sábado, 2 de abril de 2011

A verdade sobre o regime militar, mais cedo ou mais tarde, deverá ser exposta porque liberta.

O 47º aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964 é uma boa oportunidade para refletirmos sobre uma grande mancha, uma nódoa moral que mancha a alma brasileira. O golpe militar violentou o Estado de direito, derrubou um presidente constitucional, desrespeitou as liberdades individuais e coletivas e, sobretudo, submeteu o país aos interesses do grande capital nacional e internacional, capital que se acumpliciou inteiramente com o golpe. Os responsáveis pelo golpe militar cometeram um crime de lesa-pátria. E com o Ato Institucional Nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968, os militares radicalizaram a ditadura, institucionalizando o terror de Estado, acabando com quaisquer vestígios de legalidade, e atentando, a partir daí de modo cotidiano, contra os direitos humanos.

Alguns historiadores concluíram, numa explicação rasa, simplista, que a anarquia militar deu origem à ditadura e ao terrorismo de Estado. Penso que não. A ditadura militar e o terrorismo de Estado foram resultado de um planejamento na Escola Superior de Guerra (ESG) que reproduziu pensamentos de guerra de escolas norte-americanas, que não admitiam um governo democrático reformista, progressista, porque era essa a natureza do governo Goulart. Todos os generais-presidentes eram foras-da-lei. Cúmplices na derrubada de um governo constitucional, e também na criação de um ordenamento jurídico autoritário e espúrio.

Esses generais-presidentes, por mais de 20 anos, comandaram o martírio imposto aos jovens estudantes, aos operários, a todos os que se opuseram ao regime militar das mais variadas maneiras e adotando as mais diversas formas de luta. Os generais-presidentes são criminosos. Não podemos, a Nação não pode, eximi-los da responsabilidade dos crimes de prisão, tortura, assassinato, desaparecimento de opositores ocorridos dentro das instituições das forças armadas e nas ações chamadas de combate.

Lamentavelmente, temos que dizer que as forças armadas brasileiras, as daquele período histórico, têm as mãos sujas de sangue. Essa gente tem nome e sobrenome. Daí a importância do resgate da verdade. Se ainda estão vivos, torturadores e assassinos precisam ser punidos, e o primeiro passo é o conhecimento da verdade. Não há prescrição para esse tipo de crime. Não pode haver. À luz do direito internacional, do nosso direito e à luz dos direitos humanos.

Esclareço, embora me pareça óbviom, que ao fazer isso ninguém está pretendendo julgar os militares brasileiros de hoje, que se encontram cumprindo suas funções constitucionais. Mais: creio que às Forças Armadas atuais deveria interessar que toda a verdade viesse à tona, que se desse nome aos torturadores publicamente, de modo a separar o joio do trigo, a enterrar de vez aquele período, e a não permitir de modo nenhum que tais Forças Armadas voltassem a se envolver em políticas terroristas, como ocorreu durante a vigência da ditadura militar inaugurada em 1964.

Um padre amigo me citou certa vez um trecho do Evangelho de São João: “queiram a verdade, porque a verdade vos tornará livres”. Ou então o que dizia o notável Gramsci: aos revolucionários só interessa a verdade, nada mais do que a verdade. Simples assim. A verdade sobre o regime militar, mais cedo ou mais tarde, deverá ser exposta porque liberta. Vejo como uma purificação da alma brasileira. Uma catarse necessária, fundamental. Temos de olhar para os monstros que torturaram e mataram sem piedade, reconhecê-los. Ao menos isso.

Direito à verdade. Direito à memória. Temos que reconhecer que lamentavelmente grande parte de nossa juventude de hoje não tem a menor idéia do que aconteceu nos porões da ditadura. É preciso que a sociedade medite sobre o que aconteceu, sobre a covardia que é submeter à tortura prisioneiros de qualquer natureza. É curioso assinalar que nem mesmo a legislação da ditadura, nem mesmo ela, admitia que a tortura fosse admissível. Eles não quiseram passar recibo. Mas, não adianta: a história registra as coisas. Na pele, no corpo, na alma de milhares de brasileiros ficaram gravadas as garras dos assassinos da ditadura. Não é panfletarismo gratuito: é que eram assassinos, e da pior espécie, e além de tudo covardes. A tortura é um ato de covardia, para além de monstruoso.

Do ponto de vista jurídico não há impedimento para o julgamento dessas pessoas, militares e civis. Pelo sistema de direitos humanos sacramentado pela ONU, pela OEA, não há prescrição para crimes deste tipo. Não é objetivo da Comissão da Verdade, sei, até porque impossível, até porque fora de suas atribuições, promover quaisquer espécies de julgamento. Ela quer apenas e tão-somente conhecer, garantir que a sociedade brasileira conheça a verdade. Saiba sua própria história.

Quando o General De Gaulle assumiu o governo provisório, após a libertação da França na Segunda Guerra Mundial, fez uma declaração singular: sua primeira medida seria instituir tribunais regulares para julgar os colaboracionistas, porque a França jamais poderia encarar o futuro com confiança se não liquidasse as contas do passado. Poderíamos acusá-lo de revanchista? Certamente não. Em nosso caso, não liquidamos as contas do passado e isso prolonga a nódoa moral criada pelo terrorismo de Estado.

Não apenas não liquidamos as contas, como o fizeram tantos países latino-americanos, como o Argentina, o Chile, o Uruguai, que viveram ditaduras também. Na Argentina, os carrascos, maiores e menores, amargam prisões, depois de julgamentos regulares, sob um Estado democrático. Jorge Videla está na prisão. Nós, nem ainda conhecemos toda a verdade.

Essa impunidade histórica alimenta um vício secular na política brasileira. O vício de um sentimento de imunidade do poder. No poder, os autoritários, fardados ou não, se julgam inatingíveis, se corrompem, traem os interesses nacionais, entregam as riquezas do país, relativizam atrocidades cometidas, como se os fins justificassem os meios. Creio que estamos mudando. Que no governo Lula, houve prisão de gente de colarinho branco, embora sob protestos de parte de nossa elite. Mas, ainda temos muito que avançar para acabar com quaisquer imunidades ou impunidades. Todos estão ou devem estar submetidos à lei. Ninguém tem o direito de torturar ninguém, e quem o fizer nunca deixará de estar ao alcance da lei.

A mídia anunciou que o Exército Brasileiro retirou da agenda a “comemoração” do 31 de março. Se corresponde aos fatos, ainda há esperança. Só temos a saudar tão sábia decisão. Chega a ser trágico que os novos militares cultuem com ordem unida e desfile público os crimes cometidos pelos generais do passado. Não dá para construir uma verdadeira democracia com esse tipo de tradição. O 31 de março só merece repúdio. Nunca comemoração. Ao fazer isso, creio, se de fato o fizeram, se acabaram com tais celebrações, as Forças Armadas atuais se incorporam definitivamente ao ideário democrático, se adequam aos novos tempos do Estado democrático.

A Comissão da Verdade quer apenas a verdade, o exercío do direito à verdade, à memória. O direito que tem qualquer pai, qualquer mãe de família, qualquer parente de saber o que ocorreu com seus entes queridos, muitos deles desaparecidos, milhares torturados pelos criminosos fardados ou não sob as ordens dos generais-presidentes entre 1964 e 1985.
Porta-vozes dos criminosos do passado tentam carimbar a Comissão da Verdade como revanchismo. Ela não tem esse caráter. Ela segue o caminho de todos os países que enfrentaram regimes genocidas, ditaduras terroristas, como foi o nosso caso. Queremos justiça, apenas justiça. Quer resgate de uma dívida do Estado brasileiro, na letra e no espírito da Constituição Federal. Quer o direito coletivo à verdade, um direito das vítimas da ditadura, um direito dos brasileiros.

Aqui, minha saudação aos bravos militantes brasileiros que tombaram na luta contra a ditadura de 31 de março de 1964. Minha saudação aos que lutaram e sobreviveram. E que não querem se esquecer do que houve. E ao manter na memória aqueles tempos não o fazem por qualquer espírito revanchista. Agem assim primeiro porque quem passa pela tortura, pela prisão, e sobrevive, nunca mais se esquece. E segundo, ao não se esquecerem e ao lembrarem publicamente dos crimes da ditadura, advertem as novas gerações que devem prezar muito as liberdades democráticas, valorizar a democracia, firmar a convicção de que ditadura nunca mais.

(*) Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA), e ex-preso político.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

BRASIL 1964 DITADURA NUNCA MAIS (BATE PAPOQUE ORIGINOU O GRUPO DOCUMENTO DITADURA)


Postagem Dag Vulpi 01/04/2011
Publicação Wagner Marins 

No dia 31/03/2011 o Sr. Wagner Marins Publicou uma foto (esta a esquerda) na page do grupo "Consciência Política Razão Social" no facebook. De imediato ela gerou (como não poderia ser diferente) reações e imediatos comentários dos participantes do grupo. A primeira a se manifestar foi a Sônia Godoy, em seguida houve uma sucessão de publicações. Participaram do bate papo: 

1 - Sônia Godoy;
2 - Rodrigo Tomé;
3 - Wagner Marins;
4 - Wilmar Oliveira Carpter;
5- Gerry Confort;
6 - Dagmar Vulpi;
7 - Joelson Mdz;
8 - Carlos Vecchio.

Conforme o bate papo foi evoluindo e as manifestações eram unânimes, eu sugeri fazer um documento baseando-se no que estava sendo debatido e convocaria todos os participantes do grupo e a comunidade do facebook em geral para um amplo debate, onde a partir deste debate seria elaborado um documento cobrando das autoridades que se faça justiça a todos que de alguma forma sofreram com a maldita ditadura. De imediato houve a aprovação de todos que estavam participando do bate papo, neste momento o Sr. Joelson também entrou no papo e sugeriu que o documento, e tudo mais que pudesse ser levantado sobre o assunto fosse divulgado em 31 03 2014, data em que o inicio do regime estará completando 50 anos.  

O Wagner Marins sugeriu que poderíamos fazer o debate via eventos, fizemos um pequeno teste e chegamos à conclusão da viabilidade de usar tal ferramenta para o debate. O evento foi criado com a data 07/04/2011 das 21:00 às 22:00 hs., os convites foram enviados. 

 SEGUE ABAIXO O BATE PAPO QUE ORIGINOU A IDÉIA "NA ÍNTEGRA"

Sônia Godoy : Muito triste ditadura opressão policial e militar parte suja de nossa história anos "de chumbo", onde Democracia era apenas um nome e um sonho, juntamente com os direitos constitucionais.   
Rodrigo Tomé : Esse tempo não pode voltar 
Wagner Marins : Jamais!!! 
Sônia Godoy :  Jamais mesmo o povo agora está forte!!!!   
Wagner Marins : Mas há muito o que conscientizar ainda. As gerações atuais!Há  
Sônia Godoy : com certeza......  
Vilmar Oliveira Carpter : Agradeço a inclusão Wagner. Este foi o pior tempo que a minha geração viveu neste país...  
Gerry Confort : Valeu Wagner, minha geração, ainda ontem visando este 31/03, perguntava em uma publicação que assinei - Onde você estava em 64?  
Dagmar Vulpi : Neste dia 31 de março no ano de 1964 deu-se inicio a uma lamentável forma de governar um país. A amiga Sônia fez um comentário que sintetiza muito bem o seu significado. Porém, apesar de tantas coisas ruins que ocorreram neste ano, neste mês e neste dia 31/03/1964, sou obrigado a comemorá-lo, explico: Nasci exatamente nesta data. Trazendo felicidade para os meus pais.Começavam aí a sentir na pele o que representava aquele golpe, triste golpe que coincide com o inicio da minha estória. Felizmente faz parte de um passado, passado este que não pode ficar esquecido. Os que sofreram e pereceram lutando contra esta estupidez merecem reconhecimento, a exemplo de outros mártires, aqueles que ao menos tem um dia no calendário para serem lembrados. Os mártires modernos, os da ditadura militar, merecem ser reconhecidos como heróis, espero sinceramente que um dia isso aconteça. 
Vilmar Oliveira Carpter : Eu estudava numa Escola Técnica e sofremos pressões terríveis. Meu pai foi preso, amigos dele também enfim, talvez aí se explique porque eu sou dos que quer que os torturadores e assassinos sejam identificados publicamente e punidos...  
Vilmar Oliveira Carpter : E mais, não aceito 31 de março, mas 01 de abril como a data do início da ditadura no Brasil! 
Vilmar Oliveira Carpter : Wagner, para se conscientizar, temos que apurar e punir os culpados...  
Gerry Confort : Infelizmente ou felizmente eu estava lá, muitos de nossos amigos não podem comentar aqui por ausência de força vital, mas, meu amigo, muitos estão ai e traíram o ideal que movia aquela juventude, hoje repetem absolutamente aquilo que era combatido, estão no poder repetindo o que na época era uma ignomínia. A história se repete só que viu pode dizer, os demais vivem da propaganda infelizmente, teria muito a dizer, mas certamente este não é o espaço necessário.  
Wagner Marins : Eu tinha 6 anos de idade, mal sabia o que estava acontecendo, embora via quadros de generais na escola, não sabia o que era aquilo. Alguns anos mais tarde, 1970, eu corria pelas ruas com amigos comemorando os gols da seleção brasileira no México e não sabia que a cada rojão comemorativo de um gol, um brasileiro sumia ou estava levando PORRADA!!!! Com o passar do tempo, depois de ter que engolir "cavalos" mais valiosos que cidadãos, constatei de fato o que foi tudo aquilo. O que fizeram com as nossas raízes, nossa dignidade. Cumpre-nos, agora e sempre, conscientizar as gerações de hoje para que entendam o custo da democracia e o valor da cidadania.  
Wagner Marins : Sim, Vilmar, o dia 01 de Abril é o início tenebroso de 20 longos tenebrosos anos.  
Dagmar Vulpi : Vilmar tens meu apoio incondicional, gostaria muito de ver os torturadores identificados, publicamente humilhados e exemplarmente punidos. Quanto ao dia primeiro de abril para o inicio seria ótimo, eu poderia comemorar o meu aniversário sem remorsos. Grande abraço.  
Vilmar Oliveira Carpter : Em busca do meu pai, enfrentei na força dos meus vinte anos, os comandantes militares. Até hoje, não entendo o porquê de não terem me prendido mas disse coisas na cara, ofendi sem medo... Hoje uso este espaço na busca de que as pessoas se conscientizem que há necessidade de punir os torturadores e assassinos daquela época em que foram violados todos os direitos humanos que se pudesse imaginar...  
Vilmar Oliveira Carpter : Daquela data em diante, nunca mais torci pela seleção brasileira de futebol...Copa de 1970 e os milicos aproveitaram para tirar proveito da imagem dos jogadores e da euforia do povo, para mais se perpetuarem no poder...  
Vilmar Oliveira Carpter : Dagmar, nós temos obrigação de dar uma explicação para a gerações que não viveram isto e que com toda certeza devem nos chamar de covardes por não punir quem deve ser punido!  
Dagmar Vulpi : Vilmar vou preparar um documento baseado nos comentários feitos neste espaço e convocar todos os participantes do grupo "Consciência Política Razão Social" e todos os demais para um debate sobre o assunto. Com o apoio e participação de todos poderemos elaborar um documento (MAIS UM) e juntos cobrarmos as devidas providencias das autoridades que estão representando este povo. Conto com o apoio de todos os amigos que deram seus brilhantes depoimentos nesta bela iniciativa do Wagner Marins. Parabéns a todos.  
Wagner Marins : Perfeito! Dagmar. Conte com nosso apoio.  
Joelson Mdz : Dagmar, primeiro parabéns pelo seu aniversário, segundo: eu também estou com uma ideia parecida com a sua de fazer um documento sobre a ditadura militar no Brasil, com a participação das pessoas que eu conheço no facebook, tanto amigos quanto integrantes de grupos que eu faço parte. Porém, esse documento que eu quero fazer com a ajuda de todos é para ser criado, elaborado e primeiro divulgado no facebook e, quem sabe, publicar todo o material, que envolve fotos, vídeos da época, depoimentos de pessoas ainda vivas ou de quem deixou o seu antes de morrer como a Vera Silvia Magalhães. Mais ainda: seria uma pesquisa compartilhada na qual todas as pessoas que se comprometeram a ajudar no trabalho, pesquisariam pessoas ainda vivas que foram atuantes contra a ditadura e recolher seus depoimentos gravados com áudio e vídeo. E o principal é que este documento com tudo que nós reunimos ser publicado definitivamente no dia 31 de março de 2014, quando faz 50 anos do golpe militar. Esse, para mim, é o ponto de excelência de fechamento de trabalho coletivo. Ao fim, poderíamos sugerir ao Brasil que grupos se reunam e façam uma vigília do dia 31 para o dia 1º de abril como forma de afastar da cabeça de quem for, o desejo de que um período como aquele volte; talvez nem o desejo mas para mostrar para nossos "representantes" no poder nunca pensem em apoiar tamanho absurdo. Gerry Confort : Faltou sensibilidade minha na empolgação e me esqueci do Aniversário do Dagmar, e lendo o Joelson me dei conta. Parabéns Dagmar, saiba que o dia 31 é apenas uma convenção criada pela propaganda, aquilo tudo começou muito antes, Aproveito e dou meu reconhecimento a todos pelo entusiasmo demonstrado.   
Vilmar Oliveira Carpter : Boa idéia Dagmar. Sempre estarei à disposição para qualquer coisa que eu possa colaborar!   
Dagmar Vulpi : Agradeço ao amigo Gerry Confort pelo carinho! É muito bom participar desta integração de gerações, onde, UNS sentiram na carne o peso da maldita ditadura, sofreram toda sorte nas mãos de seus algozes, não suportaram e pereceram hoje ESTES n...ão passam de lembranças, OUTROS sofredores do terror nazista nacional sobreviveram, porém a dor e o trauma foi tal que perambulam por aí sem se atreverem a exigir do Estado o respeito e o reparo, por certo a violação foi tal que não haverá representação de valor que cobrirá o sofrimento daqueles. ALGUNS eram ainda muito jovens e perderam o que tinham de referencia, viram seus pais saírem e nunca mais retornaram aos seus lares. TODOS foram vitimas de alguma forma, agora temos como obrigação lutar, luta armada, armada com palavras, palavras de brasileiros que nunca esqueceram, e irão colaborar para que os jovens de um futuro próximo possam ler nas salas de aula, em seus livros didáticos a verdadeira história de um passado recente e vergonhoso, deste maravilhoso Brasil.  
Vilmar Oliveira Carpter : É como digo Dagmar, esta é uma luta de todos nós, de mostrar aos que não viveram este período tenebroso da nossa história a verdade dos fatos, e a punição dos torturadores e assassinos...  
Joelson Mdz : ninguém falou sobre minha ideia...eu querendo preservar a memória daquele tempo, tentando fazer um trabalho coletivo, no qual muitas pessoas vão ficar conhecidas pelo trabalho e ninguém diz se vai ajudar ou dá uma sugestão, faz alguma crítica...  
Vilmar Oliveira Carpter : Joelson, quando apresentastes a idéia, assim como o Wagner, eu me prontifiquei a colaborar, dentro do que eu possa. Agora se não apareceu o meu comentário, a culpa deve ter sido dessas coisas que vem acontecendo aqui no Facebook que os comentários desaparecem sem nenhuma razão!  
Dagmar Vulpi : Joelson com certeza a sua idéia está contemplada entre os comentários de todos, por tratar-se de consenso não foi dada atenção especial a pontos específicos, saiba que a sua participação será tão importante quanto a de qualquer um outro. Você tem ainda a seu favor a juventude, estou certo que ela será fundamental para podermos seguir em frente. Não sabemos ainda quanto tempo levaremos para conseguir nossos objetivos, espero que não, mas talvez só você terá o privilégio de saborear o feliz desfecho de tudo isto. Grande abraço Joelson contamos com você, esteja certo disso.  
Gerry Confort : Joelson, temos vivo na memória, uma parte desta historia, e tenho informações que podem ajudar qualquer projeto de resgate, se quiser estou por aqui  
Joelson Mdz : COMO DISSE GERRY, É TRABALHO COLETIVO. 
Wagner Marins : Podemos ordenar as idéias, planejar as tarefas, mas num espaço único, onde reuniremos todo material possível e executando de forma organizada, para não nos perdermos. 
Joelson Mdz : O Q ACHAM DE CRIAR UM GRUPO COM NOME: "DOCUMENTO DITADURA"  
Joelson Mdz : LÁ DEVERAM SER PUBLICADAS AS ATIVIDADES DE CADA UM COMO DEPOIMENTOS EM FORMA DE documento no grupo, fotos, vídeos 
Wagner Marins : Acho uma boa idéia. Mas não podemos nos perder em outros grupos, ou seja, não fragmentarmos o trabalho. Tudo nesse ínico espaço e, inicialmente, só os 4.  
Joelson Mdz : e no fim de cada mês organizaremos juntos a ordem das publicações  
Joelson Mdz : sim    
Dagmar Vulpi : Wagner felizmente temos ótimas ferramentas para isso, o face é meio instável, parece não ser muito seguro mas trata-se de uma ferramenta de resultados rápido, haja visto esta troca de idéias fita aqui. Precisamos usar o face mas em conjunto com um blog, para podermos salvar tudo nele, é mais seguro. Faço isso em parceria com a Fernanda Tardim com o grupo "Consciência Política Razão Social", estamos conseguindo um bom resultado.   
Wagner Marins : Podemos viabilizar dessa forma sim. Só reafirmando a questão de não tornarmos um "grupo" com várias pessoas para não nos perdermos. Será um espaço inicial apenas para irmos trabalhando no DOCUMENTO e ao final, divulgaremos de todas as formas.  
Joelson Mdz : mas devemos chamar pessoas dos grupos 'Esquerda unida e forte", "Union de los pueblos de nuestra America", do grupo de Dagmar: "Consciência..."; 
Wagner Marins : Dagmar, a idéia do Blog é excelente. Concordo plenamente.  
Wagner Marins : Joelson, a idéia do Blog (Dagmar) é bem satisfatória   
Dagmar Vulpi : Já temos algumas publicações a respeito da Ditadura em nosso grupo e no blog, poderemos continuar por lá, criar mais grupo poderá dispersar o 
Joelson Mdz : mas como disse, tudo que fizermos devemos a publicar definitivamente no ano de 2014, no dia 31 de março.  
Wagner Marins : Concordo com sua proposta, Dagmar. Criar mais um grupo vai dispersar mesmo.  
Joelson Mdz : GENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!  
Joelson Mdz :  OLHAAAAAAAAAAAA  
Joelson Mdz : Os nossos trabalhos devem ser publicados no aniversário de 50 anos do golpe militar, eu acho assim melhor, por isso dei a idéia do grupo  
Joelson Mdz : um grupo com a participação de Dagmar, Fernanda Tardin, Fernando, Wagner, Vilmar, Gerry, e talvez mais pessoas que sofreram tortura ou foram diretamente atingidos.  
Dagmar Vulpi : Tudo bem Joelson, concordo com voce, a não ser que apareça uma ótima oportunidade de chegarmos ao nosso objetivo antes de 2014, de qualquer forma os 50 anos serão uma data especial, tenha certeza.   
Joelson Mdz : por ser uma data especial q dei a ideia de publicar no ano de 2014  
Wagner Marins : Sou da mesma opinião. Agora vamos organizar as idéias na questão do nosso BLOG 
Gerry Confort : Vou dar um pitaco na conversa, alias muito boa, com boas intenções, na minha "organização", fazemos um apanhado geral das idéias primeiro, Por que? Para que?, Segundo, Onde? - Sugestão :- Quem tem o que? existem centenas de documentos públicos, e estes já estão divulgados, fazer a diferença é o que não foi dito ainda?  
Joelson Mdz : mas se fizermos blog todos vão saber antes, a não ser q o Blog sirva para chamar pessoas e publicar apenas depoimentos em vídeo  
Dagmar Vulpi : Podemos criar um novo, ou usar um dos que já existem, coloco o meu a disposição. http://dagmarvulpi.blogspot.com/   
Joelson Mdz : Excelente Gerry, era um pouco assim q eu pensei, não totalmente igual 
Gerry Confort : Alguem leu o que escrevi? 
Dagmar Vulpi : Joelson a intenção é fazer de forma que todos tenham acesso mesmo, quanto maior a participação maior será o acumulo de opiniões e material. o que acha?
Joelson Mdz : sim Gerry, eu li e concordei.  
Wagner Marins : É isso, Dagmar.  
Wagner Marins : Gerry, entendi seu "pitaco" e concordo que deva ser organizado nessa linha mesmo. Primeiro indentificar.  
Joelson Mdz : ENTÃO... CRIAMOS UM GRUPO OU UM BLOG?   
Dagmar Vulpi : Gerry estou certo que todos leram, voce será peça fundamental nesta empreitada. Você já tem algum material postado ou está guardado na sua memória amigo? 
Wagner Marins : Joelson, um Blog, que aliás o Dagmar já colocou o dele à disposição.  
Joelson Mdz : Gente, uma ideia para começar: criar um blog, dizer neste qualo seu intuito e começar com os primeiros depoimentos os de vocês   
Joelson Mdz : Os seus depoimentos abrirão as postagens no blog.  
Gerry Confort : Dagmar tenho na memória e tenho amigos que comigo viveram aquele momento, sugiro que façamos um apanhado do que nunca foi dito, e isto sim fará a diferença.  
Wagner Marins : Perfeito, Gerry  
Joelson Mdz : isso mesmo Gerry  
Joelson Mdz : mas ainda acho que vcs deveriam relatar primeiro no blog os seus depoimentos.  
Gerry Confort : Seria bom marcarmos por aqui uma reunião virtual, e conversarmos entre nós e lapidarmos a pedra antes de mostra-la  
Dagmar Vulpi : Perfeito, Gerry. Precisamos fazer algo novo, mostrar outras faces, isto criará um interesse maior.  
Wagner Marins : Sim, Gerry. Inteiramente de acordo. Uma reunião virtual naquele recurso EVENTOS, certo?  
Dagmar Vulpi : A idéia da reunião virtual é excelente, estou de acordo. Vamos estipular dia e horário que possa contemplar a todos. 
Joelson Mdz : Convidados(as): Vera, Fernanda, Fernando  
Wagner Marins : Joelson, primeiro vamos criar o EVENTO, ver como se comportará a nossa reunião virtual, nós 3 e o Vilmar. Em seguida começamos a selecionar as pessoas já indicadas por vc. 
Gerry Confort : Como fazer por aqui deixo a vosso critério, não sei, confesso, por aqui qual o melhor recurso 
Wagner Marins : Vou ver, fazer um teste em EVENTOS  
Gerry Confort : Evento? como funciona Wagner   
Wagner Marins : Gerry, veja no lado esquerdo superior de sua página inicial, lá tem o ícone EVENTOS. Ao clicar, terá um botão CRIAR EVENTO. Acho que aquele recurso permitirá agendarmos nossas reuniões virtuais. Vou criar, fazer um teste. Espera....  
Wagner Marins : Criei. Vejam se receberam um convite.  
Joelson Mdz : recebi 
Wagner Marins : Convidei Vilmar, Joelson, Dagmar e Gerry
Dagmar Vulpi : Já recebi e confirmei presença, aparentemente funciona muito bem para ajuntar a equipe, precisamos ver como funciona as ferramentas para o bate papo. 
Gerry Confort : já estou lá e perguntei algo, vamos prá lá?, receberemos aviso de postagens lá ou não 
Dagmar Vulpi : Sim já te respondi Gerry.  
Carlos Vecchio : Que esta data seja tristemente lembrada todos os anos. E que um golpe asqueroso como o de 64 nunca mais volte a acontecer.

Confira as decisões da Comissão de Reforma Política já aprovadas 31/03/2011.


O relatório final da Comissão de Reforma Política terá que tramitar normalmente, na forma de um projeto, pelas outras instâncias do Senado

O relatório final da Comissão de Reforma Política terá que tramitar normalmente, na forma de um projeto, pelas outras instâncias do Senado. E, se for aprovado pelas comissões e pelo Plenário, esse projeto seguirá para a Câmara dos Deputados.

As mudanças propostas até agora pela Comissão de Reforma Política modificam bastante as regras do sistema político brasileiro e certamente. Veja abaixo quais são elas:

1. Regras para escolha de suplentes de senador:
Aprovada proposta prevendo que um senador teria apenas um suplente, que não poderá ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até segundo grau ou por afinidade, do titular.

O suplente assumiria apenas para substituir temporariamente o titular. Em caso de afastamento permanente, por renúncia ou morte, haveria eleição no pleito seguinte, sendo geral ou municipal.

2. Mudança na data de posse de presidente, governadores e prefeitos:
Posse de prefeitos e governadores seria no dia 10 de janeiro;
Posse de presidente passaria para o dia 15 de janeiro;
Todas essas mudanças só valeriam a partir de 2014.

3. Voto
O voto do eleitor será facultativo e não mais obrigatório.

4. Reeleição
Fim da reeleição, com mandato de cinco anos para os executivos municipais, estaduais e federal.

5. Coligações
Aprovado fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais, nas quais são eleitos deputados federais, estaduais e distritais e vereadores.

6. Sistemas eleitorais
Aprovado o sistema proporcional com lista partidária. Nessa modalidade de voto proporcional, cada partido apresentaria uma lista com os nomes de seus candidatos por ordem de prioridade. Essa variante é usada na maior parte dos países que adotam o sistema proporcional.

ATO INCONSTITUCIONAL Nº 5 (AI5)

Brasil, época sombria da ditadura militar.

O começo da brutalidade foi exatamente em 31 de março de 1964.

Com documentos produzidos pelos próprios militares identificou-se mais de cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de crueldades, que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do período mais duro do regime militar. 

A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada. 

Contando com a "assessoria técnica" de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. 

A coisa piorava nas delegacias de polícia e em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório revestidas com material isolante para evitar que os gritos dos presos fossem ouvidos. 
"Os relatos indicam que os suplícios eram duradouros. Prolongavam-se por horas, eram praticados por diversas pessoas e se repetiam por dias", afirma a juíza Kenarik Boujikain Felippe, da Associação Juízes para a Democracia, em São Paulo. 

O pau comeu solto até 1974, quando o presidente Ernesto Geisel tomou medidas para diminuir a tortura, afastando vários militares da "linha dura" do Exército. 

Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas - muitas sob tortura. Mais de cem desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido. Em 1979, o Congresso aprovou a Lei da Anistia, que determinou que todos os envolvidos em crimes políticos - incluindo os torturadores - fossem perdoados pela Justiça.

A mentira de 31 de março de 1964.

Fonte: Google

No dia 1º de abril de 1964, a conspiração que uniu as altas esferas do empresariado brasileiro, os latifundiários, os chefes militares, a hierarquia católica conservadora e agentes do imperialismo dos EUA depuseram o presidente constitucional João Goulart e deram início à ditadura militar que marcou as duas décadas seguintes pelo sangue dos patriotas e democratas, pela destruição da democracia e do Estado de Direito no Brasil.

Desde aquele dia inaugural da ditadura, a data que tem sido lembrada é a da véspera, 31 de março, pela folclórica razão de que, sendo o 1º de abril o dia da mentira, o golpe militar se tornaria alvo de chacota entre o povo.

O 1º de abril teria sido o dia mais indicado para lembrar aquele episódio nefasto. Era mentira que os golpistas defendiam a democracia, como alegavam; não era verdade que defendessem a soberania brasileira nem o desenvolvimento do país.

Contra a democracia, rasgaram a Constituição, instituíram a legislação de exceção que permitiu a cassação de direitos políticos e democráticos e de mandatos eletivos, no esforço de eliminar do cenário político parlamentares, sindicalistas, democratas, patriotas, lideranças de trabalhadores e do povo, que não aceitavam o arbítrio da ditadura. O rosário de assassinatos, tortura, prisões ilegais, exílio e outras formas de opressão contra os que resistiam à ditadura é conhecido e o preço pago em sangue pelos brasileiros é irresgatável e inegociável.

Diziam que defendiam a nação contra a ameaça representada pela URSS e pelos comunistas no Brasil. Mas quem humilhou o país e desrespeitou a soberania nacional foram os generais e as classes dominantes que, com completo apoio da embaixada dos EUA, deram o golpe militar. Basta lembrar o discurso pronunciado pelo general Castello Branco, na sede do Itamaraty, em 31 de julho de 1964, onde o principal líder da conspiração golpista e então primeiro ocupante militar da Presidência da República defendeu a tese anti-nacional do alinhamento automático com os EUA, com a conseqüente limitação da soberania brasileira.

Em relação ao desenvolvimento, naquelas duas décadas a economia realmente cresceu. Mas não foi um desenvolvimento nacional: a internacionalização foi aprofundada como nunca, a dependência tecnológica foi agravada pela opção do crescimento com base em empresas estrangeiras, a distorção na distribuição de rendas e no agravamento dos já agudos problemas sociais foi gigantesca. A modernização conservadora do campo expulsou multidões para as periferias das cidades, onde o desemprego, a baixa renda e as precárias condições de moradia, educação e saúde formaram o caldo de cultura onde viceja a violência e a insegurança.

Do ponto de vista institucional, uma herança perversa e insepulta da ditadura militar é a impunidade da violência policial, que torna a polícia brasileira uma das mais violentas do mundo, com sua atuação marcada pela tortura como forma rotineira de investigação e a morte de suspeitos como uma prática cotidiana.

O que há a comemorar? Bem fizeram os atuais comandantes militares que, pela primeira vez em 47 anos, retiraram a lembrança do golpe de 1964 de sua agenda de comemorações, gesto simbólico do sentimento democrático que anima a nova geração de chefes militares.

A velha geração continua saudosa do poder irrestrito e irresponsável que exerceu naqueles anos de atentados contra a democracia e os democratas, como mostra o manifesto comemorativo divulgado pelos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica, saudando o rompimento da democracia e a manutenção e agravamento de uma ordem injusta rejeitada pelos brasileiros e apoiada apenas pelas elites proprietárias e por seus aliados imperialistas.

Foi o regime da tortura e do assassinato político e seus remanescentes usam o prestígio que ainda lhes resta para acobertar aquelas práticas ilícitas e desumanas, rejeitando qualquer investigação daqueles crimes e opondo-se à formação da Comissão da Verdade para revelar à nação o rio de sangue que correu no país nos anos em que estavam no poder.

O golpe militar de 1964 é um fato da história que os brasileiros lamentam e não aceitam mais. A democracia brasileira se fortalece, apesar dos resmungos das viúvas da ditadura. E, hoje, a melhor maneira de lembrar aquele passado é homenagear os heróis da resistência, os patriotas, democratas, socialistas e comunistas que nunca aceitaram a mentira da ”Redentora” e verteram seu sangue pelos direitos do povo e dos trabalhadores e pela soberania da Pátria. Estes não podem ser esquecidos jamais.

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Dag Vulpi

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