Se a política desse
país fosse tratada com seriedade, esse senhor, Eduardo Cunha, deveria ter sido
algemado e conduzido a uma delegacia assim que apareceram as provas contra ele
e ele passou a usar da estratégia de obstruir as seções plenárias que tratam da
sua investigação. Se os leitores já se esqueceram eu refrescarei suas memórias.
O Senador Delcidio foi preso, e muito bem preso diga se passagem, por tentar
obstruir as investigações, e olha que ele nem foi citado como envolvido nos
processos da operação Lava Jato. Por mais boa vontade que tenhamos na
compreensão dos meandros jurídicos, ainda assim, restam dúvidas da parcialidade
da justiça na condução deste caso em específico.
Os 21
deputados que integram o Conselho de Ética da Câmara têm um acordo para voltar
a se reunir hoje (2), a partir das 14h30, e tentar, pela quarta vez, votar o
parecer preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator da representação
contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O documento
propõe a continuidade das investigações das denúncias contra Cunha. A reunião,
porém, está ameaçada novamente pela sessão do Congresso Nacional, marcada para
votar o Projeto de Lei do Executivo (PLN) 5/15, que altera a meta fiscal para
este ano, autorizando o governo a fechar 2015 com déficit primário de até R$
119,9 bilhões.
Ontem, depois
de quase seis horas de debate sobre o parecer contra Cunha, a sessão do
Congresso para deliberar sobre vetos fez com que fosse suspensa a reunião do
Conselho. Durante todo o tempo, alguns dos deputados que querem adiar a decisão
sobre o futuro do peemedebista apresentaram questionamentos sobre ritos e
processos do colegiado fazendo com que a reunião se arrastasse por mais tempo.
Depois de
quase duas horas de impasse, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, apresentou
argumentos para tentar reverter o relatório de Pinato e pediu o arquivamento do
caso. Enquanto alguns defenderam a aprovação do parecer para que sejam feitas
as investigações, outros são favoráveis ao arquivamento. O impasse não foi
resolvido.
Se o parecer
for aprovado, o peemedebista será notificado e terá até dez dias úteis para
apresentar defesa. A expectativa é que os advogados de Cunha usem todo o prazo
para ganhar tempo e jogar a decisão para o próximo ano. Com o início do recesso
parlamentar de final de ano, marcado para o dia 22, o prazo é suspenso até que
as atividades legislativas sejam retomadas em 1º de fevereiro.
Caso rejeitem
a continuidade do processo, parlamentares podem recorrer para mudar a decisão
em plenário, mas precisam reunir o apoio de 10% dos 21 integrantes. Se o
recurso for acatado por maioria simples no plenário, o processo retorna para o
Conselho de Ética.
Mesa
Diretora
Além da sessão
do Congresso, está prevista, na Câmara, uma reunião da Mesa Diretora, que é
presidida por Cunha. A pauta do encontro, marcado para as 13h, não foi
divulgada mas há expectativa de que a permanência do peemedebista no cargo seja
discutida.
No último dia
19, a deputada Mara Gabrilli (PSCB-SP), que ocupa a 3ª secretaria entre os sete
integrantes da Mesa, manifestou-se contrariamente à permanência de Cunha no
cargo. As resistências a ele foram intensificadas quando Cunha foi acusado de
uma manobra, por ter aberto a ordem do dia e seuspendido todas as votações em
comissões, inclusive do Conselho de Ética, que analisava o relatório preliminar
contra Cunha. No plenário, os parlamentares reagiram. Mara pediu para que Cunha
“levantasse da cadeira” e abandounou o local junto com outros deputados. Mara
deve partricipar da reunião das 13h.
Na Câmara,
ainda há sessões de votação, marcadas para iniciar às 14h. A pauta da Casa está
trancada pelo projeto de lei que regulamenta do teto de remuneração do serviço
público e pelo Projeto de Lei 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo.
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