Aqui
no Brasil, sempre houve o mito de que não há preconceito. Afinal, todos
convivem harmonicamente e não existem conflitos raciais em nosso país, não é? E
eu concordo. Em nosso país,o que existe é o preconceito de aparência e classe
social. Duvida? Eu te provo:
Durante
a noite numa rua escura, um homem branco e bem vestido se aproxima
sorrateiramente de você. Certamente você estranhará, mas pensará que é uma
cantada, uma pessoa que trabalhou num escritório durante todo o dia e está
cansada indo para casa ou milhares de outras coisas. Em última análise, você
achará que é um ladrão.
Agora,
se o mesmo homem branco apresentar-se vestindo um bermudão meio largo, uma
toquinha, andando com um gingado estranho ou mal vestido. A primeira coisa que
você pensará é: “Dancei”.
Se um
negro aparece na televisão, dirige um carrão e mostra que é bem de vida é
recebido alegremente em qualquer rodinha. Pois, com certeza, é “aquele”
sambista ou pagodeiro de sucesso. Mas, se o mesmo negro aparecer na naquela rua
escura a pé e mal vestido, seja você branco, negro, mulato ou oriental, você
também (mesmo que lá no íntimo) vai se preocupar.
Se
você vê um gordo na televisão, com dinheiro, falando vários idiomas e
estourando de sucesso em várias mídias; você pensa: “Ele é fofo, charmoso e
inteligente”. Agora se esse mesmo gordo, passa por você na rua e é mais um
anônimo. Mesmo que ele seja gordo por uma doença ou distúrbio qualquer, você
pensa: “Que feio! Ta assim porque é preguiçoso ou esganado”. Faça o teste, vá
até uma lanchonete e observe. Se um magrelo comer seis “sandubas” seguidos,
você se pegará pensando: “Tadinho, deve estar faminto”. Mas se um obeso pedir
um segundo sanduíche… lá vem aquela vozinha: “É por isso que é uma baleia. Come
pra caramba!”
Se a
filha do Romário ou a atriz mirim da antiga novela da oito aparece, todos
dizemos: “Nossa! Que lindinha!” Na realidade, quantos de nós gostaríamos de ter
um filho com síndrome de Down? Tenho certeza de que ninguém. Mas se esse mesmo
portador dessa Síndrome nascesse numa favela de pais pobres, seria ”aquele
mongolóide“.
Inúmeros
exemplos vivos estão a nossa frente todos os dias. Ou você acha que se o
Ronaldo “O Fenômeno” morasse em Bento Ribeiro e trabalhasse de boy num
escritório, mulheres lindíssimas cairiam aos seus pés. Ou o Ronaldinho Gaúcho,
seria aclamado por milhares de mulheres nos estádios: “Lindo! Lindo! Lindo!” Jô
Soares, se fosse pobre e mal falasse o português, seria endeusado por várias
mulheres?
Há em
nosso país uma grande hipocrisia. Importaram dos E.U.A. o termo
“Afro-Americano” e lançaram o “Afro-Brasileiro” como uma condição de afirmação
racial. Penso que esse termo é muito mais uma afirmação de segregação. Ninguém
é “Afro-Isso”, “Ítalo-Aquilo”, “Luso-Aquilo Outro”, ou “Nipo-Sei Lá Das
Contas”. Todos somos BRASILEIROS. Negros, brancos, amarelos, vermelhos,
altos, baixos, gordos, magros, carecas, cabeludos ou de qualquer outra etnia ou
aparência física.
A
ciência, recentemente, jogou por terra todas essas definições estúpidas de
raça. O D.N.A. não mente, somos todos iguais. Oriundos do mesmo “caldo”
evolutivo e iremos para o mesmo buraco, onde apodreceremos e seremos digeridos
e defecados por vermes e insetos.
O
preconceito, qualquer que seja, é antes de tudo uma estupidez. Há negros de bom
caráter, há negros de mau caráter, há brancos honestos, há brancos corruptos e
ladrões, bem como ricos e pobres que são boas e más pessoas. O que deve
prevalecer são os atos e os exemplos pelos quais se vive; e não sua aparência,
classe social, cor da pele, religião, etc…
Preconceito
= Pré–Conceito = Antes de ter um conceito = Antes de conhecer = Pura Burrice.
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Abração
Dag Vulpi