segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pastores declaram apoio a Haddad e criticam Malafaia


Segundo petista, não houve pedido de votos, mas convergência de ideias entre ele e os líderes religiosos

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, recebeu na tarde desta segunda-feira, 22, o apoio de 20 líderes partidários, que assinaram um manifesto em prol de sua candidatura. Além de defenderem o Estado laico e a liberdade religiosa na cidade, os pastores fizeram uma manifestação de solidariedade ao petista após as críticas do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus-Vitória em Cristo. "Houve uma reação em relação aos modos com que o pastor (Malafaia) utilizou para ofender a minha pessoa. Houve uma manifestação de solidariedade", argumentou o petista, após o encontro com os evangélicos.

Entre a pauta de reivindicações dos evangélicos, está a manutenção de parcerias com instituições religiosas nas áreas de educação, ações de combate às drogas e a dependência química e programas de assistência social. No entanto, um dos pontos mais discutidos no encontro foi o que os pastores chamaram de "perseguição e o clima de medo" impostos pela atual administração municipal, através da aplicação de multas e o fechamento de templos religiosos com a aplicação da lei do "Psiu". "Eles estão pedindo apenas o cumprimento da lei", afirmou o petista. Segundo Haddad, os líderes religiosos reclamaram "da maneira arbitrária com que a Prefeitura aplica as multas, desobedecendo regras de fiscalização. O candidato ressaltou ainda que não pretende mudar a lei do "Psiu". "São questões que podem ser equacionadas dentro da legalidade, sem nenhuma alteração", disse o candidato.

O encontro com evangélicos foi articulado pelos coordenadores de sua campanha, entre eles o deputado estadual Simão Pedro e o vereador José Américo, que já se colocou à disposição para promover ajustes na lei do "Psiu", tornando as regras mais claras para a fiscalização. "Eles foram muito perseguidos no governo Kassab/Serra", acusou o vereador.

Haddad revelou aos jornalistas que não procurou os líderes religiosos. "Eu não procurei ninguém. Visitei vários líderes religiosos e nunca pedi votos para ninguém", garantiu. O petista ressaltou que a aproximação aconteceu devido à convergência de ideias e de princípios como a defesa do Estado laico e o combate a intolerância. "É um gesto importante que sinaliza que as igrejas não querem ser instrumentalizadas, que elas querem o respeito do poder público", justificou.

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