O
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas cassou o mandato do
deputado estadual João Henrique Caldas (PTN) por abuso de poder
religioso e uso indevido de meios de comunicação nas eleições de
2010. Segundo a denúncia, JHC (como é conhecido o parlamentar) foi
citado pelo missionário RR Soares, líder espiritual da Igreja
Internacional da Graça de Deus, em um evento no interior de Alagoas
durante a campanha.
Oito
eventos são citados na ação, sendo que JHC aparece em dois. Em
outro, o deputado está ausente, mas estão no local o senador Renan
Calheiros (PMDB) e o deputado federal João Caldas (PEN), pai de JHC.
Era um evento em comemoração ao aniversário de Calheiros, com
direito a coro de parabéns e distribuição de panfletos com o nome
do parlamentar estadual cassado.
Os
desembargadores entenderam que RR Soares não poderia citar JHC no
evento, nem existir a distribuição de panfletos. Para o TRE, o
missionário também não poderia pagar horários em rádios
pertencentes a João Caldas, com programas religiosos, em época
eleitoral.
"Não
podemos cassar um deputado com base em panfleto", diz o
procurador da República, Rodrigo Tenório. Ele representa o
Ministério Público Eleitoral, que se posicionou contrário à
cassação. "Outros políticos foram citados neste culto, como o
Renan Calheiros", afirma.
"Não
há provas que sustentem esta acusação. O que temos é um evento
que tem um bolo de aniversário para o Renan", diz o
desembargador Frederico Dantas, contra a cassação. A votação
estava empatada até quinta-feira passada. Nesta segunda-feira, a
vice-presidente do TRE, desembargadora Elisabeth Carvalho,
desempatou. O placar fechou em 4 a 3 pela cassação.
No
lugar de JHC, assume Arnon Amélio (PRTB), cunhado do presidente do
TRE, desembargador Orlando Manso, que se afastou da votação por ser
parente do suplente.
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