quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Real foi a moeda que mais se desvalorizou em 2012


Levantamento do economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, mostra que muitas divisas perderam valor frente ao dólar por conta da aversão dos investidores a aplicações de risco, que aumenta em épocas de crise. 

Mas o real teve a maior desvalorização, segundo ele, por causa de medidas adotadas deliberadamente pela equipe econômica. 
A queda alcança 8,08%, enquanto o peso mexicano, por exemplo, andou na direção oposta e subiu 5,9%. 
Segundo o economista, o governo foi longe demais ao enfraquecer o real para atender a demanda dos exportadores.
“Manipular o câmbio é sempre perigoso, pois não sabemos nunca como será a repercussão na economia. O resultado da Petrobras no segundo trimestre foi decepcionante por conta, justamente, da apreciação do dólar”, observou.
De acordo com Perfeito, a desvalorização emite um sinal sutil, mas poderoso, de que é melhor ficar “vendido” em Brasil e comprado em outras divisas. 
“Quem fez dívida em dólar porque acreditava que o real continuaria forte devido ao crescimento econômico perdeu dinheiro”, constatou. 
Na avaliação dele, a moeda brasileira vai alcançar níveis adequados quando a taxa básica de juros, a Selic, atingir patamar próximo ao de outros países. 
“Aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre capital estrangeiro e outras invencionices só colocam o carro na frente dos bois”, criticou. 

Bolsas 

E não é só o real que está derretendo. O desempenho da bolsa brasileira este ano está entre os piores do mundo.
Segundo ranking da revista britânica The Economist, tomando o dólar como referência, a BMF& Bovespa teve desvalorização de 15,3% de janeiro a julho. 
A perda só não foi maior que a das bolsas de Espanha (-34%), Itália (-22,6%) e Grécia (-19,3%), países que enfrentam grave crise econômica. 
Além da crise, que fez estrangeiros retirarem dinheiro do país (só em junho saíram US$ 740,5 milhões da BM&FBovespa), alterações na tributação de investimentos aumentaram a percepção de risco. 
Neste ano, houve duas mudanças no IOF cobrado sobre aplicações estrangeiras em renda fixa.


Com informações do Correio Braziliense 

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