá uma visão norteando a seleção e a montagem de uma reportagem. Até uma foto está sujeita a estas injunções. Então vale a liberdade de imprensa sim.
Paulo Batista Gomes Gomes Camarada nossa constituição é burguesa e todos os meios de informação, assim como a constituição, são ferramentas instituídas pela classe dominante. "PIG mesmo, bora para outra!
Marco Lisboa Eu sei que a nossa constituição é burguesa. Também sei qual é a correlação de forças atual. Por isso comentei que não se faz revolução no tapetão.
Paulo Batista Gomes Gomes Hehehehe, bora meu camarada, tem revolução para fazer a reforma da casa burguesa não avança mais, impaca na metafisica, e não adianta tanger que a mula não anda...bora apara outra!
Marco Lisboa Oi Paulo Batista Gomes Gomes. A razão de eu estar aparentemente defendendo a liberdade de imprensa burguesa é simples: existe um modelito populista muito em voga na América Latina, que até hoje faz sucesso. Num regime capitalista, a proprie...dade individual dos meios de produção, com a hegemonia política de quem a detêm, produz automaticamente este tipo de imprensa que temos aqui. Este é o ponto básico onde todos concordamos. A questão é como fazer uma revolução política e social que elimine a propriedade individual. O getulismo, o chavismo, o peronismo e outros ismos criaram um modelo que nada tem de revolucionário. Uma das peças deste modelo é a cooptação da imprensa e à censura às correntes contrárias. Não vamos nos iludir que esta repressão só se faz à direita. Esta pode ser a retórica, mas não é a verdade. Ao aparelhar as organizações de massa, os populismos eliminam o espaço da esquerda. Ao exigir de todas as organizações políticas o apoio incondicional ao caudilho, o populismo tira a independências destas organizações. Aqui no Brasil, as relações governo x mídia tem se regulado pela cooptação e pela convivência mais ou menos pacífica. Por mais que os militantes de base se descabelem contra os desmandos da Rede Globo, foi a ela que Lula deu a sua primeira entrevista quando eleito. Foi ela quem o BNDES soccorreu, quando ela estava descapitalizada. Foi lá que o Palocci deu sua entrevista exclusiva. A relação com a Record e com o SBT também é promíscua. Note que é a própria Dilma que levanta a bandeira da liberdade de imprensa, quando se fala em regulação da mídia. O nosso modelo político atual inclui o loteamento do estado e uma aliança estratégica com a direita. É por isso que bandeiras aparentemente avançadas são descartadas como "bravatas" pela cúpula partidária. Zé Dirceu, um dos inspiradores dessa regulação da mídia, atua como defensor dos interesses de Carlos Slim no Brasil. Lula tem um filho ligado diretamente aos interesses de uma grande empresa das telecomunicações. A propriedade da mídia é que precisa ser regulamentada, com os instrumentos que a própria constituição burguesa oferece. Hoje estes impérios incluem: telefonia, tevê a cabo, rádio, jornal, internet, etc. A discussão sobre o controle do conteúdo é diversionismo. Enquanto houver uma correlação desfavorável, a imprensa vai refletir a correlação dominante. E, no Brasil, esta correlação só se inverterá recuperando os movimentos sociais, cooptados e aparelhados. Este é o sentido de minha frase: não se faz revolução no tapetão. Esta é uma discussão bem mais profunda do que este espaço permite. Mas, em linhas gerais, esta é a minha posição. Obrigado por me incluir como amigo. Abração.  
Paulo Batista Gomes Gomes Bom dia camarada, eu é que te agradeço por aceitar o convite, sem duvida lutamos o bom combate e vamos a ele:
Tomei o cuidado de ler a matéria citada pelo camarada Dagmar Vulpi, ele de forma sutil, foi pincelando frases que o senso comum identifica com as posturas que compõem o perfil histórico de nosso herói deificado, vai falar mal de lula! 
A coisa chega a ser empolgante, os chavões de esquerda, as leituras pontuais afirmativas, mesmo diante das questões do Tora e do Alcorão.
Marco Lisboa Um dos ismos a que eu me referi no comentário anterior é o lulismo. Ele empurrou Dilma goela abaixo do PT, um quadro que não fez história neste partido e que tinha um perfil eminentemente gerencial. Tenho uma impressão, que pode ser subjeti...va, que Dilma era o plano B. O plano A era um terceiro mandato. O PC do B até chegou a sair a campo abertamente em defesa desta tese. Não deu certo, partiu-se para o plano B. Entretanto a composição do PT é ainda extremamente diversificada e companheiros combativos e comprometidos com a luta se encontram nesta legenda. A esquerda no Brasil está atomizada e distribuída por várias organizações.
Paulo Batista Gomes Gomes O chamamento a Zé Dirceu, é Deus ungindo com sua santa mão o filho injustiçado, e o Palocci, ganhou ar grego e flutua entre Platão e Aristóteles, em dado momento se esquiva da cicuta, nosso herói grego conta com o perdão de nosso barbudo deificado, pronto esta salvo!
Quanto a FHC, deu ao "desafeto" a devida importância, uma frese de efeito e oportunidade de construção linear do discurso.
Chegamos a Dilma camarada que substitui a figura do guerrilheiro nordestino, esse você lembra, desconstruído sistematicamente pela PIG. Falo do comandante do Araguaia relacionado a dólar, cueca e aeroporto. Calaram a voz tupiniquim do Araguaia, onde esta Jose Genuíno. 
E a matéria vai sendo tangenciada pelo acordo da pauta, uma armadilha, assim como você me permiti a analise sucinta, essa matéria de frases soltas e aparente mente destituída do arquétipo do mal flutua sobre as cabeças vermelhas, até seu desfecho contraditório, uma ultima frase poem Lula sentado ao trono e a seu lado direito o neoliberalismo de FHC, vamos ao desfecho: 
Capitalismo e burocracia “Não sabemos ainda em que medida o capitalismo competitivo está fazendo progressos ou se o velho modelo de capitalismo burocrático ainda está vivo. É uma mistura entre esses dois. Desde que a China tornou-se um modelo tão atraente – e a China tem esse modelo de economia controlada pelo Estado – isso justifica isso aqui no Brasil para muitas pessoas. Mas em nosso caso é um retrocesso”. 
Bom meu camarada, ai esta a grande revelação do óbvio, o jornal cumpriu sua pauta e a linha geral da matéria, tupiniquins oriundos da guerrilha e do movimento eclesial de base, adotam e defendem o velho liberalismo de Adam Smith a escola keynesiana. 
Camarada nosso herói deificado caiu na armadilha, a PIG existe e seus interesses são contra-revolucionários, com ela nem no tapetão, Bora para outra, o tia, esse menino ta bulindo com eu mais Dagmar! 
Dagmar Vulpi Excelente o desfecho deste debate, ainda que polemizado e divergenciado, transcorreu sem a necessidade do artifício da intolerância dos seus participantes.
Ainda que não tenha convergido para um ponto único, que aliás é normal, por tratar-se de um debate com quatro opiniões "quase" distintas foi muito positivo, e poderá servir como exemplo para debates futuros.
Parabenizo os participantes
!
Fernanda Tardin Putzzzzz Marco é um ex militante de esquerda. sabe muito bem os referenciais de luta.... tá sendo ingenuo só em achar que somos totalmente cegos a ponto de aceitar a 'defesa sele ' uma livre expressao. Bora Paulo, Bora Dag...... perda de te...mpo debater 'liberdade' com ele. Bora que enquanto isto, percebam posts que citam os imperialistas e comprados pelo lobby dos usa ficam lá embaixo.... uma coisa é certa.... enqunato damos 'perolas as porcos ' - cito bíblico, jacaré nos abraça, rsrs Hoje tô influenciada pelos manos. deve ser de tanto falar em lobby, DHES, ALES....bj 
Marco Lisboa "A presidente Dilma Rousseff reiterou nesta segunda-feira (21) seu compromisso com a liberdade de imprensa no Brasil e disse que os governos devem saber conviver com as críticas.



- Uma imprensa livre, plural e investigativa é imprescindível para a democracia em um país como o nosso, que além de ser um país continental, congrega diferenças culturais apesar da nossa unidade.

Dilma participou, na noite desta segunda, da cerimônia que celebrou os 90 anos do jornal Folha de S.Paulo. O evento foi realizado na Sala São Paulo, na capital paulista, e reuniu as principais autoridades do país."

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/em-sp-dilma-lembra-ditadura-e-defende-liberdade-de-imprensa-20110222.html
Em SP, Dilma lembra ditadura e defende liberdade de imprensa - Brasil - R7
Marco Lisboa "Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre... a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa!"

Espedito Freitas Ela é "PRESIDENTA!" E não ex-presidente... rs 


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A dinâmica de mercado da economia chinesa

O acelerado desenvolvimento dos setores não-estatais tem dinamizado extraordinariamente a economia chinesa nos últimos anos. A nova estrutura de economia de mercado socialista compreende os meios de produção de propriedade estatal de propriedade coletiva e de propriedade privada, tanto nacional como do capital estrangeiro. Segundo os dados de 1994, o valor global da produção industrial estatal representa 48% do total; o da indústria coletiva, 38,2%, e o das indústrias privadas de capital nacional e estrangeiro, 13,5%.

O mecanismo de economia de mercado passou a desempenhar papel fundamental em todas as áreas — de produção, troca, investimento e emprego. Mais de 80% dos preços dos meios de produção, 85% dos preços dos produtos agrícolas e 95% dos preços dos produtos industriais já são determinados pelo mercado.

Nos setores que dependem de concorrência, a economia chinesa livrou-se significativamente do monopólio estatal. Graças à concorrência, as empresas se aprimoram tecnologicamente e aumentam sua eficácia, o que se reflete no aumento da produção e da produtividade, bem como nos custos de produção e no preço final. Em conseqüência, o nível de vida do povo em geral se elevou consideravelmente.

A administração econômica do Estado deixou de tomar como principal o controle direto do plano obrigatório, passando a fazer o reajuste indireto, por meios econômicos e judiciais. Assim, na produção industrial, a parte compreendida pelo plano obrigatório foi reduzida de 95% para apenas 5%. O governo empenha-se em criar ambiente favorável a que a concorrência mercantil seja mais ativa e mais justa, em vez de interferir na administração e nas atividades de produção das empresas.

Em 1994, a China teve êxito na realização de importantes medidas de reformas nas áreas tributária, financeira, monetária, de divisas e de comércio exterior, tendo conseguido os resultados previstas graças a medidas adicionais e ao reajuste integral da macroeconomia.

Nos últimos 16 anos, a China estabeleceu aos poucos um sistema de administração do comércio exterior que corresponde às normas internacionais. Desde 1991, estão abolidos todos os subsídios à exportação. Em 1994, Pequim reformou o sistema de controle de divisas, aboliu o sistema de dupla taxa de câmbio e adotou o sistema de taxa flutuante, realizando a conversibilidade condicional da moeda chinesa (o iuane) nos projetos permanentes. No início deste ano, foram mais uma vez reduzidas as tarifas de importação de mais de duzentas variedades de mercadorias. O novo sistema de comércio exterior adota o princípio de livre importação e exportação de mercadorias e de tecnologia.

Em conseqüência, a economia chinesa está cada vez mais estreitamente relacionada com a economia mundial. No ano passado, o volume global das importações e exportações da China atingiu 236,7 bilhões de dólares, o que representa cerca de 45% do PNB chinês, situando-o em 11º lugar no mundo.

A reforma econômica obtém resultados notáveis também no meio rural. A produção de cereais aumentou, de 300 milhões de toneladas em 1978 (quando se iniciaram as reformas no campo), para 456 milhões de toneladas em 1994. Com apenas 7% das terras cultiváveis do globo, a China alimenta 22% da população mundial. Em fins do ano passado já havia no campo 23 milhões de empresas, empregando mais de 120 milhões de pessoas.

Em comparação com 1968, o nível de vida do povo se elevou notavelmente. A renda per capita da população urbana decuplicou, com um índice médio anual de crescimento de 15,5%. A renda per capita da população rural aumentou de nove vezes (14,8% ao ano).

O capital financeiro das populações urbana e rural cresceu 102 vezes nesses 16 anos, com um índice médio anual de 33,5%. No final de 1994, os depósitos bancários dos residentes urbanos e rurais totalizavam mais de 2 trilhões de iuanes.

É visível também o aumento de oportunidades de acesso à educação superior e à educação profissional. Com a reforma dos sistemas de trabalho e emprego, os chineses têm agora maior liberdade de escolha de profissão e de emprego. Desde lº de maio último, está em vigor o sistema de trabalho de 40 horas semanais, com o que os empregados têm mais tempo para descansar e recrear-se física e intelectualmente.

Apesar de todos esses dados positivos, a China ainda é um país em desenvolvimento, com todos os problemas decorrentes disso. O volume global da economia chinesa é relativamente grande, mas o índice per capita ainda é muito baixo. Segundo o critério de paridade do poder aquisitivo mundial, adotado pelo Banco Mundial e pelo FMI, a China manterá, por um período ainda relativamente longo, as características de país em desenvolvimento. Cerca de 800 milhões de chineses vivem no campo e 70 milhões deles ainda não se livraram da pobreza. Os recursos são escassos e os mecanismos da nova economia de mercado ainda precisam ser aperfeiçoados. Perduram sérios problemas na economia agrícola, que é a base da economia chinesa. Perdura também a baixa eficácia das empresas estatais. Para resolver esse problema, o fundamental consiste em aprofundar as reformas e promover o desenvolvimento.

Quanto à participação do Brasil no processo de abertura da economia chinesa, em 1994 os dois países entraram numa nova fase de desenvolvimento de seu intercâmbio econômico, comercial e tecnológico, tendo as exportações e importações Brasil-China superado a casa de 1,4 bilhões de dólares, o que representou 34,6% a mais do que em 1993 e um terço do intercâmbio da China com a América Latina. A China vê o Brasil como um grande parceiro estratégico para o século XXL prevendo que o intercâmbio comercial entre os dois países poderá decuplicar até o final deste século, passando de 0,6% para 4% do conjunto do comércio exterior da China. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Teria Hitler fugido para a Argentina?

Hitler fugiu para Argentina em vez de se suicidar, retoma livro

Se um turista pedir, em Córdoba, recomendações sobre Mar Chiquita, uma lagoa de sal localizada ao norte dessa província argentina, é provável que ouça a desconcertante dica: "Conheça o Hotel Viena, que Hitler e Eva Braun visitavam depois da Segunda Guerra".
De acordo com Sylvia Colombo, da Folha de S. Paulo, Hitler e a mulher não se suicidaram num "bunker" em Berlim no dia 30 de abril de 1945?  É o que dizem os livros de história. Em alguns lugares da Argentina, é comum encontrar moradores que contam histórias do casal nazista levando uma tranquila vida no então remoto sul do hemisfério. A foto do fascinora morto teria sido uma fraude.
Em "The Grey Wolf - The Escape of Adolf Hitler" (o lobo cinza - a fuga de Adolf Hitler), livro que acaba de ser lançado no Reino Unido, os britânicos Gerrard Williams e Simon Dunstan sustentam que Hitler escapou do "bunker" três dias antes de seu suposto suicídio.
Então, voou para a Dinamarca e para a Espanha, e foi embarcado, com ajuda do general Franco, num submarino com destino à Argentina. "O piloto que os tirou de Berlim, Peter Baumgart, foi internado numa clínica psiquiátrica depois de contar a história", disse Williams à Folha, por telefone.
Hitler teria se instalado em mais de uma residência na Patagônia, com Eva e duas filhas. Viveria mais 17 anos, e teria morrido no dia 13 de fevereiro de 1962, aos 72. "É horrível pensar que o homem mais cruel que já existiu não pagou por seus crimes e viveu até avançada idade. Mas já passou muito tempo, existem muitos indícios e precisamos encarar essa possibilidade como real", disse o autor.
Williams trabalhou para a agência Reuters e para a BBC. Agora, dirige o filme "Grey Wolf", que estreia no Reino Unido no ano que vem. A fuga teria sido articulada por Martin Bormann, da cúpula do poder nazista, que também teria escapado para a América do Sul.
A negociação, sustentam os pesquisadores, contou com a anuência dos EUA, que deixaram os nazistas fugirem em troca de informações sobre tecnologia de guerra. Bormann teria manejado também a fortuna que foi entregue a governos latino-americanos para que abrigassem os nazistas.
A dupla parte do princípio de que não há provas conclusivas de que Hitler morreu no "bunker". Em 2009, descobriu-se, por meio de um exame de DNA, que o famoso pedaço de crânio com uma marca de bala em poder dos russos, na verdade, pertenceu a uma mulher, e não a Hitler.
Williams e Dunstan reuniram ainda depoimentos de pessoas que dizem ter visto o Führer ou trabalhado para ele na Patagônia. Foi comum a acolhida da Argentina, assim como a do Brasil e do Paraguai, a nazistas que deixaram a Alemanha depois da derrota na Segunda Guerra.
Josef Mengele, Adolf Eichmann, Klaus Barbie e Erich Priebke são alguns dos que se refugiaram na América do Sul. Em "A Verdadeira Odessa" (Record), o historiador Uki Goñi conta como Juan Domingo Perón facilitou a vinda dos criminosos. Goñi, porém, não crê na fuga de Hitler. "Há evidências de que morreu no `bunker`. Os depoimentos sobre sua presença na Argentina são parte de uma lenda local, mas faltam provas", disse.
Williams e Dunstan têm a seu favor o testemunho do líder soviético Josef Stálin (1878-1953), que dizia após a guerra não acreditar na morte de Hitler. Também o então presidente norte-americano Eisenhower (1890-1969) apontou a falta de provas de seu suicídio.
Via diretodaredacao.com

Saiba como trocar a 'porta' do seu e-mail para bloquear o envio de spam

Acordo brasileiro deve bloquear o uso da porta 25 para reduzir spam.
Quem usa Outlook, Windows Mail e Thunderbird deve ficar atento.

O acordo "Gerência da Porta 25" foi firmado entre provedores para reduzir o número de mensagens indesejadas que são enviadas a partir da rede brasileira.
Os provedores irão reservar a chamada “porta 25” somente para comunicação entre os servidores de e-mail. Hoje, os próprios clientes podem usar essa porta – o que permite que um vírus mande mensagens diretamente para outros usuários, sem que o provedor possa rastreá-las. Com a medida, cada mensagem deve passar pelo servidor de e-mail do provedor, permitindo um maior controle e tornando muitos vírus inoperantes.
Por outro lado, quem não usa serviços de webmail e recebe as mensagens eletrônicas em softwares como Microsoft Office Outlook, Windows Mail, Thunderbird ou Outlook Express precisará modificar a configuração do programa para que seja compatível com a nova regra.
Cuidado: se o seu provedor ainda não adotou a nova porta de comunicação, a configuração não irá funcionar. Os provedores devem adotar a porta 587 ou a 465. Você pode tentar usar as duas configurações. Se nenhuma funcionar, entre em contato com o suporte técnico do seu provedor.
Nota geral: o provedor pode ter adotado junto à mudança da configuração de conexão segura (identificadas pelas siglas SSL e TLS). Alguns programas oferecem a opção de “detecção automática” dessa configuração. Mesmo que ela não funcione, você pode tentar uma configuração diferente até que a conexão aconteça com sucesso.
Usuários de Gmail: não é necessária nenhuma mudança, porque o Gmail não usa a porta 25.

Thunderbird
Clique em Ferramentas > Configurar contas.
Primeiro passo na configuração do cliente cliente de e-mail 
da Mozilla (Foto: Reprodução)Primeiro passo na configuração do cliente cliente de e-mail da Mozilla (Foto: Reprodução)
Na parte inferior do menu à esquerda, clique em “Servidor de envio (SMTP)”. Selecione o servidor e clique em Editar.
Configuração de servidores de envio (SMTP) do Thunderbird 
(Foto: Reprodução)Configuração de servidores de envio (SMTP) do Thunderbird (Foto: Reprodução)
Altere o número da porta. Certifique-se de que o “Modo de autenticação” está correto (os provedores não devem autorizar mensagens com a configuração “Sem autenticação”).
Ajuste as configurações de porta, autenticação e segurança 
nesta tela (Foto: Reprodução)Ajuste as configurações de porta, autenticação e segurança nesta tela (Foto: Reprodução)
Outlook Express e Windows Mail
No Outlook Express: clique em Ferramentas > Contas. Selecione a conta de e-mail em clique em “Propriedades”.
As configurações do Outlook Express e do Windows Mail são 
semelhantes. No Outlook Express, comece por este menu (Foto: 
Reprodução)As configurações do Outlook Express e do Windows Mail são semelhantes. No Outlook Express, comece por este menu (Foto: Reprodução)
Escolhe sua conta de e-mail e clique em Propriedades (Foto: 
Reprodução)Escolhe sua conta de e-mail e clique em Propriedades (Foto: Reprodução)
No Windows Mail: clique com o botão direito na sua conta de e-mail e clique em “Propriedades”.
No Windows Mail, clique com o botão direito na conta a ser 
modificada e selecione Propriedades (Foto: Reprodução)No Windows Mail, clique com o botão direito na conta a ser modificada e selecione Propriedades (Foto: Reprodução)
Deste ponto em diante, o procedimento é o mesmo para os dois programas. Clique em na aba “Avançado” e altere o número da porta, que deve estar em 25, para a 587 ou 465, conforme o que for usado pelo seu provedor.
A janela exibida pelo Windows Mail e pelo Outlook Express é 
idêntica depois disso. Vá até a aba Avançado e verifique a configuração 
da porta (Foto: Reprodução)A janela exibida pelo Windows Mail e pelo Outlook Express é idêntica depois disso. Vá até a aba Avançado e verifique a configuração da porta (Foto: Reprodução)
Cuidado para não alterar o número da porta POP3 ou IMAP, que não foram modificadas pelo acordo.
Microsoft Office Outlook
Se a versão for a 2010, clique em Arquivo e depois em “Configuração de Conta”.
Na versão 2007 ou anteriores, clique em “Ferramentas > Configurações de Conta”.
No Outlook 2010, acesse o menu Arquivo e então Configurações 
da conta (Foto: Reprodução)No Outlook 2010, acesse o menu Arquivo e então Configurações da conta (Foto: Reprodução)
No Outlook 2007, clique em Ferramentas e Configurações da 
conta (Foto: Reprodução)No Outlook 2007, clique em Ferramentas e Configurações da conta (Foto: Reprodução)
A partir desse ponto, a configuração é igual independentemente da versão.
Clique na conta que você deseja modificar e clique em Alterar.
Esta tela é idêntica para as versões do Outlook. Selecione a 
conta e clique em Alterar. Na tela que segue, clique em Mais 
configurações (Foto: Reprodução)Esta tela é idêntica para as versões do Outlook. Selecione a conta e clique em Alterar. Na tela que segue, clique em Mais configurações (Foto: Reprodução)
Na tela que segue, clique em Mais configurações. Na aba “Avançado”, modifique a porta de saída (SMTP), que deve estar em 25 para 465 ou 587, conforme o padrão adotado pelo seu provedor.
Verifique a porta SMTP. Cuidado para não alterar a porta IMAP
 ou POP3, que fica logo acima. No exemplo, a porta SMTP já foi trocada 
para 465 (Foto: Reprodução)Verifique a porta SMTP. Cuidado para não alterar a porta IMAP ou POP3,
que fica logo acima. No exemplo, a porta SMTP já foi trocada para 465
(Foto: Reprodução)
     
Spam echamento porta 25 (Foto: Arte G1)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O começo de uma teocracia no Brasil?

Por Jean Wyllys

'A PEC da teocracia dará um instrumento para abortar leis ou atos normativos que estendam a cidadania a homossexuais'.


Foto: Hugo Vazquez/Flickr

Soube que o colega João Campos – fundamentalista cristão e deputado federal pelo PSDB de Goiás – andou coletando assinaturas para apresentar o que eu chamo de “PEC da Teocracia”. Meses atrás, fui abordado por um dos muitos coletores de assinaturas para PECs e frentes parlamentares que se espalham pelos corredores da Câmara dos Deputados. Como não assino proposição alguma sem, antes, ler seu conteúdo, assim que me dei conta do que pretende a PEC de Campos (e o que ela pretende me dá arrepios de pavor), não só recusei-me a subscrevê-la como passei a alertar os deputados aliados do perigo que a proposta representa.  Apesar de minha iniciativa, o deputado João Campos conseguiu o número de assinaturas necessário para protocolar sua proposta de emenda constitucional, em parte porque a bancada cristã na Câmara é numerosa, em parte porque é grande o número de deputados que, na pressa, assinam qualquer proposição sem ao menos ler seu conteúdo.
A notícia da “PEC da Teocracia” causou alvoroço entre os setores progressistas da sociedade e nas redes sociais da internet. Choveram críticas ao propositor da emenda constitucional e, sobretudo, aos deputados do PT, PV, PC do B e PPS – partidos considerados de esquerda e históricos defensores de um estado laico e democrático de direito – que a subscreveram. Constam lá, por exemplo, as assinaturas dos petistas Domingos Dutra e Nelson Pellegrino, dois parlamentares que, aparentemente, jamais endossariam qualquer proposição legislativa que pusesse em risco a laicidade do Estado e o bem-estar de minorias sociais e religiosas.
Alguns desses parlamentares de “esquerda” argumentaram, em defesa própria, que assinaram a “PEC da Teocracia” apenas para “fomentar o debate”; que não pretendem votar pela sua aprovação… O curioso é que esses mesmos parlamentares não assinaram a PEC do Casamento Civil Igualitário, que não oferece qualquer perigo à laicidade do Estado nem às liberdades individuais, muito pelo contrário. Não assinaram nem mesmo para “fomentar o debate” na sociedade em torno da negação de direitos fundamentais à comunidade homossexual. Haja incoerência…
Mas voltemos à PEC n° 99 de 2011: a “PEC da Teocracia”… Eu assim a batizo porque ela pretende que as “associações religiosas” possam “propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal”. O que isso significa? Que, caso essa PEC venha a ser aprovada, as “associações religiosas” passam a fazer parte do seleto rol dos legitimados pela Constituição de 1988 a darem início ao processo de “controle concentrado de constitucionalidade”: (a) o Presidente da República;  (b) a Mesa do Senado Federal; (c) a Mesa da Câmara dos Deputados; (d) o Procurador-Geral da República; (e)o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (f) partido político com representação no Congresso Nacional; (g) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (h)  Governador de Estado ou do Distrito Federal; e (i)  confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Qual seria o sentido em se admitir “associações religiosas” entre os legitimados a darem início ao processo de “controle concentrado de constitucionalidade” se a finalidade institucional das entidades confessionais não é promover a supremacia da Constituição, mas, sim, desenvolver a fé em seus adeptos? Ora, se o Estado é laico – como o é o brasileiro desde 1980 – questões de cunho moral e místico não podem ser parâmetro nem para a elaboração das normas nem para o seu controle. Valores espirituais não podem ser impostos normativamente ao conjunto da população, nem de forma afirmativa nem por via reflexa do controle, sob pena de violar a laicidade do Estado. A laicidade significa que as religiões devem estar protegidas da interferência abusiva estatal em suas questões internas e, por outro lado, que o Estado deve ser neutro em relação às diferentes concepções religiosas e deve estar a salvo de tais influências indevidas. Em uma sociedade multicultural e plurirreligiosa como a nossa, em que convivem pessoas das mais diferentes crenças (e também aquelas que não professam credo algum e que devem ser reconhecidas e respeitadas!), a laicidade é indispensável para que todos sejam tratados com o mesmo respeito e consideração.
O fundamentalista João Campos refere-se em sua PEC, malandramente, a “associações religiosas”. Porém, deve-se tomar essa expressão por “igrejas cristãs”, pois é certo que ele e quejandos não estão incluindo, aí, os centros de umbanda ou espíritas, os terreiros de candomblé nem as mesquitas islâmicas, pois, não é segredo para ninguém que o esporte predileto dos fundamentalistas cristãos é, depois da perseguição aos homossexuais, a demonização das religiões concorrentes. A “PEC da Teocracia” será então o endosso, por parte do Estado, das religiões cristãs… Ora, o endosso do Estado de alguma religião fará com que aqueles que não a adotam tornem-se cidadãos de segunda classe. As normas religiosas, na media em que são compartilhadas por apenas alguns membros da população, e na medida em que pertencem à esfera moral e não jurídica, não podem ser impostas por meio das leis do Estado, nem servir de parâmetro de controle para estas.
A “PEC da Teocracia” viola cláusula pétrea dos direitos e garantias individuais. Ou seja, de acordo com a literalidade da Constituição Federal, qualquer proposta de emenda constitucional que tenda a esse tipo de violação não pode sequer ser apreciada. Na hipótese de as associações religiosas serem legitimadas para propor ações de inconstitucionalidade, os critérios adotados para esse controle seriam valores morais de uma determinada confissão -  e isso aniquilaria a inviolabilidade de crença de todos os outros cidadãos que não compartilham da mesma fé.
Na prática, caso seja aprovada, a “PEC da Teocracia” servirá para que fundamentalistas cristãos como João Campos e quejandos tenham mais um instrumento para abortar leis ou atos normativos que estendam a cidadania a homossexuais ou procurem preservar sua dignidade humana. Ou ainda proposições legislativas que objetivem a descriminalização da maconha (bandeira histórica do PV) e a legalização do aborto por anencefalia. A emenda nem é mesmo uma proposição que visa à pluralidade das concepções religiosas. Pelo contrário: é fruto de uma onda encampada por um segmento que pretende impor seus credos — que devem pertencer à esfera privada — a toda a coletividade.

Via Carta Capital

Lewandowski: sistema político concede vantagem a celebridades

Por Roger Pereira 
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, criticou nesta segunda-feira o atual modelo político do Brasil. "O sistema político brasileiro, tal como está, apenas contribui para encarecer o processo, aumentar a distância entre eleitores e candidatos e conceder vantagens a celebridades e a quem tem dinheiro, perpetuando as oligarquias partidárias", disse, durante painel na XXI Conferência Nacional dos Advogados, em Curitiba (PR).
Ele afiormou que o País deveria debater que modelo político quer para seu futuro antes que se comece a votar uma reforma política ponto a ponto como se está querendo fazer no Congresso Nacional. "Mudar por mudar é como empreender uma viagem sem saber aonde quer chegar. Primeiro, precisamos discutir que tipo de democracia nós queremos. Só depois que a sociedade conseguir responder a essa pergunta será possível partir para mudanças mais aprofundadas na legislação ordinária e para alterar o sistema político e a lei eleitoral", afirmou.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, defendeu a reforma política como "a primeira de todas as reformas, para acabar com essa vergonha que é o financiamento privado de campanhas, que cria políticos comprometidos apenas com seus financiadores, em um sistema caduco, que permite a prática atrasada de aliciamento do voto e faz com que o dinheiro circule em bolsas suspeitas, meias e cuecas".
Entre as propostas que estão sendo discutidas no Congresso, Lewandowski defendeu o voto distrital misto, "mas com a definição de critérios claros sobre como serão determinados os distritos", o fim das coligações nas eleições proporcionais e a limitação dos gastos de campanha - mas esta, com uma proposta que não está na pauta do Congresso. Ao contrário do financiamento público de campanha, como se está propondo, o presidente do TSE defende apenas o fim de doações por pessoas jurídicas. "Acho louvável o exemplo dos Estados Unidos, na campanha do Barack Obama, que contou com pequenas contribuições de pessoas físicas", disse.
O ministro também defendeu a criação de uma cláusula de barreira para reduzir o número "exagerado" de partidos políticos. "Tenho dito que vivemos não um pluripartidarismo no Brasil, mas um hiperpartidarismo, com todas as distorções que isso implica", disse. "Não temos um sistema que permita se chegar a consensos no Congresso Nacional, pois temos partidos que não são programáticos ou ideológicos, mas meras siglas que vem à tona durante o processo eleitoral", acrescentou, para depois defender que o novo modelo político ofereça mais espaço para a participação popular, com plebiscitos, referendos e facilidades para projetos de iniciativa popular no Legislativo.
Liberdade de imprensa
Debatendo o tema "Liberdade" no evento, o ministro do STF Carlos Ayres Britto destacou a importância da imprensa como ferramenta de fiscalização e se posicionou contrário a qualquer proposta de controle dos veículos de comunicação. "Não é possível que o Estado faça uma intervenção neste meio. A imprensa e a democracia estão intimamente ligadas. Se cortarmos o cordão umbilical que as prende, ambas morrem", afirmou.
O ministro lembrou que é plena a liberdade de informação, prevista nos cinco primeiros artigos da Constituição. E disse que "a imprensa é uma das principais ferramentas que a sociedade dispõe para controlar o Estado. É a única ferramenta que controla todos os poderes. A serviço do Estado democrático de direito está a imprensa, um complexo de atividades multifuncionais, vitalizando os conteúdos da democracia."

Via noticias.terra

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