O ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams, disse na tarde desta quinta-feira que, caso não exista mais confiança por parte da presidente Dilma Rousseff na continuidade dele no cargo, caberá a ela retirá-lo da função. Adams não se eximiu da responsabilidade pela indicação de José Weber Holanda Alves para o cargo de advogado-geral adjunto da União, e afirmou que credibilidade da AGU está em jogo. Weber foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, que investiga um comércio de pareceres técnicos e jurídicos, inclusive na própria AGU.
- Esse evento prejudica a instituição, afetou a sua credibilidade. É preciso identificar e minimizar os desvios para que o órgão exerça sua função com tranquilidade – disse Adams.
Adams deve ir, no fim da tarde, para o Palácio do Planalto, onde tem encontro com a presidente Dilma. O ministro não disse o que se trata a reunião. O encontro não consta na agenda oficial da presidente.
- A minha relação com a presidenta é profissional, não é pessoal. A situação é difícil, requer toda a atenção possível. Não coloquei o cargo à disposição e nem ela pediu. Não tenho que assumir atos pelos quais não sou responsável. A presidenta pediu para eu apurar e punir os responsáveis - disse Adams, para reiterar logo depois: - A minha relação com a presidente é profissional. Se ela não tiver mais confiança profissional, ela me tira.
Na entrevista aos jornalistas, o ministro apontou a existência de três atos da AGU com a atuação específica de Weber, todos eles relacionados com as Ilhas das Cabras e dos Bagres, em São Paulo.
O pagamento de propina para ocupação destas ilhas é objeto de investigação da Operação Porto Seguro. Adams assinou parecer que endossa os supostos interesses escusos de seu então adjunto, e do ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), ocupante das ilhas.
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