Haddad
vê 'ódio' em campanha tucana; petista 'segue lição de Dirceu', diz Serra
No dia em que ambos foram à missa em
Itaquera, em horários diferentes, candidatos do PT e do PSDB trocam as
acusações mais agudas desde o início do segundo turno
Na troca de acusações mais
contundente desde o início do segundo turno da eleição paulistana, o candidato
do PT, Fernando Haddad, disse nesta sexta, 13, que seu adversário do PSDB, José
Serra, faz uma campanha para "promover o ódio" e "vai mobilizar
trevas como fez em 2010". Em resposta, o tucano afirmou que o petista
"está seguindo as lições" do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu,
condenado pelo Supremo Tribunal Federal na terça-feira, pelo crime de corrupção
ativa.
Haddad foi o primeiro a ter agenda
pública no feriado de 12 de outubro: participou de missa na Paróquia Nossa
Senhora Aparecida, em Itaquera, zona leste, um dia após o pastor da Assembleia
de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, divulgar um vídeo relacionando
Haddad ao kit anti-homofobia. O material foi editado quando o petista comandava
o Ministério da Educação (MEC) e apelidado de "kit gay" por setores
evangélicos. No vídeo, Malafaia diz que Haddad "deu grana para ativistas
gays fazerem esse lixo moral para ensinar homossexualismo (nas escolas)",
questiona sua gestão à frente do Ministério da Educação e afirma: "Contra
Haddad e o kit gay, Serra 45".
O petista disse que Serra estaria
por trás do vídeo, com o objetivo de criar uma "cortina de fumaça"
que desvie o debate sobre a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que apoia
o tucano. "Ele (Serra) fez isso com a Dilma (na campanha presidencial de
2010), ele vai fazer isso comigo. É a mesma estratégia de 2010. Só que deu
errado. O que ele (Serra) tinha que entender é que esse tipo de prática vai dar
errado", afirmou Haddad.
Serra, antes de visitar o Museu
Catavento, no centro, citou a condenação de Dirceu pelo STF em resposta às
críticas do adversário. "José Dirceu quando atacado, ataca o outro. Esse é
o esquema do pega-ladrão, que ele fundou no Brasil. Ele bate carteira, sai correndo
e grita: 'pega ladrão", afirmou. "O Haddad apenas está seguindo as
lições de Dirceu, de quem é companheiro e camarada."
À tarde, após a entrevista de Serra,
Haddad teve novo evento público, em Aricanduva. Um jornalista disse ao petista
que Serra o havia comparado a um "chefe de quadrilha" - a campanha do
tucano negou ter feito essa relação - e pediu um comentário. Haddad afirmou que
o adversário estava "fora de si" e que pretendia "mobilizar as
trevas" para vencer a eleição. O setorial jurídico do PT estadual cogitou
entrar com ação contra Serra, mas recuou.
Por Bruno Lupion e Gustavo Porto - O
Estado de S.Paulo
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