O investimento em campanhas eleitorais e seu retorno ..

Um dos fatores que mais contribuem para a instalação e manutenção da corrupção na política deste país deve ser atribuída à relação de promiscuidade existente entre os poderes econômico e político. E, corroborando de forma singular para a efetividade e impunidade dessa corrupção está a postura de nossa imprensa, que trata de forma obscura e com viés despolitizante este problema sistêmico.

Bons exemplos deste mal podem ser conferidos nos levantamentos feitos pela Consultoria Legislativa da Câmara e publicados no seu site, onde, os números mostram que mais de 70% dos deputados eleitos em 2012 não por acaso foram os que tiveram os maiores gastos com suas campanhas. E também não por acaso a doação das verbas para estes custos são atribuídos a empresários do setor privado, que certamente as fazem como investimento, e não como meras doações.       

Os reflexos desses “investimentos“ feitos normalmente por empresários de grandes construtoras podem ser nitidamente observados no superfaturamento da maioria das obras públicas. Já virou regra, as empresas vencedoras das licitações de obras custeadas com verba pública são sempre aquelas que “investiram” em forma de doações no período das campanhas eleitorais.

Com a mesma sutileza que um elefante se comporta no interior de uma loja de cristais, os “investidores” de campanha eleitoral apresentam seus orçamentos durante as licitações de obras públicas, os valores apresentados estão sempre um pouco abaixo da realidade, desta forma eles já descartam as empresas concorrentes, isso quando eles não se valem da pratica do uso de laranjas para concorrerem como pseudo-adversários.

Com a licitação ganha o negócio garantido e de acordo com o previamente combinado nas reuniões da época da campanha eleitoral dá-se inicio à gatunagem.

Empresas “investidoras” e governo vão aditando o contrato original de forma que as cifras atinjam os valores que seriam os reais da época da licitação, depois é só ir seguindo a cartilha e acrescentando sistemáticos aditivos, de forma que os valores vão duplicando, triplicando,  quadruplicando e só param quando todos estiverem com a “barriga cheia” e que todo o dinheiro que foi "investido" nas campanhas lhes dêem um retorno de forma tal que os empresários ficarão ainda mais milionários, e os políticos que se elegeram e seguiram direitinho as regras do jogo, também tornem-se novos milionários, e não só eles, mas também seus filhos, cunhados, genros e quem mais fizer parte da panela.